domingo, 11 de outubro de 2020

GRAÇA COMUM

 

Graça Comum


Além dessa graça especial que resulta na salvação dos seus objetos, há o que podemos chamar de "graça comum", ou influências gerais do Espírito Santo que, a um nível maior ou menor são experimentadas por todos homens. Deus faz com que o Seu sol nasça sobre o mau e sobre o bom, e manda chuva sobre o justo e sobre o injusto.

Ele provê estações frutíferas e dá muitas coisas as quais contribuem para a felicidade da humanidade em geral. Entre as bênçãos mais comuns que devem ser atribuídas à esta fonte, podemos enumerar a saúde, a prosperidade material, a inteligência em geral, os talentos para a arte, música, oratória, literatura, arquitetura, comércio, invenções e etc. Em muitos casos, os não eleitos recebem estas bênçãos em abundância maior do que os eleitos, pois muitas vezes vemos que os filhos deste mundo são para a sua própria geração mais sábios que os filhos da luz. A graça comum é a fonte de toda a ordem, o refinamento, a cultura, a virtude comum, etc., que encontramos no mundo, e através dela é que o poder moral da verdade no coração e na consciência é aumentado, e as paixões maléficas dos homens são restringidas. Ela não leva à salvação, mas livra esta terra de transformar-se em inferno. Ela prende a efetivação do pecado, tanto quanto o discernimento humano prende a fúria de bestas selvagens. Ela previne o pecado de ser manifestado em toda sua hedionda expressão, e assim bloqueia a explosão das chamas da fogueira fumegante. Como a pressão da atmosfera, é poderosa e universal, ainda que não sentida.

A graça comum, no entanto, não mata essência do pecado, e portanto não é capaz de produzir uma conversão genuína. Por intermédio da luz da natureza, das obras da consciência, e especialmente por intermédio da apresentação exterior do Evangelho é possível ao homem saber o que ele deveria fazer, mas isto não proporciona o poder do qual o homem necessita. As Escrituras Sagradas ensinam constantemente que o Evangelho torna-se efetivo somente quando é auxiliado pelo poder iluminador do Espírito, e sem este poder ele é pedra de tropeço para os Judeus e tolice para os Gentios. Assim é que o homem não regenerado nunca pode conhecer a Deus, exceto de uma maneira exterior, e por este motivo a retidão exterior dos escribas e dos Fariseus é declarada não ser retidão de forma alguma. Jesus disse aos Seus discípulos que o mundo não poderia receber o Espírito da verdade, "...porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós."[João 14:17]. A doutrina Arminiana acaba com a distinção entre graça comum e graça eficaz (vocação eficaz), ou quando muito faz com que a graça eficaz seja uma assistência sem a qual a salvação é impossível, enquanto que a doutrina Calvinista faz dela uma assistência pela qual a salvação é certa.

Com relação às transformações, às reformas produzidas pela graça comum, o Dr. Charles Hodge diz: -- "Freqüentemente acontece de os homens que têm sido imorais em suas vidas mudarem completamente o curso de suas vidas. Eles passam a ser exteriormente corretos em seu comportamento, em sua têmpera, passam a ser puros, honestos e bondosos. É uma grande e louvável mudança. É extremamente benéfica àqueles que dela são objetos, e a todos quantos eles estiverem ligados. Pode ser produzida por diferentes causas, pela força da consciência, ou por uma consideração pela autoridade de Deus e um temor da Sua desaprovação, ou por uma consideração ao bom conceito de homens, ou pela mera força de uma consideração iluminada de interesse próprio. Mas qualquer que seja a causa próxima de tal reforma, de tal transformação, ela está sempre bem longe de santificação. As duas coisas diferem em natureza tanto quanto um coração limpo difere de uma roupa limpa. Tal transformação externa pode deixar o caráter íntimo do homem não transformado, não modificado à luz de Deus. Ele pode permanecer destituído de amor para com Deus, ou de fé em Cristo, e de todos os santos exercícios ou afeições." 11 E diz o Dr. Hewlitt: "Poderia o cadáver no cemitério ser levantado através da mais doce música já composta, ou pelo ribombar do maior trovão, que parece estremecer os pólos da Terra? Assim que o pecador, morto em pecado e ofensas, possa ser movido pelo trovão da lei, ou pela melodia do Evangelho; poderá então o Etíope mudar a cor da sua pele, ou o leopardo as suas malhas." "...então podereis também vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal..."[Jeremias 13:23]. 12

O parágrafo seguinte, escrito pelo Dr. S. G. Craig estabelece de maneira muito clara as limitações da graça comum: -- "O Cristianismo entende que educação e cultura, que deixam Jesus Cristo fora de consideração, enquanto possam fazer homens mais inteligentes, polidos, brilhantes, não têm o poder para mudar dos seus caracteres. Quando muito tais coisas em si mesmas podem limpar o exterior do recipiente, sem no entanto afetar a natureza do seu conteúdo. Aqueles que depositam a sua confiança na educação, na cultura e em coisas afins, assumem que tudo o que seja necessário para transformar uma oliveira selvagem numa oliveira boa é regar, podar, cultivar e assim por diante, enquanto que o que a árvore precisa, em primeiro lugar, é seja enxertada com um broto de uma oliveira boa. E até que isto seja feito, todo trabalho dispensado à árvore é na maior parte jogado fora. Nós não subestimamos o valor da educação e da cultura, e todavia alguém poderia tanto supor-se capaz de purificar as águas de um rio simplesmente em melhorando as margens do mesmo, como também supor que estas coisas, próprias de si mesmos são capazes de transformar os corações dos filhos dos homens .... como um antigo provérbio Judeu diz: "pegue uma árvore de frutos amargos e plante-a no jardim do Éden e regue-a com as águas dali; e deixe o anjo Gabriel cuidar dela, e a árvore ainda assim produzirá frutos amargos."


Loraine Boettner.

 

EU PRECISO FREQUENTAR UMA IGREJA

 Eu preciso “freqüentar uma igreja”?

A salvação é individual. É verdade! Paulo disse que “cada um” será julgado “perante o tribunal de Cristo” (2 Coríntios 5:10). Não seremos julgados coletivamente como igrejas.

A igreja não salva ninguém. Isso, também, é verdade! É pelo sangue de Jesus que recebemos “a remissão dos pecados” (Efésios 1:6-7). “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé” (Efésios 2:8). A igreja não morreu por nós, e não é capaz de nos salvar.

Algumas pessoas, compreendendo estes fatos, chegam à conclusão que a vida cristã não tenha nada a ver com a igreja. Pode freqüentar uma se quiser, mas também pode usar o tempo igualmente bem recebendo amigos em casa, passeando no shopping ou indo pescar. Pode comunicar com Deus em qualquer lugar, então quem precisa de igrejas?

Antes de descartar ou desprezar a igreja na sua vida, não seria importante ver o que Deus diz a respeito dela?

A igreja (grego, ekklesia) é um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado e pertencerem a Cristo. Jesus prometeu edificar a igreja dele (Mateus 16:18). Deus comprou a igreja com seu próprio sangue no sentido que ele comprou cada pessoa salva (Atos 20:28; cf. 1 Coríntios 6:20).

Paulo frisou a importância de procedimento adequado “na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1 Timóteo 3:15). Embora a igreja não salva, ela tem um papel fundamental na divulgação do evangelho. Devemos valorizar a casa de Deus.

Quando se trata da responsabilidade de participar de uma igreja, uma congregação local, o Novo Testamento não deixa dúvida. Além de muitos exemplos no livro de Atos e referências nas epístolas, encontramos instruções específicas que exigem a nossa participação nas reuniões de uma igreja. O autor de Hebreus claramente condena a atitude de pessoas que deixam de se congregar, porque negligenciam seu papel importante na edificação mútua (Hebreus 10:23-27).

Outras instruções exigem a nossa participação nas reuniões da igreja para participar da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:17-34; cf. Atos 20:7), para juntar ofertas (1 Coríntios 16:1-3; Atos 4:36-37; 5:1-2) e para resolver questões de pecado na congregação (1 Coríntios 5:4-5). Discípulos de Cristo se juntam, também, para cantar hinos de louvor e edificação (Efésios 5:19-21) e para ensinar a palavra do Senhor (1 Coríntios 14:26).

Pessoas que negligenciam estas responsabilidades, não participando dos cultos da congregação, desobedecem a Deus. Pecam contra os irmãos e contra o Senhor.

