segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO

 

O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO

 

Ø  Mateus 5.17 / Luvas 19:1-10

 

Há crentes que não apreciam muito o fato de os pastores às vezes falarem em dinheiro. Esquecem-se eles de que esse era um assunto freqüentemente mencionado por Jesus. A Bíblia refere-se mais vezes a dinheiro do que mesmo à oração e a fé.

Jesus falou sobre o dinheiro 90 vezes. Dos 107 versículos do Sermão do Monte, 22 referem-se a dinheiro, 24 das 49 parábolas de Jesus mencionam dinheiro.


O DÍZIMO EM VIGOR NO NOVO TESTAMENTO

 

Há os que afirmam que o dízimo pertence ao Velho Testamento, à lei, que não temos nenhuma obrigação de pagá-lo.

Já vimos que o dízimo é anterior à lei de Moisés, e que foi depois incorporado a ela. Veremos que o dízimo permanece na dispensação da graça.

 

1.    Jesus não veio revogar o dízimo.

 

Jesus declarou, no Sermão do Monte, que não veio revogar a lei, mas cumpri-la.

Devemos fazer distinção entre lei cerimonial e lei moral. A cerimonial ficou circunscrita ao VT. Referia-se a costumes próprios do povo de Israel, sobre alimentação, etc. Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei.

Há, porém, a lei moral. Essa permanece.

Os dez mandamentos, por exemplo, faziam parte da lei e permanecem até hoje, porque são princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas.

Assim também acontece com o dízimo. Ele pertence à lei moral de propriedade. O princípio de que Deus é o dono de tudo permanece, e com ele o nosso relacionamento dessa propriedade, expresso através do dízimo.

 

2.    O dízimo era uma prática generalizada.

 

Alguém pode dizer:

“Não há nenhum mandamento de dar o dízimo no NT.”

De fato, não há, nem haveria necessidade disso. Tratava-se de uma prática generalizada. Um mandamento sobre o dízimo seria, no dizer do povo, “chover no molhado.”

Se fosse assim, não deveríamos guardar o Domingo, porque não temos mandamento específico nesse sentido. Temos, entretanto, referências suficientes a reuniões de crentes no primeiro dia da semana. Assim, nos asseguramos de que esse era o dia dos cristãos. O mesmo acontece em relação ao dízimo.

 

3.    Referências ao dízimo.

 

Há três referências ao dízimo no NT. Duas delas, paralelas, se referem à recomendação de Jesus aos fariseus quanto ao dízimo (Mt 23:23; Lc 11:42). A terceira é a de Hebreus 7:1-10, em que Melquisedeque aparece como figura de Cristo.

Na conversa com os fariseus, Jesus fala do escrúpulo deles em dizimar até as menores coisas, esquecendo-se do mais importante, que era a prática da misericórdia e da fé. Insiste com eles para que continuem a praticar o dízimo, mas que também dêem atenção devida às obrigações morais.

Cristo dá claramente seu apoio à doutrina do dízimo.  Os que fazem objeção ao dízimo levantam-se, todavia, para dizer que o mandamento foi dado aos fariseus e não a nós. Respondo, primeiramente, que nesse caso teríamos de desprezar todos os outros ensinos de Jesus dirigidos aos fariseus. Entretanto não deixamos de aplicá-los a nós de modo geral. Se o fazemos no que se refere a outros aspectos da vida religiosa, por que também não em relação ao dízimo?

Mais ainda, convém lembrar que nosso Senhor declarou que, se a nossa justiça não exceder à dos escribas e fariseus, de modo nenhum entraremos no reino dos céus (Mt 5:20). Nesse caso, Jesus está colocando para nós um padrão mais alto que o dos fariseus. Estaria Ele omitindo a prática do dízimo, parte integrante da justiça do fariseu? De modo nenhum. Se ficarmos aquém do fariseu na prática do dízimo, estaremos dando provas de que a nossa religião produz frutos inferiores aos do farisaísmo.

A terceira referência ao dízimo, no NT, é a de Hebreus. O autor está provando, nessa carta, a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação; e aqui, de modo particular, sobre o sacerdócio judaico. Refere-se a Melquisedeque e ao dízimo que Abraão lhe pagou, acrescentando que esse Melquisedeque era figura de Cristo.

O último argumento a favor do dízimo no NT, que apresentamos, é o sustento do ministério sagrado.

 

Cristo não quis obrigar seus seguidores a serem dizimistas; preferiu confiar no amor liberal deles.

 

 

Walter Kaschel

 

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