O RESGATE DO IRMÃO DESAPARECIDO - O FRUTO DA
COMPAIXÃO
Nas costas da
Inglaterra, existe um lugar muito perigoso, cheio de rochedos que têm posto a
pique muitas embarcações.
Certa vez, um navio apanhado por um medonho temporal, naquele lugar perigoso,
foi jogado de encontro aos recifes, perdendo-se completamente com toda a carga.
A tripulação agarrou-se às pedras e de lá começou a pedir socorro.
Na manhã
seguinte passava por ali um navio de pesca. Os pescadores viram os vultos dos
náufragos, entre as rochas, fazendo sinais.
Entraram então nos botes, remaram e
foram em busca dos pobres náufragos.
Lutaram contra as ondas, fizeram os
maiores sacrifícios, mas conseguiram salvar todos eles. Todos, não; um deles
ficou.
Recolhidos os
náufragos, voltaram à cidade e deram notícia do que havia acontecido.
"Todos se salvaram?" era a pergunta geral.
O mestre de bordo
respondia: "Salvamos todos, menos um. Não foi possível demorar mais tempo.
Se ficássemos lá mais cinco minutos, morreríamos nós e ele. O mar estava
furioso e os nossos homens muito cansados."
Achava-se no
porto um rapaz, filho de uma viuva, conhecido pelo nome ou apelido de João Marinheiro.
Sabendo o que acontecera, sentiu imensa compaixão pelo náufrago que não pudera
ser salvo, e disse então aos companheiros que o rodeavam: "Quem quer ir
comigo salvar o que
falta?"
Logo se apresentaram diversos rapazes, tão abnegados quanto
João Marinheiro. Formou-se a equipe, pronta para sair ao mar alto.
Quando a velha
mãe de João Marinheiro soube da resolução do filho, correu ao porto e abraçando
o jovem, suplicou-lhe:
"Meu filho, não me deixe na miséria. Seu pai morreu
no mar quando você era pequeno. O seu irmão Guilherme há cinco anos
desapareceu, nunca mais tivemos notícias dele, embarcou em um navio estrangeiro e nunca mais voltou, não se sabe o que aconteceu com ele.
Certamente
já morreu por lá e ninguém nos deu notícias. Agora, meu Joãozinho, vai arriscar sua vida também, indo alugares perigosos, você quer deixar-me sozinha e
abandonada?"
A pobre
velhinha começou a chorar, agarrada ao pescoço do filho. Ò rapaz ficou com pena
dela, mas a possível morte do unico náufrago que restava ser resgatado preocupava-o ainda mais.
Desvencilhou-se
carinhosamente dos braços da boa velhinha, beijou-lhe as faces enrugadas,
entregou-a aos cuidados de um velho amigo e fez-se ao mar.
Com muita
dificuldade ele e seus companheiros, conseguiram andar pelos rochedos e, num
pequeno bote, entraram pelo meio dos recifes e foram procurando o náufrago.
Gritaram, fizeram barulho para ver se o homem dava sinal de vida, mas ... nada.
Finalmente o encontraram no alto de uma penha, desfalecido de fome, de sede e
de frio. Sem perder tempo, o tomaram nos braços, entraram no bote e o levaram
para o barco, onde lhe deram café quente.
Fizeram-lhe depois algumas massagens
e quando ele já estava reanimado, ofereceram-lhe alimento.
Rumo à cidade,
dois dias depois chegavam ao anoitecer, sendo esperados por um grande número de
pessoas.
E o velho amigo, a quem João deixou sua mãe aos cuidados dele, foi o primeiro a gritar
do cais:
"Olá, João, como foi? Salvou mesmo o homem?"
E João
Marinheiro, da proa do navio respondeu: "Sim, salvamos o homem! E, olhe,
corra a casa e diga a mamãe que o náufrago que trouxemos é o meu irmão Guilherme, desaparecido Há muito tempo."
O jovem desta
história, não foi salvar o náufrago por ser seu irmão, aliás ele não sabia quem
era, o fruto deste encontro foi a COMPAIXÃO pelos outros.
O espírito de Cristo sobrepujou ao deste jovem, porque Ele veio para
servir e morrer, não só por Seu povo, mas por toda a raça humana, inimiga Sua e
indigna do Seu amor.
João Marinheiro com seu amor incondicional e compaixão pelos outros imitou a Cristo e deu alegria a sua mãe e resgatou aquele que estava perdido
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