Seja fiel na sua participação em uma congregação local. E não deixe de examinar tudo para verificar que a igreja onde você congrega esteja realmente agradando a Deus em doutrina e prática (1 Tessalonicenses 5:21-22).

–por Dennis Allan

FUNDAMENTOS DA FÉ

 

Fundamentos de Fé


    Muitas vezes quando passamos por algum tipo de problema e que achamos não termos como solucioná-lo, fatalmente recorremos a alguém para pedir ajuda.

    Problemas todos nós passamos, e quando se trata de uma pessoa que tem como objetivo servir a Cristo, eles apenas fazem com esta pessoa se fundamente ainda mais nas escrituras e, percebam o quanto é dependente do Senhor Deus e Pai, diz a bíblia que, a misericórdia do Senhor é a razão de não sermos consumidos. Mas, para que possamos nos fundamentar nas palavras do Senhor, primeiramente é necessário ter fé naquilo em que estamos lendo ou ouvindo acerca das maravilhas que Deus fez durante todo este tempo. As escrituras relatam que a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos (Hb 11.1), mas como vamos ter certeza de uma coisa se nós não estamos vendo nada?

Mais uma vez encontramos resposta na bíblia quando ela diz que a salvação é pela fé e esta mesma fé é dom de Deus, ou seja, quando ainda estávamos mortos pelos nossos pecados e ofensas, Jesus já nos tínhamos feito assentar, juntamente com ele, nas regiões celestiais a destra de Deus Pai Todo-Poderoso. O que estamos querendo dizer é que quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas, estamos deixando o Espírito Santo de Deus fazer morada em nós, sabe por quê? Por que o senhor nos fez povo seu (Sl 100.3), então, chegamos à conclusão de que a fé é um presente de Deus.

    Quando falamos de fé, imediatamente imaginamos que seja algo que vem da nossa mente, ou seja, da nossa razão, mas, não é isso que aprendemos quando nos aprofundamos nos ensinamentos contidos na bíblia, ela nos ensina que quando confessamos com a nossa boca que Jesus é o Senhor e cremos com o nosso CORAÇÃO que Deus o ressuscitou dentre os mortos seremos salvos, pois com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa para a salvação (Rm 10.9,10) então notamos, através desta passagem, que a fé vem do coração e não da mente limitada do homem. Esta mesma fé pode ocorrer em diferentes níveis, vamos mencionar o que ocorrera com o apóstolo Tomé, pois como sabemos, ele não estava com os discípulos quando da aparição de Jesus aos mesmos, pela primeira vez.

Tomé, talvez não acreditando na aparição do Mestre Jesus, disse que somente iria crer na versão dos seus amigos, se ele visse as marcas dos pregos nas mãos de Jesus e colocasse as suas mãos no lado onde havia sido cravado aquela lança, e o que aconteceu? Uma semana depois, estavam novamente reunidos os discípulos de Jesus e, desta vez Tomé estava com eles, quando o Mestre chegou (leia-se apareceu, pois, naquele momento, as portas estavam fechadas) e se pôs no meio deles, os cumprimentou e foi diretamente ao encontro de Tomé mandando que o mesmo colocasse o seu dedo no seu lado, olhasse para as sua mãos e disse: “pare de duvidar e creia”, Tomé tomado por um ímpeto de alegria exclamou: “Senhor meu e Deus meu!”, Jesus então, lhe fez uma pergunta: “Porque me viu, você creu? E continuou dizendo: “felizes os que não viram e creram”. Aí está a diferença, não precisamos ver para crer e sim crer para ver os sinais e maravilhas que o senhor tem preparado para o seu povo desde o princípio pois todas as bênçãos já foram emanadas dos céus pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

    No capítulo três da carta de Paulo à igreja de Éfeso, a partir do versículo quatorze, vemos o apóstolo orando pelos santos daquela cidade. Concluímos que a fé vem sempre acompanhada do amor a Jesus pelos seus seguidores, ou seja, aqueles que estão arraigados e alicerçados em amor. Notamos que em sua oração, o apóstolo Paulo clamava para que Jesus Cristo habitasse no coração do crente por meio da fé para que este pudesse compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que ele seja cheio de toda a plenitude de Deus, pois só Ele é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, ou seja, a nossa fé. Interessante que quando falamos de fé, das coisas que não vemos, do poder de Deus, etc., quase sempre nos lembramos da cura do cego Bartimeu, diz a bíblia que além da sua deficiência visual, ele era um homem que mendigava, era uma pessoa discriminada pela sociedade, mas que apesar de tudo, creu em Deus e um milagre aconteceu em sua vida, ele não precisou ver para crer ele creu nos milagres que Jesus já havia feito, pois alguém o havia dito que o Mestre estava passando, e ele Bartimeu, começou a clamar o nome de Jesus nome esse que é sobre todo o nome, nome que cura, que salva, que santifica. Embora algumas pessoas o estivessem repreendendo, ele não se deixou levar pelas circunstâncias e gritava mais alto: “Jesus filho de Davi, tenha compaixão de mim”, não deixe as circunstâncias da vida te assolar, creia em Deus, creia que ele pode solucionar o seu problema, pois aquilo que impossível para você, é possível para Deus.

    Que o Senhor nosso Deus possa continuar nos dando muita paz e tranqüilidade, que a cada dia Ele possa continuar nos dando sabedoria e entendimento da sua palavra, para que possamos dar continuidade a pregação do evangelho da salvação àqueles que ainda não o conhece, que possamos ser usados por Deus, para essa grande comissão deixada por Jesus Cristo, o filho do Deus vivo.
    

 

FILHOS DE DEUS

 

FILHOS DE DEUS

 

João 8.42 - Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, vós me amaríeis, porque eu saí e vim de Deus; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.

 

REFLEXÕES - Estamos acostumados a ouvir de muitas e dos mais variados tipos de pessoas a referência ao ser humano como um natural filho de Deus. A expressão “eu também sou filho de Deus” já se tornou proverbial e denota bem esse pensamento generalizado. A Bíblia no entanto é categórica quando se trata de negar sustentação à crença errônea do mundo. No primeiro capítulo do evangelho de João, versículos 11 a 13, lemos “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;

os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.”  Está claro que nem todos os homens são filhos de Deus. Se observarmos a realidade que nos cerca veremos que, na realidade, a grande maioria dos seres humanos não são filhos de Deus, pois não receberam a Jesus como seu salvador; não nasceram da vontade de Deus, mas apenas do sangue humano. São meramente criaturas de Deus.

 

Temos então que o filho de Deus é aquele que recebeu a Jesus em sua vida e fez dele seu Salvador. E o que é reconhecer Jesus Cristo como “único e suficiente salvador”? A expressão já é chavão entre nós evangélicos e a usamos para definir nossa condição de remidos. Claro que é, primariamente, a tomada de uma posição, fruto de uma crença que se instala em nosso coração, o abandono da vida de pecados que vivemos até o momento e o sentimento de tristeza por termos ofendido a Deus, ou seja, o genuíno arrependimento. No texto inicial, todavia,  Jesus deixa claro que a divina filiação só é autêntica quando o amamos. Mas se recebemos a Jesus como nosso “único e suficiente salvador”, como podemos não o estar amando?   Realmente, ao recebê-lo em nossa vida demos um passo decisivo para a salvação, mas o próprio Mestre nos adverte “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”. (Jo. 14.21).

 

Filho de Deus então somos todos que amamos obedecer os mandamentos que nos foram legados pelo Senhor Jesus. A verdade que está consubstanciada nos evangelhos tem que ser uma regra de vida da qual não nos afastamos, um caminho de onde não arredamos nossos pés. Nosso modelo de vida será Jesus, de cujo caráter precisamos estar impregnados. Não há como salvar-se sem que estejamos em perfeita sintonia com o nosso Salvador e Senhor. Alias o próprio termo “Senhor”, que tanto usamos, já faz de nós servos, e o que é um servo senão aquele que vive para fazer a vontade do seu senhor?

