Dons
do Espírito Santo
"A
respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes".
1 Co. 12:1
Dons
do Espírito Santo é tema fascinante para meditarmos neste mês de julho. Todo
cristão precisa conhecer esse palpitante assunto, bem como saber claramente
qual é o seu dom dado pelo Senhor Jesus para se expressar em seu corpo (A
Igreja).
O
apóstolo Paulo faz uma afirmação bastante simples e clara, feita em I Coríntios 12:1,
equivalendo na verdade a uma ordem bíblica: “A respeito dos dons espirituais,
não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. Ignorância não é desculpa. Paulo é
enfático e está dizendo: “Prestem atenção! Tomem nota!”. A ênfase nos dons é
dramática e crucial para uma compreensão adequada da igreja e de nosso papel no
corpo de Cristo.
Na
qualidade de pai espiritual do jovem Timóteo, Paulo escreve: “Não desprezes o
dom que há em ti” (I Tm. 4:14). Ele faria tal afirmação se a negligência não
fosse uma possibilidade? Infelizmente, tal negligência acontece todos os dias.
Há crentes que receberam um dom espiritual e não o estão usando segundo seus
propósitos originais. Em alguns casos, eles são ignorantes. Em outros, é a
desobediência que impede que os dons espirituais sejam usados nos ministérios
para os quais foram criados.
O
Novo Testamento descreve a igreja como um corpo. Uma perna que não é
exercitada, ao longo do tempo, atrofia-se e assume uma aparência deformada. O
resto do corpo tem então de compensar e carregar o “peso morto”. Essa
compensação parece antinatural, e certamente não é a maneira de funcionar para
a qual o corpo foi originalmente projetado.
Da
mesma forma, alguns membros do corpo de Cristo não estão exercitando seus dons
espirituais. Isto significa que o restante do corpo precisa trabalhar muito
mais para compensar a ausência dessa contribuição. Homens e mulheres com
excesso de obrigações acabam estressados, sobrecarregados e exaustos. E se todo
crente estivesse usando seus dons espirituais? Haveria maior alegria,
comprometimento e um serviço mais vigoroso. O corpo de Cristo funcionaria de
forma correta e seria um local saudável de adoração e ministério, atingindo a
parcela pervertida do mundo.
Na
verdade, somos despenseiros (administradores), e seremos cobrados pelo uso ou
não dos dons recebidos do Senhor Jesus. O apóstolo Pedro escreve a todos os que
têm ouvidos para ouvir: “Servi uns aos outros conforme o dom que cada um
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (I Pe. 4:10).
Dons
espirituais são literalmente “dons da graça”. Uma parcela da graça que
recebemos de Deus veio na forma desses dons e devemos gerenciá-los sabiamente,
ou agir como administradores dessa graça.
O
criador sabe a necessidade que temos de ser necessários aos outros. Ele nos
idealizou com o anseio de criar laços de união. Ao satisfazer as necessidades
dos outros, encontramos a gratificação de estar ligados a eles. Nosso senso de
relação é validado pelo ministério mútuo dos distribuidores de graças (aqueles
capazes de satisfazer uma necessidade) e dos receptores de graças (aqueles que
podem ter uma necessidade satisfeita).
Nossas
dádivas divinas, ou dons espirituais, não nos são dadas para que as retenhamos
conosco. São nossas para que as usemos no sentido de promover o reino de Deus
no mundo presente. Não há melhor ilustração disso do que a história contada por
Jesus em Mateus 25:14-30, sobre um patrão generoso que partiu para uma longa
viagem. Deu a três de seus empregados algum dinheiro para que usassem enquanto
ele estivesse longe. Um recebeu dez mil reais, outro, cinco mil reais, e o
outro, mil reais.
Quando
o patrão retornou, chamou os três e quis saber o que tinham feito. O primeiro
trouxe vinte mil reais, dizendo que havia administrado uma carteira de
investimentos e duplicado o valor inicial. O patrão ficou satisfeito ao ver a
competência com que ele havia trabalhado, e expressou ao empregado o quanto
estava orgulhoso.
O
segundo contou praticamente a mesma história. Despejou na mesa a quantia
original de cinco mil reais, e mais cinco mil que havia obtido de lucro líquido
numa grande transação de terras. A alegria do patrão se refletia em seu rosto e
também em suas palavras de elogio e gratidão. Ele também havia feito um bom
trabalho.
A
essa altura, o terceiro empregado estava um pouco constrangido. Havia uma
mistura de medo e orgulho em sua voz ao explicar como havia tomado os mil reais
e guardado a quantia num lugar seguro. Com um sorriso tímido e um pouco de
apreensão, contou ao patrão que havia escondido o dinheiro onde ninguém o
encontraria. Então entregou ao patrão os mesmos mil reais.
Houve
um embaraçoso momento de silêncio que pareceu durar horas. O patrão estava
visivelmente surpreso e desapontado. Olhando com firmeza nos olhos do
empregado, expressou condignamente sua frustração diante das ações
irresponsáveis do homem.
Em
sua defesa, o empregado disse ter pensado que o patrão ficaria irritado se
perdesse o dinheiro. Sendo isso verdade, o patrão não entendia por que o
empregado não havia ao menos aplicado o dinheiro para render juros. O empregado
foi demitido por não ser capaz de gerenciar e administrar recursos importantes.
Essa
versão de uma história que Jesus contou há tanto tempo enfatiza a verdade de
que Deus espera um retorno de seu investimento. Um dia vamos prestar conta dos
recursos cuja administração Ele nos confiou. Devemos ser administradores de
nossos dons espirituais de um modo que glorifique a Deus e edifique os outros.
Os dons dados pelo Senhor Jesus não são nossos é de Deus e um dia teremos que
devolvê-los.
Qual
tem sido seu desempenho como administrador daquilo que você tem recebido de
Deus? Você está usando os dons para a glória de Deus e para servir aos outros?
Onde estão seus dons: na prateleira, no arquivo morto ou na expressão da
vontade e propósito de Deus? Exercite os dons do Espírito Santo que está em
você para a glória de Deus e você será o mais abençoado.
Cláudio Ely Dietrich Espíndola
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