A RAPOSINHA DA COMPLEXIDADE
Hoje tem sido criado um ambiente de salvação tão complexo que muitos incrédulos olham para dentro da igreja e ficam desesperados e aterrorizados, porque não conseguirão preencher todos os requisitos e nuances para adquiri-la.
Por outro lado entendemos que a vida moderna trouxe complexidade para se viver, o ritmo de hoje é extremamente mais veloz.
Nas nossas igrejas atuais vemos refletida a complexidade da vida hodierna.
O aumento das grandes cidades, o desenvolvimento das igrejas em dimensão e número, a pluralidade das organizações eclesiásticas, bem como as vastas filantropias que as igrejas almejam oferecer ao povo. Tudo isso determinam novos métodos de trabalho, organizações modernas e de crescente pujança.
Num mundo como este em que vivemos, mui facilmente confundimo-nos no que respeita ao que devemos fazer e não fazer para sermos eficazes como igreja. Por outro lado devemos cuidar para não nos afastarmos da simplicidade e pureza, como diz Paulo em 2 Coríntios 11:3 “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo”, em outras palavras não devemos sair por aí inventando métodos, temos que sim é obedecermos aquilo que já foi planejado pelo Senhor Jesus.
Muitos têm se perdido em como conduzir sua vida espiritual ou seu ministério, sem cair em extremos grotescos e paradoxos.
Imagine a complexidade e infinitude introduzidas no relacionamento com o Deus transcendente criador, em questões vitais como o milagre da conversão.
“O próprio mundo já está pragmaticamente chegando à conclusão de que não dá para matematizar tudo, mas alguns grupos evangélicos, na contramão, passam a adotar tardiamente, do campo secular, idéias que descaracterizam não apenas a revelação da Palavra de Deus, mas o próprio bom senso.
Como exemplo disso quero citar a idéia que circula em muitos meios de pastores e líderes de que a ‘Igreja não deixa de ser um negócio, como qualquer outro’, um destes é o Movimento de Crescimento de Igrejas, que coloca essa proposição com as seguintes palavras: O pastor ‘ao assumir a direção de uma igreja, está sendo chamado a administrar um negócio’.
Sabemos que falta ao pastor muito preparo em vários aspectos da vida eclesiástica, quer no âmbito administrativo, quer no aspecto de aconselhamento e até na esfera expositiva da Palavra.
Mas a verdade bíblica é que a Igreja não é um negócio, nem no âmbito genérico, nem no âmbito local. Na realidade, ela funciona de forma contrária a um negócio humano.
Um negócio é motivado pelos resultados. Todas as ações concorrem para um determinado resultado esperado e se este resultado não se concretiza, abandonam-se as ações de imediato.
Por exemplo, se uma determinada linha fabricada está dando prejuízo ela é rapidamente abandonada e substituída por uma que garanta lucratividade.
Se uma loja, ou filial, não dá lucro, fecha-se a loja. Deveríamos, por analogia, fechar igrejas que não têm futuro, sob nossa perspectiva humana?”
Deus nos chamou para sermos distribuidores de sua glória e não fabricantes dela. Deus nos chamou para sermos proclamadores de seu Evangelho salvador e não fabricantes dele.
A raposa da superficialidade tem destruído muitas vidas e muitas igrejas, pastores decepcionados com seus métodos de crescimento de igreja, tem caído em ciladas e buscado no mundo padrões para seus ministérios, com isso tem levado fogo estranho e anátema para a vida da igreja.
É mais fácil para nós copiarmos algo de alguém do que fazer o que deve ser feito, ou seja, imitarmos a Cristo nos mínimos detalhes de seu caráter.
Temos que penetrar nossas raízes no juízo de que, temos um negócio sim, mas é com Deus, qual é afinal esse negócio?
Nossa tarefa ela é doméstica, ou seja é feita em família. Ela está explicitada em Mateus 28:18- 20, nosso negócio tem a ver com gente, pessoas, seres humanos.
É muito mais difícil dirigirmos uma igreja de 100 pessoas do que uma empresa de 1000 funcionários e a multiplicação aritmética também é verdadeira.
Jesus disse que teríamos de alcançarmos pessoas de todas as nações, nosso negócio tem envolvimento com ‘nações’, raças, etnias, povos, aldeias, comunidades.
Esse negócio é comprometido com a promoção de fidelidade ao dono do negócio, o Senhor Jesus, não ao nosso sistema religioso, ao nosso jeito de fazer, a nossa forma de pensar, ‘devemos fazer discípulos’, devemos cuidar de promovermos lealdade ao nosso Senhor e chefe e não as nossas idéias pessoais, sem construir nosso próprio reino, com os nossos próprios súditos.
Essa tarefa é realizada através do comunicar a Palavra de Deus, não as nossas doutrinas pessoais, nossas filosofias humanas, porque é ‘ensinando-os a guardar todas as coisas que Ele nos tem ordenado’; queridos essa tarefa não é uma produção em série, como que uma fabrica, uma linha de montagem, não!
É antes de tudo uma arte artesanal e que exige paciência e detalhamento caprichado.
Exige sacrifício de quem está lapidando e de quem está sendo lapidado. E por fim essa tarefa exige de nós espírito de aventura, pois é um grande desafio e só os que aceitam grandes desafios conseguem concluí-lo com êxito.
Muitos têm raízes pouco profundas e não sentem fascinação pelo projeto de Deus.
Deus quer despertar você para poder usá-lo (a) em seu Reino, quer aprofundar suas raízes para poder usá-lo (a), Ele não perdeu as esperanças de usar você , ele disse: ‘estarei convosco todos os dias até o final de tudo’.
Vale apena aprofundar nossas raízes na Sua Palavra e nos alimentarmos das águas sagradas que vertem dEle.
PAULO BUENO
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