 

Somos filhos de Deus quando somos seus servos. Todavia não somos servos comuns que obedecem por pura convenção ou obrigação. Nossa servidão é expontânea e prazerosa, fruto natural do amor que sentimos pelo Senhor Jesus. Nosso anseio é fazer sua vontade. Não porque sejamos forçados a isso. Se assim fosse valor algum teria nossa obediência. Cristo nos disse que está à porta e bate. Se por amor a Ele abrirmos a porta de nossa vida Ele entrará e mudará nossa vida. É simples. Mas temos que empregar força de vontade porque o inimigo não quer façamos o singelo gesto abrir a porta. Abramos, apesar de tudo. Então estaremos face a face com a verdade e a vida.             /// 06/09/97 18:17

 

 

 

 

PERDÃO, UM PRINCÍPIO DO REINO

 

PERDÃO, UM PRINCÍPIO DO REINO

 

O perdão é um dos mais importantes e básicos princípios do reino de Deus. Sempre que houver a transgressão da lei do amor ou mesmo a possibilidade de isso acontecer, temos de exercitar o princípio do perdão. Esse princípio se acha expresso em termos que muitas vezes contrariam nossa personalidade egocêntrica.

 

Vejamos alguns exemplos. "Bem-aventurado sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai..." (Mt.5:11,12). "Aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão... e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal" (Mt.5:22). 

"Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho..." (Mt.5:25). "A qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra face" (Mt.5:39). "Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? (Mt.5:46). 

"Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também" (Mt.7:2). O perdão é tão importante no reino de Deus que na oração que Jesus ensinou aos discípulos incluiu a seguinte petição: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (Mt.6:12). 

E em seguida acrescentou: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas), tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mt.6:14,15).

 

Nosso bem-estar espiritual e emocional depende da disposição de perdoarmos àqueles que nos magoaram. Pense nisto: fomos criados à imagem de Deus, mas o pecado desvirtuou essa imagem. 


O plano de redenção traçado por Deus visa a restaurar em nós a imagem perdida e tornar-nos semelhantes a Cristo. Contudo, quando abrigamos raiva, rancor e amargura no coração, inibimos expressivamente a operação dessa obra de restauração.

  

(Extraído do Livro "Pleno Perdão Já" )

 

 

 

 

 

 

 


AUTOR: George Foster

A PRESENÇA DE DEUS

 

Percebendo a Presença de Deus

 

            A presença de Deus é extremamente difícil de definir. Na ver-dade é impossível defini-la. Como pode um ser humano definir aquela experiência indescritível que chamamos a presença de Deus? Quando nós realmente experimen-tamos a presença de Deus nada mais podemos dizer além de repetir as palavras de Jacó em Betel: “Certamente o Senhor estava neste lugar.”

Embora não possamos definir a presença de Deus, uma pessoa sensível que busca a Deus saberá discernir quando a presença de Deus está presente e também quando aquela presença está ausente. Um dos problemas básicos hoje em dia é que a maioria dos cristãos vive e acostuma-se num nível espiritual tão baixo que já deixaram de discernir a presença ou ausência de Deus. Temos vivido sem essa presença por tanto tempo que já começamos a aceitá-lo como norma, e aquilo que é chamada a presença de Deus é uma avaliação distorcida de um povo que está longe do toque de Deus.

No seu excelente livro, Revival (Reavivamento), o Rev.Brian Edwards escreve um parágrafo muito profundo - “Tenho estado em igrejas com tanta atividade, entusiasmo e dons que até os anjos sentiriam inveja, no entanto tinham que fazer apelos para que mais pessoas participassem das reuniões de oração. Tenho estado em igrejas com bastante música e movimento, e também em igrejas que tinham aquele silêncio profundo e solene.  Contudo nenhuma delas exibiu a percepção da presença de Deus.”

Este estado de coisas esboçado por Brian Edwards é ainda mais triste e sério porque temos uma geração inteira crescendo no meio de atividades e ambientes religiosos, mas que nunca realmente sentiram ou experimentaram de forma autêntica ou pessoal a preciosidade da presença de Deus.

 

Reavivamentos passados

No reavivamento do País de Gales em 1904, perto da cidade de Gorseinon, uma reunião continuou noite adentro.  Um mineiro, endurecido, alma sem Deus, voltando do seu turno de trabalho cerca das 4 horas da madrugada, viu uma luz na igreja e decidiu investigar.  Tão logo ele abriu a porta, foi totalmente envolvido por um poderoso senso da presença de Deus. Ouviram-no exclamar: “Oh! Deus está aqui!” Ele estava com medo de entrar e com mais medo de sair, e lá no limiar daquela porta da igreja começou a obra de salvação no seu coração.

Durante o grande avivamento americano de 1858 os navios, à medida que se aproximavam dos portos americanos, pareciam entrar numa zona da presença de Deus e da influência do Espírito. Navio após navio chegava com a mesma história de súbita convicção e conversão à medida que se aproximavam da costa americana.

Durante o reavivamento em Northampton, Massachusets em 1753, Jonathan Edwards escreveu: “A cidade parecia estar cheia da presença de Deus.” Quando Duncan Campbell foi indagado a respeito do evento mais importante do reavivamento Lewis nos anos 1949-1953, ele respondeu: “Uma consciência convicta da presença de Deus.”

Escrevendo em “One Divine Moment: The Asbury Revival” (“Um Momento Divino: o Reavivamento Asbury”)  Howard Anke, Professor de Bíblia do Colégio Asbury  (Wilmore, Kentucky), descreve o avivamento no Asbury College em 1970: “Não há nenhum vocabulário humano que possa captar a dimensão total de um momento divino.  Às vezes ele se parece com um sonho e contudo aconteceu de verdade. Nós o vimos com os nossos próprios olhos. De uma forma que seria impossível de se descrever, Deus estava em nosso meio. Aqueles de nós que lá estavam jamais poderíamos contemplar as coisas deste mundo do mesmo modo anterior.”

Uma Questão

Ocasiões tais como estas ilustrações são maravilhosas e extraordinárias e são momentos quando podemos esperar uma sensação profunda da presença de Deus, ou, talvez uma percepção mais elevada da presença de Deus. O que me preocupa é uma aparente ausência da presença de Deus na maioria das nossas vidas e atividades normais como cristãos.

Embora  não possamos viver sempre numa atmosfera de reavivamento quando a presença de Deus é muito real, nós certamente podemos sentir Deus no nosso meio numa certa medida sempre que nos reunimos em Seu nome. Não nos prometeu Deus: “Quando dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, estarei no meio deles”? (Mateus 18.20).

Se Deus prometeu estar no meio do Seu povo quando eles se reunissem em Seu nome, por que é que temos tantas reuniões e cultos de adoração sem realmente sentir que Deus estava presente em poder e glória? As respostas a esta pergunta são muitas e variadas. A falha certamente não está em Deus porque Ele é fiel aos seus compromissos de aliança e às suas promessas.

A presença de Deus em nosso meio é muito mais importante e desejável do que audiências recordes, belos edifícios ou a presença de uma personalidade ou pregador importante. Nada, absoluta-mente nada, se compara com o privilégio, o gozo e a bênção da presença de Deus em nosso meio quando nos reunimos para adorá-lo.

Razões

Uma das razões para a ausência da presença de Deus em nosso meio é, tristemente, que Ele tem sido ofendido pelo mesmo povo que procura adorá-lo. A facilidade com que os cristãos brigam, discutem e discordam indica claramente ou que estão inconscientes do fato de que o Espírito de Deus pode ser ofendido, ou simplesmente não ligam para isto. É um momento extremamente triste quando Deus se afasta porque nós o ofendemos pelo nosso pecado.

Há alguns anos atrás eu preguei numa igreja onde a presença de Deus era muito real e profundamente percebida.  Recentemente retornei àquela mesma congregação mas senti muito claramente a ausência do Espírito de Deus.  Quando perguntaram-me sobre como me senti durante a pregação, tive que admitir que aparentemente Deus havia se retirado daquele lugar.  Icabode - “foi-se a glória de Deus” - poderia ser escrito em letras bem grandes em tais lugares.

O espírito do mundo sempre rouba de nós o senso da presença de Deus. Deus não vai tornar real a sua presença no meio de um povo cuja prioridade não é a Sua honra e a Sua glória. “A amizade do mundo é inimizade contra Deus” (Tiago 4.4).  Quando Deus está em inimizade conosco, Sua presença é totalmente ine-xistente.  Este espírito mundano é tão forte entre o povo de Deus, que como resultado disto, Deus não é percebido, e muito mais trágico, nem se sente a Sua falta.

