QUER CAMINHAR COM JESUS NO CORAÇÃO, NEGUE A SI MESMO!
Tenho visto no mundo cristão "ultimamente" muita busca por vitórias e benção. Todo mundo só quer receber, sendo que a própria Bíblia diz que é melhor dar do que receber
Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. (Atos 20:35)
Abençoado é quem compartilha benção, não é aquele que só quer receber, mas sim aquele que quer servir, quer ser salvo, quer caminhar com cristo, este deve negar suas vontades
Dependendo quem vai trazer uma mensagem para a igreja, muitos nem tem interesse de ouvir. Se for alguém acostumado a trazer palavras de vitória ou benção tá todo mundo junto atrás da vitória, vitória, vitória...
Incrível como as pessoas se comunicam até pelo whatsap atrás dos mensageiros de bençãos e vitórias: "Quem vai pregar hoje?" -"fulano de tal" - "ah é, então to indo, vai ser benção!" "quem vai pregar mesmo?" -"vai ser este mesmo que vai pregar, tem certeza?" - "ah tá, hoje não vai dar pra ir, que pena!"
Tenho visto sim que é muita promessa de benção e vitórias. As pessoas, os cristãos de hoje estão bem antenados, só estão atrás de receber benção, de ter, e não ser uma benção
Como continuar ouvindo mensagens de púlpitos a distribuir riqueza, vitória, felicidade, alegria e proteção divina em cada culto?
Milagres sem esforço, promessas sem compromisso, vitória sem lutas e sem a dependência de Deus, que jeito que dá certo tudo isso?
Segundo o que dizem, o que fazem e o que vemos, profecias chegam para todos, aos borbotões as promessas ditas no calor da coletividade cristã.
Alcançar patamares superiores por meio de um benefício divino tornou-se quase uma obsessão.
Promete-se tanta riqueza, tanta saúde física e tanto bem estar que, pelo número de campanhas de oração, avivamento, congresso, seminário, o país já devia ter melhorado em vários índices de qualidade de vida.
Parece que não chega tanta promessa de bênção. A espiritualidade cristã com suas orações intermináveis, ritos e expectativas não gira em torno da gula de receber benefícios celestiais.
A ênfase dos evangelhos não se resume a um só tema. Jesus lembrou os primeiros discípulos que antes deles se preocuparem em salvar a vida, precisariam estar dispostos a perdê-la (Marcos 8:35).
A grandeza de uma causa não é determinada pelo que seus seguidores ganham ao segui-la, mas pelo preço que eles se dispõem a pagar por ela.
Chega de prometer bênção. Os auditórios lotados de pessoas ávidas por receber uma vantagem sobre os demais favorecem egocentrismo.
Há pouco vi um adesivo no vidro traseiro de um carro que dizia: “Presente de Deus”.
Por que Deus se mobilizaria para presentear apenas um dos seus filhosem benefício próprio, só para seus deleites
Avidez espiritual cria o ciclo vicioso de quanto mais alguém promete, mais tem gente querendo receber. E essa roda não para nunca.
O salmo 106 denuncia o comportamento dos judeus no tempo da libertação do cativeiro egípcio. Depois de um livramento, o povo parecia não se saciar.
A cada sinal da caminhada, cobrava mais uma intervenção sobrenatural. O fascínio pela próxima intervenção divina transformou-se em cobiça.
O versículo 15 trás uma dura sentença: Deus concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma.”
Chega de prometer bênção. A Bíblia não pode ser encolhida a um estojo repleto de afirmações otimistas.
Esses sermões, que procuram enfatizar bênçãos, deixam de lado textos contundentes do Novo Testamento. Em muitos, os cristãos são convocados a enfrentar um mundo violento e doloroso.
Jesus não dourou a pílula para os que ousavam segui-lo. Ele jamais encobriu a verdade ao advertir: No mundo, vocês vão passar por aflições (João 16:33).
Paulo também lembrou os primeiros cristãos que eles não podiam fantasiar que viveriam numa redoma de prosperidade:
E, tendo anunciado o Evangelho naquela cidade e feito muito discípulos, voltaram… fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, por meio de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus (Atos 14:21-22).
O Apocalipse deixou claro que era preciso coragem: Não tenha medo das coisas que você terá de sofrer” (Apocalipse 2:10).
Chega de prometer bênção. Na narrativa sobre a tentação de Jesus (Mateus 4) quem se obriga verbalmente a dar tudo, se for adorado, é o diabo.
Deus não busca relacionamento baseado naquilo que ele pode dar. Todo o amor só se estabelece na gratuidade, e em admiração mútua – inclusive o divino.
No livro de Jó, Satanás fez uma acusação gravíssima contra Deus. O acusador tentou dizer que Deus só é amado porque suborna os filhos: Porventura, Jó teme a Deus de graça? (Jó 1:9).
A narrativa poética do livro ensina que, de fato, o Senhor não era amado por suas inúmeras bênçãos sobre a vida e a família de Jó.
Os milagres carregam em si uma terrível consequência, condicionam a fé à comodidade e ao proveito.
Chega de prometer bênção. A virtude cristã que se deve buscar prioritariamente é a justiça. No Sermão da Montanha, só os que têm fome e sede de justiça serão fartos (Mateus 5:6).
Quando o cristianismo destaca a promoção da justiça, todas as demais bênçãos se tornam secundárias (Mateus 6:33).
O reino de Deus não é comida, nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo (Romanos 14:1).
Quem alardeia milagre e vitórias o tempo todo é charlatão, mero propagandista de um produto falsificado.
Antes de saírem à cata de privilégios, os cristãos deviam lutar para que se cumpra na vida deles, Isaías 61:3: A fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória.
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