IRA SEM PECADO
1) Ninguém está livre da ira. Ela é inata no ser
humano. Ela pode ser boa ou má.
2) A questão é saber como lidar com a ira que se
manifesta em nós constantemente.
Texto: Efésios 4:26-27
I – A IRA É NATURAL E BOA
(1) Há dois tipos de ira: a justa e a injusta. Há a
ira humana e há a ira divina.
a) A ira humana pode ser justa quando não se
aceita atos ou atitudes que ferem princípios morais e cristãos. Nos revoltamos
com determinadas ações dos outros quando desrespeitam o ser humano ou a própria
natureza.
b) A Bíblia diz que Deus se ira e tudo que vem
de Deus é justo porque Deus é justo. A ira de Deus é santa e se manifesta do
céu sobre o pecado (Rm 1:18) cf Ef 5:6. Deus odeia o pecado, mas ama o pecador.
c) A ira é injusta quando é fruto de uma reação
injustificada, ou seja, quando se atribui a razão da ira a determinados atos
que não são, de fato, expressão da verdade. Neste caso a ira prejudica a pessoa
porque quer achar um culpado que justifique sua ira. Jesus afirmou que pode
alguém se irar contra alguma pessoa sem que haja motivo (Mt 5:22). Em Efésios
4:31 Paulo recomenda que toda ira esteja longe nós.
(2) A expressão: “irai-vos” (v.26), que é uma citação
do Salmo 4:4, indica que a ira é normal. O que não pode acontecer é esta ira
levar a pessoa a pecar. A ira não pode provocar uma ação pecaminosa. Um mal não
pode levar à prática de outro mal.
II – A IRA NÃO PODE NOS LEVAR AO
PECADO
(1) Precisamos ser vigilantes quanto às nossas
atitudes por causa de nossa natureza decaída. A natureza humana é, por causa do
pecado, de índole má. A tendência humana é não levar desaforo para casa. De
repente reagimos negativamente diante de determinadas situações que nos
prejudicam emocional e espiritualmente. Por isso precisamos ser vigilantes
quanto às nossas atitudes.
(2) Para sermos vitoriosos sobre nossos atos que não
são bons, precisamos exercitar nossos censores que vão nos dar direção sobre
nossa conduta sobre a própria ira:
a) Precisamos ter domínio sobre nossa palavra.
Tiago nos recomenda sermos tardios para falar (Tg 1:19). Provérbios 15:1 diz
que a “palavra dura suscita ira”. Quantas vezes nossa fala em reação a algum
fato é precipitada e acaba prejudicando e destruindo até relacionamentos.
b) Precisamos ter domínio sobre nossas atitudes.
Tiago, no mesmo texto de 1:19-20 diz que devemos ser “pronto para ouvir, tardio
para falar e tardio para se irar”. Em Eclesiastes 7:9 diz-nos o sábio: “não te
apresses em irar-te, porque a ira ser abriga no íntimo dos insensatos”.
Precisamos ter domínio sobre atitudes tempestivas e explosivas porque isso pode
nos fazer mal.
c) Precisamos ter domínio sobre nossa vida
espiritual. A ira interfere na vida de oração e comunhão inibindo em nós o
desejo de crescer espiritualmente. É por isso que Paulo, aos Efésios 4:27,
recomenda: “irai-vos e não pequeis”.
(3) “Irai-vos e não pequeis” indica que podemos ser
vitoriosos quanto à ira que se manifesta em nós constantemente. Devemos ter
domínio sobre a ira.
III – TRÊS ATITUDES QUE DEVEMOS TER
COM RELAÇÃO À IRA
Tratemos agora de nossa relação com a ira. O que fazer
diante deste problema? Paulo coloca diante de nós três atitudes que devemos ter
em relação à ira:
1) Não pecar.
É preciso ter domínio próprio. Aos Romanos 6:14 Paulo
diz que devemos ter domínio sobre o pecado. Este domínio é fruto do Espírito
conforme Gálatas 5:22.
a. Domínio sobre o ouvir:
Prontidão para ouvir (“pronto para ouvir” Tg 1:19). Precisamos prestar muita
atenção quando alguém fala porque se não ouvirmos bem poderemos dar
oportunidade de suscitar ira na gente ou em outrem.
b. Domínio sobre o falar.
Tiago recomenda que sejamos “tardios para falar”. Quando ouvimos com atenção o
que o outro fala também saberemos falar no tempo certo e na hora certa.
Eclesiastes fala do tempo de falar e do tempo de estar calado. Conforme o caso
é melhor calar-se (Eclesiastes 3:7).
c. Domínio sobre a ira.
Tiago recomenda que sejamos pacientes diante da situação na qual nos envolvemos
quando diz “tardio para se irar”. Isso mostra outro fruto do Espírito que é a
longanimidade
2) Não acalentar a ira no coração.
Paulo recomenda com insistência: “não se ponha o sol
sobre a vossa ira” (v. 27). O que isso quer dizer?
a. Devemos tratar de nos
livrar da ira antes do pôr do sol, isto é, enquanto é tempo. Significa que não
devemos nos deitar para dormir enquanto estes problemas não forem resolvidos.
Isto quer dizer que devemos acertar as dificuldades do dia antes que a noite
chegue.
b. Acalentar a ira no
coração significa que vamos falar o que o coração determina. Cristo disse que
“a boca fala do que está cheio o coração (Lc. 6:45). Há pessoas que gostam de
alimentar seu ódio, seu ressentimento e suas mágoas. São feridas abertas que
precisam ser curadas.
3) Não dar lugar ao diabo.
a. Não sabemos discernir a
linha divisória entre ira justa e injusta no momento da ira. Quando estamos em
estado de ira perdemos a noção exata das coisas e, em virtude disso, podemos
cometer falhas gravíssimas. Podemos contribuir para que o diabo exerça certa
autoridade sobre nós com isso.
b. O diabo fica à espreita
quando estamos zangados. Ele quer irromper em nós o ódio, a violência, e,
através disso, interromper nossa comunhão com Deus e com os irmãos (1 Pe
5:8-9 – “sede sóbrios e vigilantes. O diabo vosso adversário anda em derredor,
como leão que ruge procurando alguém para devorar, resisti-lhe firmes na fé”.
CONCLUSÃO
A Bíblia diz que somos ovelhas e cordeiros do rebanho
de Deus. O cordeiro é um animal manso e dócil que se submete a qualquer trato
que seu condutor lhe dá. Como ovelhas e cordeiros achamos que não podemos nos
zangar e reagir diante de determinadas situações. Entretanto, a Bíblia também
diz que Cristo é o Leão da tribo de Judá. O leão é um animal felino que tem o
domínio de toda e qualquer situação. Precisamos ser cordeiros com cara de leão.
Podemos reagir sim face à situações difíceis mas não podemos perder a doçura da
vida espiritual permitindo que o cordeiro desapareça e o leão assuma sua
posição de líder. Sejamos cordeiros com cara de leão.
AUTOR: Ademar
Rogato
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