Faríamos bem em lembrar a sabedoria que veio da pena de C.H.Spurgeon: “Aquele que traz o odor do mal deve esperar o olhar desaprovador de Deus.” É melhor ter o mundo inteiro contra você do que trocar a presença de Deus pelo amor do mundo. O materialismo do mundo faz com que a Igreja Cristã se sinta auto-suficiente e naquela cômoda auto-suficiência não nos sentimos mais inclinados a buscar a percepção da Sua presença. Será que Deus está dizendo de nós: “Efraim juntou-se aos ídolos: deixa-o sozinho”? (Oséias 4.17).

Fracasso em nos prepararmos para adoração espiritual é uma outra razão porque não sentimos a presença de Deus.  Dormimos até muito tarde e comemos bastante nos dias atuais, e o tempo para uma preparação espiritual do nosso próprio coração para a presença de Deus é um troféu a ser conquistado.  Do meio do redemoinho de tantas atividades neces-sárias, corremos para a casa de Deus e geralmente chegamos atrasados.  Atraso indica uma consciência relaxada e quantos de nós somos culpados disto!  Se a realeza (a corte da rainha) estivesse presente conosco no culto de adoração no Dia do Senhor, com certeza estaríamos bem preparados, chega-ríamos mais cedo e ocuparíamos os lugares da frente.  Por que é que não fazemos isto quando o Senhor dos senhores e Rei dos reis é o nosso convi-dado de honra?

Pessoas que são negligentes na preparação do coração e da alma para a presença de Deus geralmente são pessoas que na verdade não esperam sentir a presença de Deus de modo nenhum.  A sua religião é tão formal e rotineira que sentir a presença de Deus não é uma questão importante para elas. Já se acomodaram aos meros enfeites do cristianismo e parecem estar contentes sem qualquer tipo de consciência da Presença Divina.

 

A Solução

Não é verdade que nós, freqüen-temente andamos de uma reunião para outra sem jamais buscar ou sentir a presença de Deus entre nós? A única coisa significativa na nossa religião ou na nossa atividade religiosa é a ausência da presença de Deus.  Nós vamos ao lugar santo e voltamos de lá, e o único fato evidente é que Deus não está presente em poder e realidade.

Quaisquer que sejam as razões que possamos dar para a ausência da presença de Deus, e são muitas,  a principal razão é o pecado de uma forma ou de outra, e este precisa ser tratado antes que possamos experimentar de novo aquela sensação profunda da presença de Deus se movendo entre nós.

Imagine a diferença que faria na sua igreja ou na minha se em algum domingo Jesus entrasse pelo corredor e se sentasse num banco bem na frente. Isto traria uma atmosfera santa no nosso culto e seria uma experiência que nós nunca esqueceríamos.  É muito difícil que isto aconteça.  Entretanto nós podemos experimentar a Sua presença tão real como se Ele estivesse sentado mesmo no banco da frente, mas teríamos que tratar com o pecado que afastou a Sua presença de nós, tanto individual como coletivamente. Façamos com seriedade esta pergunta:  “ O que aconteceu com a presença de Deus?”

“Volta, Volta doce Espírito Santo !

Ó mensageiro suave do consolo.

Odeio o pecado que te trouxe pranto

E que  te afastou tanto do meu colo.”

De LIFE INDEED (VIDA DE VERDADE)

 

           

 

LIBERTANDO-SE DO MEDO

 

Libertando-se do Medo!


                   As economias das nações estão enfraquecendo e se desintegrando, e o medo está aumentando no mundo inteiro. E agora, como este movimento continua, estamos testemunhando as palavras que Jesus pronunciou:

"...sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade...homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados." (Lucas 21:25-26). Cristo está nos advertindo, "Sem confiança em mim, multidão de pessoas irão literalmente morrer de medo!"

Porém, para os seguidores de Jesus, que acreditam nas promessas protetoras de Deus aos seus filhos, há uma libertação gloriosa de todo o medo. De fato, todos aqueles que estão sob o domínio de Cristo, jamais temerão se simplesmente agarrarem-se ao seguinte segredo: a verdadeira libertação do medo se dá quando há uma entrega total da vida nas mãos de Deus.

Entregar nossas vidas aos cuidados de Deus é um ato de fé. Significa colocar nossas vidas completamente sob o Seu poder, sabedoria e misericórdia, para serem guiadas e preservadas exclusivamente de acordo com a Sua vontade. E, se assim o fizermos, o Deus do universo promete se responsabilizar totalmente por nós: nos alimentando, nos vestindo, nos abrigando e guardando os nossos corações de todo o mal.

Jesus deu o exemplo final deste tipo de renúncia santa, quando foi para a cruz. Logo antes de entregar Seu espírito, Jesus clamou em alta voz, "...Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito..." (Lucas 23:46).

Cristo literalmente pôs a guarda, tanto da Sua vida quanto do Seu futuro eterno, em custódia do Pai. E, fazendo assim, colocou a alma de todas as Suas ovelhas nas mãos do Pai.

Você pode querer saber: " Mas Jesus não disse que Ele tinha autoridade tanto para entregar a sua vida como para reavê-la? (veja João 10:18). Se Ele tinha o poder para reaver Sua vida, porque a entregou para ser preservada nas mãos de Deus?" A resposta é óbvia: Jesus fez isto para servir de exemplo para todos as Suas ovelhas!

1. Deus Tem Autoridade, Sabedoria, Boa Vontade e Amor Para Proteger Seu Povo Amado.

Se estão nos pedindo para confiar nossas vidas a alguém, então temos que saber se este alguém tem o poder de nos guardar de todos os perigos, ameaças e violências. Caso contrário, nossa confiança é inútil. Colocando de maneira simples, nosso Deus tem que ter a sabedoria e a autoridade para nos guiar, como também a uma incontável multidão, através das várias crises e dificuldades. E Ele tem de cumprir esta orientação para com Seu povo em amor.

Agora, se você conhece o Senhor sob qualquer circunstância, então reconhece isto em Seu caráter. Ele é Todo-Poderoso, infinitamente sábio e um amigo que fica perto mais que um irmão. Na verdade Ele é a essência do amor. O apóstolo Paulo escreveu, "...eu sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia" (2Timóteo 1:12).

Paulo está dizendo, "Eu coloquei a minha vida nas mãos de Deus. E estou convencido de que Ele não irá defraudar a minha confiança. Ao contrário, fielmente cumprirá Sua palavra no sentido de guardar-me porque pode e quer fazê-lo. Esta tem sido a minha experiência com o Senhor!"

Atualmente, como um tempestade acumula-se sobre a nossa nação, nossa escolha é clara. Podemos entregar nossas vidas nas mãos de Deus, ou então nos responsabilizar pela nossa própria proteção e guarda - uma tarefa impossível quando Deus está abalando todas as coisas!

O fato é: nossa paz e satisfação sempre dependem de nossa submissão a Deus, não importa a circunstância. O salmista escreveu, "Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu Coração". (Salmos 37:4)

Se você Entregou a Sua Vida Totalmente Nas Mãos de Deus, Então Será Capaz
de Suportar Todo e Qualquer Sofrimento.

Não importa a calamidade que caia sobre você, você sabe que isto não é uma condenação espiritual, porque você é barro nas mãos do Pai. Ele quer que você seja capaz de atravessar o seu dia-a-dia sem medo ou ansiedade, confiando totalmente no Seu cuidado. E a sua submissão a Ele tem um efeito prático na vida - quanto mais submisso estiver aos cuidados e proteção de Deus, mais indiferente você estará às condições ao seu redor.

Se você se entregou a Ele, não tentará constantemente ficar imaginando como será o próximo passo; não fícará assustado com as notícias horrorosas que o rodeiam; não ficará oprimido quando pensar nos dias que advirão, porque você entregou a sua vida, a sua família e futuro nas mãos seguras e amorosa de Deus.

Eu pergunto o quão ansiosas e preocupadas, você pensa que as ovelhas estão quando estão seguindo o seu pastor nos pastos abertos? Elas na verdade não estão nem um pouco preocupadas, porque se encontram totalmente submissas à sua liderança. Igualmente, nós somos ovelhas de Cristo, que é o nosso grande pastor. Assim, porque haveríamos de nos preocupar ou de nos inquietar com a nossa vida e futuro? Ele sabe perfeitamente como proteger e preservar o rebanho dEle porque nos conduz com amor!

Como Está Sendo Realizada a Sua Entrega Nas Mãos de Deus?

