O
DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO
Ø
Mateus
5.17 / Luvas 19:1-10
Há crentes que não apreciam muito o fato de os
pastores às vezes falarem em dinheiro. Esquecem-se eles de que esse era um
assunto freqüentemente mencionado por Jesus. A Bíblia refere-se mais vezes a
dinheiro do que mesmo à oração e a fé.
Jesus falou
sobre o dinheiro 90 vezes. Dos 107 versículos do Sermão do Monte, 22 referem-se
a dinheiro, 24 das 49 parábolas de Jesus mencionam dinheiro.
O DÍZIMO EM VIGOR NO NOVO TESTAMENTO
Há os que
afirmam que o dízimo pertence ao Velho Testamento, à lei, que não temos nenhuma
obrigação de pagá-lo.
Já vimos que o
dízimo é anterior à lei de Moisés, e que foi depois incorporado a ela. Veremos
que o dízimo permanece na dispensação da graça.
1.
Jesus não veio revogar o dízimo.
Jesus declarou, no Sermão do Monte, que não veio
revogar a lei, mas cumpri-la.
Devemos fazer
distinção entre lei cerimonial e lei moral. A cerimonial ficou circunscrita ao
VT. Referia-se a costumes próprios do povo de Israel, sobre alimentação, etc.
Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei.
Há, porém, a
lei moral. Essa permanece.
Os dez
mandamentos, por exemplo, faziam parte da lei e permanecem até hoje, porque são
princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas.
Assim também
acontece com o dízimo. Ele pertence à lei moral de propriedade. O princípio de
que Deus é o dono de tudo permanece, e com ele o nosso relacionamento dessa
propriedade, expresso através do dízimo.
2.
O dízimo era uma prática generalizada.
Alguém pode dizer:
“Não há nenhum
mandamento de dar o dízimo no NT.”
De fato, não
há, nem haveria necessidade disso. Tratava-se de uma prática generalizada. Um
mandamento sobre o dízimo seria, no dizer do povo, “chover no molhado.”
Se fosse assim,
não deveríamos guardar o Domingo, porque não temos mandamento específico nesse
sentido. Temos, entretanto, referências suficientes a reuniões de crentes no
primeiro dia da semana. Assim, nos asseguramos de que esse era o dia dos
cristãos. O mesmo acontece em relação ao dízimo.
3.
Referências ao dízimo.
Há três referências ao dízimo no NT. Duas delas,
paralelas, se referem à recomendação de Jesus aos fariseus quanto ao dízimo (Mt
23:23; Lc 11:42). A terceira é a de Hebreus 7:1-10, em que Melquisedeque
aparece como figura de Cristo.
Na conversa com
os fariseus, Jesus fala do escrúpulo deles em dizimar até as menores coisas,
esquecendo-se do mais importante, que era a prática da misericórdia e da fé.
Insiste com eles para que continuem a praticar o dízimo, mas que também dêem
atenção devida às obrigações morais.
Cristo dá
claramente seu apoio à doutrina do dízimo.
Os que fazem objeção ao dízimo levantam-se, todavia, para dizer que o
mandamento foi dado aos fariseus e não a nós. Respondo, primeiramente, que
nesse caso teríamos de desprezar todos os outros ensinos de Jesus dirigidos aos
fariseus. Entretanto não deixamos de aplicá-los a nós de modo geral. Se o
fazemos no que se refere a outros aspectos da vida religiosa, por que também
não em relação ao dízimo?
Mais ainda,
convém lembrar que nosso Senhor declarou que, se a nossa justiça não exceder à
dos escribas e fariseus, de modo nenhum entraremos no reino dos céus (Mt 5:20).
Nesse caso, Jesus está colocando para nós um padrão mais alto que o dos fariseus.
Estaria Ele omitindo a prática do dízimo, parte integrante da justiça do
fariseu? De modo nenhum. Se ficarmos aquém do fariseu na prática do dízimo,
estaremos dando provas de que a nossa religião produz frutos inferiores aos do
farisaísmo.
A terceira
referência ao dízimo, no NT, é a de Hebreus. O autor está provando, nessa
carta, a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação; e aqui, de modo
particular, sobre o sacerdócio judaico. Refere-se a Melquisedeque e ao dízimo
que Abraão lhe pagou, acrescentando que esse Melquisedeque era figura de
Cristo.
O último
argumento a favor do dízimo no NT, que apresentamos, é o sustento do ministério
sagrado.
Cristo não quis obrigar seus seguidores a serem
dizimistas; preferiu confiar no amor liberal deles.
Walter
Kaschel
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