terça-feira, 25 de setembro de 2018

PRATICANDO A PALAVRA



PRATICANDO A PALAVRA 

Tiago 1.19-27

Após discorrer sobre tentação e provação, Tiago diz: “sabei disto”. 

Ele chama a atenção dos seus leitores, como se dissesse: “Ei! prestem atenção porque o que vou lhes dizer agora é de suma importância para suas vidas”: “sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar” está ligada ao contexto anterior das provações.

I. Livre-se da revolta (atitude) – 19,20

A revolta é um sentimento nocivo que nasce em coração contrariado, quando nossos direitos são violados, quando nossas expectativas são frustradas ou quando sofremos injustamente.

Deus, muitas vezes, promove provações porque damos um valor demasiado a estas coisas, enquanto Ele é esquecido, menosprezado ou ignorado. 

A questão é que tudo o que temos provém de Deus. Ele é a fonte de todas as bênçãos. Ele é o doador de “toda boa dádiva e todo dom perfeito” (17).

Não é coerente valorizar mais a dádiva que o doador. Isto é uma inversão de valores e uma forma de ingratidão. 

Deus quer reordenar nossos valores para a nossa própria felicidade. 

Mas a revolta surge no coração de alguém que não consegue ver este propósito. Por isso Tiago aconselha: “… considerem motivo de alegria o fato de passarem por diversas provações (2) … e [sejam] tardios para se irar” (19). 

Quando enfrentamos provações é comum sentirmos raiva das pessoas envolvidas ou das circunstâncias.

Ex.:quando batem no nosso carro. Nossa reação pode ser de profunda ira contra o outro motorista, mas no fundo nossa ira era pode ser contra Deus que permitiu que tal situação acontecesse. Outro ex.:(Quando nossa máquina de lavar quebra…)

Reagimos como Jonas que sentou-se debaixo de um arbusto e se pôs a praguejar. 

Murmuramos, a reclamamos e até blasfemamos. Tiago nos exorta a sermos “tardios para falar“. 

Deus quer criar em você um coração que ama e pratica a justiça.

Sua atitude comprometerá as suas ações. 

Portanto, antes de deixar que a ira o domine aprenda a ouvir os ensinamentos daquela experiência. Deus quer comunicar algo para você através daquela situação.

“Sejamos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar“.

2. Livre-se dos maus hábitos (prática) – 21

Na medida em que Deus perde espaço na sua vida, especialmente quando você está fragilizado pela experiência de uma provação, você pode abrir uma porta para desenvolver maus hábitos. 

Tiago menciona duas possibilidades:

Impureza moral

As provações o levam a sentir-se emocionalmente carente e frágil. Você precisa da ajuda de alguém que o entenda, que o apoie e o encoraje. 

Na igreja você tem irmãos que podem ajudá-lo. Mas, se você reage com ira e se afasta de Deus e dos irmãos, você corre o risco de preencher sua carência de forma ilícita envolvendo-se, emocional e sexualmente, com outra pessoa que não seja o seu cônjuge, ou aceitando conselhos contrários à Palavra de pessoas que não temem a Deus. 

Por sentir-se injustiçado pela provação pode promover mais injustiça. Nos períodos de provação fique mais atento à possibilidade de cair em impureza moral.

Maldade 

As provações podem levá-lo a ficar revoltado com pessoas. Esta revolta, se não controlada, gera sentimentos de vingança ou de desejos maus para com os que o prejudicaram. 

Alguém dominado pela maldade torna-se amargo e escravizado. 

Vive na expectativa de que o mal recaia sobre seus desafetos, ou vive maquinando formas de prejudicá-los. 

Tal pessoa não é mais livre, mas escrava da maldade. 

Por isso, a exortação aqui é: Você está passando por provações? 

Não deixe que esta seja uma oportunidade para que a imoralidade moral e a maldade o dominem. Livre-se delas!

Busque a Palavra (atitude) – 21b

“Aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.“

As provações nos deixam confusos. Parece que tudo o que é certo e justo e em que você tem colocado sua confiança está falhando. 

Parece que Deus não foi fiel e não está cumprindo a sua parte do trato.

Não nos iludamos por uma situação difícil só porque não a compreendemos plenamente. 

Acima de tudo permanece a verdade a respeito do caráter de Deus e de sua Palavra. 

“Fiel é a palavra … se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” 
(2 Timóteo 2.11,13). 

Se você está passando por uma provação busque a Palavra, através de uma atitude de pura fé e humildade. 

Leia o que ela diz sobre Deus e seu filho Jesus. Sobre seu amor incondicional, sobre seu poder incomparável, sua fidelidade irrestrita.

Ela é decididamente o único recurso para mantê-lo firme durante a prova e conduzi-lo à vitória. 

Em vez de falar, reclamar e murmurar, ouça o que a palavra tem a falar com você. 

Se você não está sendo provado agora, predisponha-se desde já, através de um sério compromisso a dar ouvidos à Palavra quando os problemas surgirem. 

Prepare-se estudando a Palavra, destacando suas promessas, memorizando-as e apropriando-se delas.

4. Busque a prática da Palavra (prática) – 22-27

Não basta apenas ouvirmos a Palavra. As suas recomendações devem ser seguidas.

a) Ouvinte x Praticante – 23,24

Não adianta ser mero ouvinte da palavra. Isso é religiosidade vazia. 

Muitos se iludem pensando que por cumprirem formalidades de um culto religioso, estão quites com Deus. 

Tiago diz que estão se enganando. Não basta ouvir ou ler uma bela e desafiadora mensagem se não tomar a iniciativa de praticar o que ouviu.

A Palavra é o espelho da alma que mostra exatamente o estado dela. De nada adianta apenas ver-se através dela. 

O espelho só tem razão de ser se enquanto nos vemos, vamos fazendo as correções que notamos necessárias. 

As provações nos levam à Palavra, e esta nos aponta as correções a serem ser feitas. Se as realizamos Deus cumpriu o propósito que tinha com a prova.

b) Recompensa do Praticante – 25

“O homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu, mas praticando-o, será bem-aventurado naquilo que fizer.” 

Há uma recompensa ao que pratica a Palavra de Deus: “será bem-aventurado naquilo que fizer”.

c) Praticar é Refrear a Língua – 26

Refrear a língua. Voltando ao princípio. A provação pode provocar ira no seu coração. A ira pode levá-lo a ser um maldizente. 

Tiago está falando que o maldizente, por mais religioso que pense ser, na verdade tem sua religiosidade vazia e vã. 

Sugiro que você tente recordar-se das últimas conversas que travou. Você consegue lembrar do teor delas? Havia muita queixa? Havia muita reclamação? 

Se sim, recomendo que você ore a Deus assim como o salmista orou: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141.3).

d) Praticar é Amar o Próximo – 27

Esteja sensível e pronto a atender os que passam por dificuldades. Tiago destaca dois grupos – os órfãos e as viúvas – que na verdade simbolizam todos os que estão em desvantagem na sociedade e necessitam da compaixão e de ações concretas daqueles que se dizem cristãos e estão em condições de ajudar.

Diante das lutas, não murmure, não blasfeme, não se revolte contra Deus, não se torne amargo, ácido, crítico impiedoso, não seja aquele que culpa os outros pelas suas dificuldades, mas volva seus olhos para Deus e busque nele a força de que você precisa para continuar. Busque nele os recursos necessários para você atravessar seu deserto. 

Despoje-se de toda vaidade e presunção. Deus não irá decepcioná-lo. Confie no Senhor. 

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