Vemos na Bíblia que sempre que alguém se introduziu neste caminho de auto-resignação, fez isto somente com grande seriedade de pensamento. É fácil, de um modo geral, para os cristãos hoje, dizerem "Que a vontade de Deus seja feita". Mas é totalmente diferente para nós ter que submeter a Deus uma circunstância particular.

Na minha própria vida, aprendi a confiar um problema de cada vez a Deus. Pense nisto: como posso dizer que confio em Deus em todas as coisas, se não provei que posso confiar nEle em apenas uma coisa? Dizer meramente as palavras "Confio completamente no Senhor" não é suficiente. Tenho que provar isto inúmeras vezes na minha vida, nas diversas áreas e nas coisas cotidianas.

Também, a entrega da nossa vida nas mãos de Deus não pode ser forçada. Ela deve ser uma renúncia livre e desejada. Há vários exemplos bíblicos de pessoas que falharam nisto. Considere o faraó do Egito: somente quando não pôde mais oferecer resistência às pragas de Deus, foi que conformou-se em deixar Israel tomar o caminho do deserto.

Igualmente, muitas pessoas hoje têm dito, "Eu renuncio, eu me entrego, eu confio," somente depois que viram que não havia outra solução para o seu problema. Mas a verdadeira renúncia que agrada a Deus é aquela feita livre e prontamente, antes de não sabermos mais o que fazer. Nós temos que agir em concordância com o Senhor, como Abraão fez, entregando sua vida a Deus como um cheque em branco deixando o Senhor preenchê-lo todo.

Deus não aceitará menos do que nosso tudo neste caso. Se entregarmos nossa vida a Ele tibiamente, com algum tipo de reserva, somos tão culpados quanto Ananias e Safira foram. Eles simulavam dar o seu tudo a Deus, mas na realidade retiveram uma parte e pagaram com suas próprias vidas. Em resumo, nossa entrega a Deus deve ser incondicional. Não pode haver imposições ou restrições nas coisas do nosso Deus; temos que deixar todo o controle nas Suas mãos.

Agora, quando nos entregamos completamente nas mãos de Deus, submetemos todos os nossos próprios pensamentos, comportamentos e vontades, e concordamos totalmente com a Sua sabedoria e verdade. Tal entrega é por natureza um trabalho diário e contínuo. Não pode ser feita uma vez somente. Deus não se deixa iludir por nossas temporárias submissões em tempos de aflição, nem por nossa falsa obediência.

Embora o salmista diga que devemos confiar em Deus em todos os momentos, a nossa carne orgulhosa deseja manter o controle sobre a nossa vida. Ela constantemente tenta nos convencer de que podemos nos manter com nossos próprios esforços. E assim, no exato instante que nos entregamos completamente a Deus, nossa carne levanta a sua teimosa vontade, e rapidamente descobrimos a determinação do nosso coração em fazer o que ele quer.

Lançar-se à Dependência Completa de Deus é Uma das Coisa Mais Difíceis Que Nós Cristãos Temos Que Fazer

A renúncia total a Deus é uma tarefa impossível que só pode ser feita pela fé. No entanto, uma vez feita esta renúncia santa ao Senhor, nenhuma dificuldade pode prevalecer sobre nós. A fé em nosso Pastor nos sustentará, alma e corpo, através de todas as dificuldades, desânimos e impossiblidades naturais.

Entretanto, temos que estar cientes, que uma vez feito este compromisso, nós acionamos um alto alarme no inferno. Logo que um cristão submisso entrega o controle ao Senhor, colocando todos os problemas de sua vida nas Suas mãos, Satanás se levanta para se opor a Ele com ferocidade.

Veja o que aconteceu com Paulo: enquanto trilhava seu caminho farisaico, longe da vontade de Deus, ele não sentiu nenhuma oposição do inimigo. Mas quando colocou a vida inteiramente na custódia de Deus, foi implacavelmente esbofeteado e atacado.

Igualmente, amado, se você entrega tudo a Deus, terá a feroz oposição de todos os poderes das trevas. Satanás erguerá montanhas de situações amedrontadoras diante de você, tentando dirigi-lo à incredulidade. Ele inundará sua mente e seu coração com dúvidas e medos que nunca tinham aparecido antes. Sua estratégia é simplesmente direcionar o seu olhar para "como as coisas vão ficar ruins" afastando-o das promessas de Deus de protegê-lo de qualquer crise.

Eu senti, muitas vezes, esta luta ao longo dos meus anos de ministério. Quando tempos difíceis vieram, dúvidas apareceram no meu coração e sussurraram acusatoriamente, "Bem, David, o que fará agora? Como você será preservado nesta crise? Qual é o seu plano de sobrevivência?"

Satanás fará qualquer coisa para manter nosso enfoque longe de Jesus! Nós também sabemos pelas escrituras que todos aqueles que se comprometem a seguir Cristo experimentam este tipo de tentação.

O Medo Inevitavelmente Virá Sobre Você  Quando a Tempestade Chegar.

Os profetas bíblicos nos advertiram que quando víssemos Deus abalando os povos, e tempos perigosos sobreviessem, nosso homem natural temeria grandemente. Ezequiel perguntou, "Estarão fortes as minhas mãos, nos dias em que eu vier tratar contigo?" (Ezequiel 22:14).

Quando Deus avisou Noé sobre a vinda do Seu julgamento e lhe disse para construir uma arca, Noé "agiu com temor" (Hebreus 11:7). Até mesmo o ousado e corajoso David disse, "Arrepia-se a carne com temor de ti, e temo os teus juízos." (Salmos 119:120). E quando o profeta Habacuque viu desastrosos dias à sua frente, gritou, "Ouvi-o, e meu íntimo se comoveu, à sua voz, tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e os joelhos me vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia..." (Habacuque 3:16).

Por favor, perceba à medida que lê estas passagens: o medo que sobreveio sobre estes homens de Deus, não era um medo carnal, mas um temor reverente ao Senhor. Estes santos não estavam com medo do inimigo de suas almas, mas temiam o julgamento justo de Deus. E foi porisso que entenderam o terrível poder que havia por trás das calamidades que se aproximavam. Eles não temeram as conseqüências da tempestade, mas sim a santidade de Deus.

Cada um de nós, do mesmo modo, experimentará um medo esmagador nos próximos tempos de destruição e calamidade. Mas o nosso medo deverá proceder de uma santa reverência ao Senhor, e nunca de uma ansiedade carnal no que diz respeito ao nosso destino. Deus despreza todos os nossos medos pecaminosos, o medo de perder coisas materiais, riquezas ou padrão de vida.

No mundo inteiro hoje, as pessoas estão tomadas por este tipo de medo, à medida que vêem a economia de suas nações se deteriorando. Elas têm medo de que um desastre econômico acabe com todas as coisas que elas labutaram ao longo de suas vidas. E estão dizendo: "Todo o meu suor, todos os meus esforços para construir um patrimônio e garantir o futuro, estão a ponto de ruir. Vou viver na miséria!"

Este é o grito dos incrédulos que não têm nenhuma esperança. Não deve ser o grito daquele que crê em Deus. Em verdade, se você realmente é um filho de Deus, o Pai celestial não suportará tal incredulidade em você. Isaías advertiu:

"...quem, pois és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva? Quem és tu que te esqueces do SENHOR, que te criou...e temes continuamente todo o dia de furor do tirano..." (Isaías 51:12-13). "Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto [medo]." (Isaías 8:13)

Deixe Deus ser seu medo e temor. Este tipo de medo nos leva à vida e não à morte!

Agora Mesmo, a América Está Cheia de Pessoas Que Pensam Que Nenhuma
Calamidade Desoladora Cairá Sobre Elas.

Ao longo da história, as pessoas acreditaram que poderiam controlar muito bem qualquer calamidade sem fé em Deus. O profeta Isaías escreve que tais escarnecedores se vangloriam dizendo: "...quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós..." (Isaías 28:15)

Isaías diz que estas pessoas são cegas espiritualmente: "Senhor, a tua mão está levantada, mas nem por isso a vêem..." (Isaías 26:11). Em outras palavras, elas não atribuirão qualquer calamidade como obra de Deus. Ao contrário, agirão como se não existisse em absoluto um Deus no céu para as fazer prestar contas de sua incredulidade.

Atualmente na América muitos escarnecedores pensam que suas riquezas irão salvá-los de qualquer calamidade. Mas a palavra de Deus diz, em termos precisos, que quando a agitação divina começar, o rico incrédulo irá repentinamente ver a inutilidade do seu patrimônio:

"Naquele dia, os homens lançarão às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata e os seus ídolos de ouro, que fizeram antes para se prostrarem, e meter-se-ão pelas fendas das rochas e das cavernas das penhas, ante o terror do SENHOR e a glória da sua majestade, quando ele se levantar para espantar a terra." (Isaías 2:20-21).

Outros escarnecedores podem dizer: "Por que toda preocupação e inquietação? As coisas continuam como são desde o começo da humanidade. Calamidades vieram e se foram, e nós sempre temos sobrevivido. Economias podem entrar em colapso, impérios podem cair, mas a vida humana vai continuar".

"Não podemos dar ouvidos a estes profetas da destruição. Eles vêm dizendo as mesmas coisas durante séculos. O mundo não acabou, e eles disseram, diversas vezes, que iria acabar. Os tempos ruins sempre deram lugar aos bons. Simplesmente devemos aproveitar a vida enquanto podemos."

É verdade que os profetas de Deus soaram advertências em todas as gerações. Mas a história prova que Deus sempre enviou Seus julgamentos no tempo certo. John Owen, um grande pregador puritano, disse a seguinte mensagem à sua congregação em 9 de abril de 1680:

"Vocês sabem que durante anos, sem falhar, venho continuamente advertindo sobre a aproximação de um tempo calamitoso, e ponderando sobre os pecados que são as causas dele... disse que o julgamento começará na casa de Deus; que Deus parece ter endurecido nossos corações do temor a Ele...e que nenhum de nós sabe qual será o poder da Sua ira. Sob todos os pontos de vista predisse tempos perigosos, aflitivos e calamitosos...tudo isto, agora, jaz à porta, e está entrando em nós."

Escarnecedores, hoje, podem ler as palavras de Owen e dizer, "Isto prova o meu ponto de vista! Eis aqui um pregador do dia do juízo final, de 300 anos atrás, tentando colocar susto na sua sociedade. Mas o mundo continuou, apesar de tudo o que ele disse. As coisas continuam como sempre!"

O que tais escarnecedores não perceberam é que Deus enviou os julgamentos terríveis naquela sociedade. John Owen presenciou aos prantos um violento holocausto que subjugou Londres e destruiu esta grande cidade. De fato, ele viu o cumprimento de cada uma de suas poderosas profecias: guerras, destruição, economias quebradas, depressão em âmbito nacional, doenças que dizimaram multidões de pessoas desatentas e despreocupadas.

Ainda antes dele ver uma única destas calamidades acontecer, Owen fielmente gritou no púlpito: "Eu vou lhes mostrar como devemos nos comportar diante desta aflitiva calamidade que está vindo sobre nós, e que pode alcançar, quem sabe, até mesmo o pescoço."

Amados, nós estamos vivendo nos mesmos tempos de Owen. E em tempos assim, só há uma resposta para o holocausto financeiro que está vindo: "O justo viverá pela fé!" Owen preveniu o seu povo com lágrimas: " Consiga uma arca, prepare-a para segurança de você e de sua família." Então, acrescentou:

"Esta arca é Jesus Cristo. Não há outro caminho, nenhuma outra arca, pois Isaías o profeta, disse do nosso Senhor, "e será aquele Varão (Cristo) como um esconderijo contra o vento, e um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos, e como a sombra de uma grande rocha em uma terra sedenta.""

"Esta é a nossa arca abençoada àqueles que confiam somente nEle...eu não conheço nenhum seguro, nenhum livramento para as provações e aflições que se aproximam sobre a terra, mas acredito em Cristo como nosso único refúgio."

Senhor, Dê-nos Olhos Espirituais Para Enxergar Sua Parede de Fogo Protetora
Em Torno da Sião Espiritual, Guardando e Protegendo Todos Aqueles Que Entregaram as Vidas em Suas Mãos!

Nós podemos ver perigos em todos os lados, incluindo o diabo e os seus principados que querem sufocar nossa fé com dúvidas. Mas temos estado cercados pela proteção ardente de anjos e de um Deus que irá, sob juramento, nos arrebatar de qualquer infortúnio com o qual possamos nos deparar.

Assim, deixe-me lhe perguntar: você quer enfrentar a próxima tempestade com uma calma confiança e em paz espiritual? Então morra hoje para todos os seus próprios caminhos e para os seus próprios meios de sobrevivência, e entregue a guarda total de sua vida aos cuidados de Deus. Ele é o seu bom e amoroso Pastor e fielmente cuidará de você em tudo!



                    Por David Wilkerson

NÓS NOS TORNAMOS NAQUILO QUE AMAMOS

 

Nós Nos Tornamos Naquilo Que Amamos

 

Estamos todos num processo de transformação. Já saímos daquilo que éramos e chegamos a esta posição onde estamos; agora estamos caminhando para aquilo que seremos.

Saber que nosso caráter não é sólido e imutável e, sim, flexível e maleável não é, em si, uma idéia que incomoda. De fato, a pessoa que conhece a si mesma pode receber grande consolo ao compreender que não está petrificada no seu estado atual; que é possível deixar de ser aquilo que se envergonha de ter sido até então; e que pode caminhar em direção à transformação que seu coração tanto almeja.

O que perturba não é o fato de estarmos em transformação, e sim no quê estamos nos tornando; não é problema o estarmos em movimento, precisamos saber para onde estamos nos movendo. Pois não está na natureza humana mover-se num plano horizontal; ou estamos subindo ou descendo, alçando vôo ou afundando. Quando um ser moral (com o poder de escolha) se desloca de uma posição a outra, necessariamente é para o melhor ou para o pior.

Isto é confirmado por uma lei espiritual revelada no Apocalipse: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Ap 22.11).

Não só estamos todos num processo de transformação, mas estamos nos tornando naquilo que amamos. Em grande medida, somos a somatória de tudo que amamos e, por necessidade moral, cresceremos na imagem daquilo que mais amamos; pois o amor, entre outras coisas, é uma afinidade criativa; muda, molda, modela e transforma. É sem dúvida o mais poderoso agente que afeta a natureza humana depois da ação direta do Espírito Santo dentro da alma.

O objeto do nosso amor, então, não é um assunto insignificante a ser desprezado. Pelo contrário, é de importância atual, crítica e permanente. É profético do nosso futuro. Mostra-nos o que seremos e, desta forma, prediz com precisão nosso destino eterno.

Amar objetos errados é fatal para o crescimento espiritual; torce e deforma a vida e torna impossível a imagem de Cristo se formar na alma humana. É somente quando amamos as coisas certas que nós mesmos podemos estar certos; e é somente enquanto continuamos  amando-as que podemos nos deslocar lenta, mas firmemente, em direção aos objetos da nossa afeição purificada.

Isto nos dá em parte (e somente em parte) uma explicação racional para o primeiro e grande mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37).

Tornar-se semelhante a Deus é, e precisa ser, o supremo objetivo de toda criatura moral. Esta é a razão da sua criação, a finalidade sem a qual não existiria nenhuma desculpa para sua existência. Deixando de fora, no momento, aqueles estranhos e belos seres celestiais a respeito dos quais conhecemos tão pouco (os anjos), concentraremos nossa atenção na raça caída da humanidade. Criados originalmente na imagem de Deus, não permanecemos no nosso estado original, deixamos nossa habitação apropriada, ouvimos os conselhos de Satanás e andamos de acordo com o curso deste mundo e com o espírito que agora opera nos filhos da desobediência.

Mas Deus, que é rico em misericórdia, com seu grande amor com que nos amou, mesmo quando estávamos mortos em nossos pecados, proveu-nos expiação. A suprema obra de Cristo na redenção não foi salvar-nos do inferno, mas restaurar-nos à semelhança de Deus, ao propósito declarado em Romanos 8: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).

Embora a perfeita restauração à imagem divina aguarda o dia do aparecimento de Cristo, a obra da restauração está em andamento agora. Há uma lenta, porém firme, transmutação do vil e impuro metal da natureza humana para o ouro da semelhança divina, que ocorre quando a alma contempla com fé a glória de Deus na face de Jesus Cristo ( 2 Co 3.18).

Supremo Amor a Deus

Neste ponto, seria proveitoso antecipar uma dificuldade e tentar esclarecê-la. É a questão que surge de um conceito errado sobre o amor. Este conceito errado pode ser definido mais ou menos assim: O amor é volúvel, imprevisível e quase totalmente fora do nosso controle. Surge espontaneamente e tanto pode perdurar como apagar-se sozinho. Como, então, podemos controlar nosso amor? Como podemos direcioná-lo para objetos mais ou menos dignos? E, especialmente, como podemos obrigá-lo a focalizar-se em Deus como o objeto apropriado e permanente da sua devoção?

Se o amor fosse, de fato, imprevisível e além do nosso controle, estas perguntas não teriam respostas satisfatórias e nossa perspectiva seria desoladora. A simples verdade, entretanto, é que o amor espiritual não é esta emoção caprichosa e irresponsável que as pessoas pensam erroneamente que é. O amor é servo da nossa vontade e sempre terá de ir para onde for enviado e fazer o que lhe foi ordenado.

A expressão romântica “apaixonar-se” nos deu a noção que somos obrigatoriamente vítimas das flechas do Cupido e que não podemos ter controle algum sobre nossos sentimentos. Os jovens hoje esperam se apaixonar e ser arrebatados por uma tempestade de emoções deliciosas. Inconscientemente, estendemos este conceito de amor à nossa relação com o Criador e nos perguntamos: Como podemos nos obrigar a amar a Deus acima de todas as coisas?

A resposta a esta pergunta, e a todas as outras relacionadas a ela, é que o amor que temos por Deus não é o amor do sentir, mas o amor do querer. O amor está dentro do nosso poder de escolha, de outra forma não teríamos na Bíblia a ordem de amar a Deus, nem teríamos de prestar contas por não amá-lo.

A mistura do ideal de amor romântico com o conceito de como nos relacionar com Deus foi extremamente prejudicial às nossas vidas cristãs. A idéia de que é necessário “apaixonar-se” por Deus, como algo passivo da nossa parte, fora do nosso controle, é uma atitude ignóbil, antibíblica, indigna da nossa parte e que certamente não traz honra alguma ao Deus Altíssimo. Não chegamos ao amor por Deus através de uma repentina visitação emotiva. O amor por Deus vem do arrependimento, de um desejo de mudar o rumo da vida e de uma determinação resoluta de amá-lo. À medida que Deus entra de maneira mais completa no foco do nosso coração, nosso amor por ele pode, de fato, expandir-se e crescer dentro de nós até varrer, qual enchente, tudo que estiver à sua frente.

Mas não devemos esperar por esta intensidade de sentimento. Não somos responsáveis por sentir, somos responsáveis por amar, e o verdadeiro amor espiritual começa com o querer. Devemos fixar nosso coração para amar a Deus acima de todas as coisas, por mais frio ou duro que este possa estar, e depois confirmar nosso amor através de cuidadosa e alegre obediência à sua Palavra. Emoções prazerosas certamente seguirão. Cânticos de passarinhos e flores não produzem a primavera, mas quando a primavera chega todos estes sinais a acompanharão.

Agora, apresso-me em negar qualquer identificação com a idéia popular de salvação por esforço humano ou força de vontade. Estou radicalmente oposto a toda forma de doutrina, com “capa” cristã, que ensina a depender da “força latente dentro de nós”, ou a confiar em “pensamento criativo” no lugar do poder de Deus. Todas estas filosofias infundadas falham exatamente no mesmo ponto – por presumirem erroneamente que a correnteza da natureza humana possa ser levada a voltar e subir as cataratas no sentido contrário. Isto é impossível. “A salvação vem do Senhor.”

Para ser salvo, o homem perdido precisa ser alcançado pelo poder de Deus e elevado a um nível superior. Precisa haver uma transmissão de vida divina no mistério do novo nascimento, antes de poder aplicar à sua vida as palavras do apóstolo: “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2 Co 3.18, NVI).

Ficou estabelecido aqui, espero, que a natureza humana está num processo de formação e que vai progressivamente se transformando na imagem daquilo que ama. Homens e mulheres são amoldados por suas afeições e poderosamente afetados pelo desenho artístico daquilo que amam. Neste mundo adâmico e caído, isto produz diariamente tragédias de proporções cósmicas. Pense no poder que transformou um garotinho inocente, de bochechas rosadas, num Nero ou num Hitler. E Jezabel, será que sempre foi a mulher maldita cuja cabeça nem os cachorros quiseram comer? Não! No princípio, ela também sonhou com a pureza de uma garotinha e se enrubescia ao pensar no amor sentimental; mas logo ficou atraída por coisas perversas, admirava-as e finalmente passou a amá-las. Aí a lei da afinidade moral tomou conta e Jezabel, como argila na mão do oleiro, se tornou aquele ser deformado e odioso que os eunucos jogaram pela janela (2 Rs 9.30-37).     

 Objetos Morais Dignos do Nosso Amor

Nosso Pai celestial proveu para seus filhos objetos morais e dignos de serem admirados e amados. São para Deus como as cores no arco-íris em volta do trono. Não são Deus, porém estão mais próximos a Deus; não podemos amá-lo sem amar estas coisas e à medida que as amarmos, seremos capacitados a amá-lo ainda mais. Quais são elas?

A primeira é justiça. Nosso Senhor Jesus amava justiça e odiava iniqüidade (Hb 1.9). Por esta razão, Deus o ungiu com o óleo da alegria acima de todos seus companheiros. Aqui temos um padrão definido. Amar implica também em odiar. O coração atraído à justiça será repelido pela iniqüidade no mesmo grau de intensidade; esta repulsão moral é ódio. A pessoa mais santa é aquela que mais ama a justiça e que odeia o mal com o ódio mais perfeito.

Depois vem a sabedoria. Temos a palavra “filosofia”, que vem dos gregos e significa o amor à sabedoria; porém os profetas hebreus vieram antes dos filósofos gregos e seu conceito de sabedoria era muito mais elevado e espiritual do que qualquer coisa que se conhecesse na Grécia. A literatura da sabedoria no Velho Testamento – Provérbios, Eclesiastes e alguns dos Salmos – pulsa com um amor à sabedoria desconhecido até por Platão.

Os escritores do Velho Testamento colocam a sabedoria num plano tão elevado que às vezes mal conseguimos distinguir a sabedoria que vem de Deus da sabedoria que é Deus. Os hebreus anteciparam por alguns séculos o conceito grego de Deus como a essência da sabedoria, embora seu conceito da sabedoria fosse mais moral do que intelectual. Para os hebreus, o homem sábio era o homem bom e piedoso, e sabedoria na sua maior nobreza era amar a Deus e guardar seus mandamentos. O pensador hebreu não conseguia separar sabedoria de justiça.

Um outro objeto para o amor cristão é a verdade. Aqui também teremos dificuldade em separar a verdade de Deus da sua pessoa. Cristo disse: “Eu sou a verdade”, e ao dizer isso, uniu verdade com a divindade de forma indissolúvel. Amar a Deus é amar a verdade, e amar a verdade com ardor constante é crescer em direção à imagem da verdade e afastar-se da mentira e do erro.

Não é necessário tentar relacionar todas as outras coisas boas e santas que Deus aprovou como nossos modelos. A Bíblia as coloca diante de nós: misericórdia, bondade, pureza, humildade, compaixão e muitas outras, e aqueles que forem ensinados pelo Espírito saberão o que fazer a respeito delas.

Em síntese, devemos amar e cultivar interesse em tudo que é moralmente belo. Foi por isto que Paulo escreveu aos filipenses: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Fp 4.8).

A. W. Tozer

O AMOR - A CHAVE PARA HERDAR A VIDA ETERNA

 

O AMOR - A CHAVE PARA HERDAR A VIDA ETERNA


Que farei para herdar a vida eterna?" foi a pergunta   que um intérprete  da Lei fez a Jesus, em Lucas 10:25. Jesus replicou com suas próprias  perguntas: "Que está escrito na Lei? Como interpretas?" Sua resposta foi previsível, uma vez que Jesus consistentemente mandava os homens de volta às Escrituras para responder todas as perguntas espirituais. Em sua resposta, o professor da Lei citou os mandamentos para amar a Deus com todo nosso coração e amar nosso próximo com a nós mesmos. Jesus concordou. Então, ele acrescentou: "faze isto e viverás" (Lucas 10:28). Jesus recusava permitir que a discussão de sua palavra ficasse na teoria. Ele exigia que os homens praticassem o que sabiam. Amar a Deus e ao próximo podem ser tópicos interessantes para conversa, mas a intenção é que sejam mandamentos para serem obedecidos, e não filosofias a debater. O intérprete da Lei preferiu falar sobre como receber a vida eterna; Jesus lhe ordenou que fizesse o que era necessário para obtê-la.

Considere estes dois mandamentos cuidadosamente: Amar a Deus e ao teu próximo. Os dois próximos parágrafos em Lucas ilustram o que cada mandamento significa. Para explicar o que significa amar o próximo, Jesus contou a parábola do bom samaritano. Para exemplificar a idéia de amar a Deus, Lucas contou a história da visita de Jesus à casa de Marta e Maria.

 

Amar o teu próximo

A parábola do bom samaritano (Lucas 10:30-37) é um dos mais conhecidos ensinamentos de Jesus. A história apresenta quatro conjuntos de  personagens: O homem que foi roubado, espancado e deixado como morto. Quase nada sabemos sobre este homem, exceto que estava viajando de Jerusalém para Jericó. Não sabemos sua classe social, seu caráter, nem mesmo sua raça. Não sabemos se ele tinha feito alguma coisa para merecer estes ferimentos. Não faz diferença: O amor ao próximo responde à necessidade, não à identidade da pessoa.  Os assaltantes. Eles se aproveitaram de sua vítima, tomaram o que puderam, e se desfizeram dela. Muitos hoje em dia olham para os outros do mesmo modo que os ladrões. Procuram ganhar o que podem de alguém e depois não se preocupam mais com ele. Um sacerdote e um levita que estavam viajando pela estrada. Eles viram o homem ferido e se desviaram, passando pelo outro lado. A despeito da posição religiosa deles, evidentemente encontraram alguma desculpa para não ajudar. O samaritano. Um judeu poderia ter esperado que o samaritano tivesse sido o vilão da história. Mas Jesus mostrou que alguns dos desprezados samaritanos eram mais justos até mesmo que sacerdotes e levitas.

O que tornou o samaritano diferente? Ele teve compaixão pelo homem ferido. Os outros estavam tão absorvidos consigo mesmos que realmente não se interessaram por ele, mas quando o samaritano viu a vítima, ele teve compaixão dela. Ele se arriscou. O assalto mostrava vividamente que a estrada era perigosa. Mas ele parou, cuidou dos ferimentos do homem e levou-o a uma hospedaria para receber tratamento. Ele fez o que pôde. O samaritano não era um centro médico totalmente equipado. Ele não era médico. Ele não construiu nenhum hospital. Sem dúvida, havia outros que poderiam estar bem mais qualificados para ajudar se estivessem na cena. Mas este samaritano fez o que pôde com o que tinha. Ele tomou de seu próprio óleo e vinho e tratou os ferimentos. Ele usou seu próprio animal para transportar o homem. Ele pagou a estadia do homem na hospedaria e prometeu pagar quaisquer despesas restantes quando voltasse.

Jesus perguntou ao intérprete da Lei qual deles tinha-se mostrado ser o próximo do homem ferido. Ele respondeu corretamente que foi aquele que o tinha socorrido. O homem tinha aprendido que a identidade de nosso próximo não depende de lugar ou raça, mas que todo aquele que necessita de nossa ajuda é nosso próximo. De novo, Jesus ordenou ao homem: "Vai e procede tu de igual modo" (Lucas 10:37). O amor precisa ser praticado, não admirado.

 

Amar a Deus

A visita de Jesus à casa de Marta e Maria ilustra o verdadeiro significado de amar a Deus: "Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada os pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se  aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada" (Lucas 10:38-42).

 

Marta era uma boa senhora. Ela recebeu bem Jesus em sua casa. Ela poderia ter-se incomodado com o serviço extra e a perturbação que sua visita traria e ter pedido a Ele que se fosse, mas não o fez. Ela estava ansiosa por sentar-se e ouvir o Senhor, como sua irmã Maria estava fazendo, mas as exigências de suas preparações deixaram-na sem tempo para fazer isso. Talvez ela estivesse preparando uma refeição, limpando a casa ou atendendo às outras tarefas domésticas da família. Seus elevados padrões nessa área e sua compulsão para ter as coisas bem em ordem para a visita de Jesus frustraram-na grandemente. Ela ficou irada porque sua irmã não a estava ajudando. Jesus apontou o problema dela: estava aflita e aturdida por muitas coisas. Não eram coisas más, porém não eram "aquela coisa" de importância suprema. Ela estava aplicando esforço de primeira qualidade a atividades de segunda qualidade.

Maria, em contraste, sentou-se aos pés de Jesus, ouvindo-o. Havia uma refeição para ser preparada, talvez uma casa para ser limpa, mas Maria escolheu passar o seu tempo com seu Senhor. Tanto Maria como Marta tinham algum amor por Jesus. Mas Maria era aquela que amava a Jesus com "todo" o seu coração, com "toda" a sua alma, com "toda" a sua força, e com "todo" o seu entendimento. Amar assim a Cristo significa escolher buscar as prioridades espirituais, mesmo se isso significar fazer outras coisas não tão bem, ou mesmo não fazê-las.

 

Aplicações

Jesus concordou que amar a Deus e amar ao próximo são as coisas que temos que fazer para ir para o céu. Em outra ocasião ele disse que estes são os dois maiores mandamentos (Mateus 22:37-39). É impossível ressaltar demais estes dois princípios. Contudo, o amor é pouco entendido e ainda menos praticado. Muitos vêem o amor como uma sensação, um sentimento ou emoção. Uma vez que têm uma bondosa disposição para com Deus e um espírito pacífico para com os outros, eles crêem que já cumpriram todas as responsabilidades do amor. Precisamos prestar cuidadosa atenção a estas ilustrações do amor porque elas nos ajudam a entender o que o amor realmente significa na prática.

O bom samaritano socorreu o homem necessitado. O amor é ativo. O amor vê aqueles que têm problemas --físicos ou espirituais-- e sente compaixão por eles. Muitas pessoas estão muito absorvidas consigo mesmas para se preocuparem com os outros e suas dificuldades. Para amar como o samaritano amou, precisamos esquecer de nós mesmos e nos comovermos com o sofrimento dos outros. Isso nunca é mais verdadeiro do que quando vemos pessoas que precisam de auxílio espiritual. Jesus viu as multidões como ovelhas sem pastor e sentiu compaixão por elas, ainda que ele mesmo estivesse exausto (Marcos 6:34). Ele partilhou ansioso a água viva com uma mulher imoral, a despeito de sua própria fome, sede e fadiga (João 4). O amor aceita riscos para ajudar os outros. Algumas vezes o maior risco que tememos é a rejeição. Se outras pessoas desprezarem nossas tentativas para ajudá-las, sentiríamos feridos. Assim, buscando isolar-nos do risco de ter nosso ego arranhado, evitamos aproximarmo-nos delas. É arriscado convidar um vizinho a ler a Bíblia conosco, chegar a um irmão e reprová-lo, ou desafiar um amigo com respeito à vida dele. O amor arrisca rejeição para ajudar os outros. O amor faz o que pode. Não podemos fazer tudo o que alguém possa precisar, mas podemos fazer alguma coisa. Não temos todas as respostas, mas temos algumas. O amor serve.

Maria escolheu a boa parte e essa escolha demonstrou seu amor por Jesus. Nossas escolhas sempre demonstram o que amamos. E uma coisa é certa: escolhas serão feitas porque ninguém pode fazer tudo. Algumas coisas que, por si mesmas, são boas e apropriadas, terão que ser omitidas. O que escolheremos? Algumas pessoas escolhem o urgente em vez do importante, fazendo as coisas que precisam ser feitas imediatamente em vez das coisas que são muito mais valiosas a longo prazo.Uma vez que muitas tarefas espirituais (coisas como orar e estudar) podem ser feitas a qualquer tempo, elas tendem a ser postas de lado enquanto nos concentramos em atividades com limite de tempo. Alguns escolhem as coisas que são visíveis em vez das coisas que as pessoas não podem ver. Uma vez que as atividades espirituais não são percebidas pelos outros, elas podem ser facilmente negligenciadas. Marta recebeu bem a Cristo, porém não escolheu a boa parte. Tinha tantas outras coisas que a sobrecarregavam e preocupavam que não teve tempo para sentar-se e ouvir Jesus. O tempo que gastamos com Jesus é um sinal de quanto o amamos.

 

O amor é a chave para herdar a vida eterna. Amamos a Deus? Amamos nosso próximo?

 

 


AUTOR: Gary Fisher

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