quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

BATISMO DE FOGO


Batismo de fogo

Batismo de fogo é batismo do Espírito Santo ?

Recebi a seguinte mensagem dum irmão de Manaus, capital do Estado da Amazónia.

Amado, li os estudos sobre o batismo e muito fiquei esclarecido com suas explicações. Creio também que não devemos nos considerar mais santos ou melhores porque nos batizamos por imersão ou aspersão, pois somos elos de uma mesma corrente unidos por Jesus. Porém, quero aproveitar novamente esta oportunidade para perguntar-lhe alguma coisa referente a esse assunto.

Em Mateus 3:11 e Lucas 3:16 (citados no seu estudo), diz que Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo, enquanto que em Marcos 1:8 e João 1:33 (também citados no seu estudo), diz que Jesus batizaria com o Espírito Santo.

Irmão Camilo, os versículos em questão se referem a um só batismo (com o Espírito Santo) ou a dois batismo (com fogo), uma vez que a partícula “e” dá entender que são duas acções ?

Pergunto isso porque recentemente tem-se ensinado muito aqui em Manaus sobre o batismo de fogo, que conforme os referidos ensinos, é um outro batismo. Por outro lado, Marcos 1:8 e João 1:33 só citam um batismo.

Será que o amado irmão poderia, na medida do possível, dar-me uma explicação ou algum esclarecimento?

Caro Irmão

A pergunta que me colocas, tem dividido muitos entendidos em teologia e não podemos assumir uma atitude intransigente nessa interpretação, mas posso dar-te a minha opinião sobre o assunto.

Julgo que a principal dúvida é o resultado de pensarmos que estamos perante passagens paralelas (descrições diferentes do mesmo acontecimento). Mas nada nos garante que estes evangelistas nos estejam a descrever o mesmo acontecimento.

Nem Mateus, nem João estiveram o tempo todo ao lado de João Batista, Marcos nessa época ainda era um menino e o médico Lucas, só dezenas de anos mais tarde foi investigar o assunto para escrever o seu evangelho.

Examinando com atenção as passagens que me indicaste, penso que estamos perante descrições de dois acontecimentos diferentes, passados em duas ocasiões diferentes ou até, possivelmente isso terá acontecido várias vezes no ministério de João Batista, pois todos os dias as multidões o procuravam.

Digo isto, porque quando se tem uma dúvida, devemos em primeiro lugar procurar a explicação no contexto dessa afirmação. Assim, vamos ver em que condições estava João Batista, com quem é que ele falava, e procurar qualquer informação que nos ajude a compreender o seu pensamento. Vejamos concretamente se a palavra “fogo” aparece nos versículos mais próximos, pois em afirmações próximas, que transmitem o mesmo pensamento, é natural que as palavras, quando repetidas, tenham o mesmo significado.

Vejo que agrupaste, e muito correctamente, as passagens em dois grupos.

Marcos 1:8 e João 1:33
Vejamos em primeiro lugar Marcos 1:8, mas lendo desde o versículo 4 até ao 8.

Com quem falava João Batista ? Ele falava com aqueles que eram batizados confessando os seus pecados. Eram verdadeiros pecadores arrependidos que se apresentavam com humildade, assim como João Batista que nada pedia para si.

O mesmo podemos ver em João 1:33, efectuando a leitura desde o versículo 19 até ao 34.

Inicialmente havia os sacerdotes enviados de Jerusalém, mas parece que estes já tinham voltado para Jerusalém, pois no vr. 29 diz: “No dia seguinte...”

Portanto, nesse dia, quando Jesus veio a João Batista, só devia haver umas poucas pessoas humildes e possivelmente os discípulos de João.

Nestas duas passagens, Marcos 1:8 e João 1:33, João Batista falava só para os pecadores arrependidos que o procuraram, e a quem ele não tinha dúvidas em batizar. É a estes que ele afirma que só os poderia batizar com água, mas Jesus os iria batizar com o Espírito Santo.

Mateus 3:11 e Lucas 3:16.
Vejamos agora estas passagens que me indicaste.

Em Mateus vamos ler desde Mateus 3:4 até 3:12.

Nos versículos 3 a 6, a descrição é idêntica às outras. A diferença começa no versículo 7 onde aparece um tipo diferente de pessoas, que de maneira alguma eram pecadores humildes e arrependidos.

João Batista estava perante dois tipos de pessoas: Os pecadores arrependidos e os crentes arrogantes que continuavam a confiar nas suas tradições e rituais.

Havia, segundo a teologia de João Batista, dois destinos. Para uns o batismo do Espírito Santo simbolizado no bom trigo que seria recolhido e guardado no celeiro (vr.12) e para outros o machado que os iria cortar para os queimar (vr.10), ou a palha que seria queimada (vr.12). Todas estas comparações estão relacionadas com o fogo e como dissemos, é natural que João Batista tenha utilizados a palavra fogo e todas as referências ao fogo (queimar), sempre com o mesmo significado.

O mesmo podemos concluir em Lucas 3:16. Vamos ler desde o vr. 7 até ao 18.

Logo no vr. 7, vemos que João Batista estava perante os dois tipos de pessoas.

No vr. 9 temos a mesma comparação das árvores que produziam bons ou maus frutos e o machado para cortar umas e deixar outras.

No vr. 16 os mesmos dois destinos, ou o batismo com água ou o batismo com fogo.

No vr. 17 a mesma comparação do destino do trigo guardado no celeiro ou da palha queimada pelo fogo.

Eu penso que, se o apóstolo João não estiver a descrever o mesmo acontecimento que Mateus, então será outro muito semelhante, em que as condições eram as mesmas e mesmo foi o ensino que João Batista nos deixou, e isso, o pensamento e o ensino de João Batista, é o mais importante para nós.

É esta a minha opinião, que me pediste.

Penso que há dois tipos de batismo, assim como dois destinos no futuro:

Para uns o batismo do Espírito Santo e para outros o batismo de fogo que significa castigo e destruição.

Penso que não tem bom fundamento bíblico a doutrina do “batismo de fogo” que alguns identificam com o “batismo do Espírito Santo”.

Não encontrei a expressão “batismo de fogo” nas traduções que tenho.

A palavra fogo aparece várias vezes no Novo Testamento, significando castigo, destruição e por vezes purificação pelo fogo, ideia relacionada com a purificação dos metais no Velho Testamento (Malaquias 3:2).

Só em Actos 2:3 aparece a expressão “línguas como que de fogo” ou “como línguas de fogo”, conforma as traduções, o que é um caso isolado e uma base muito fraca para se firmar a doutrina do batismo de fogo relacionada com o batismo do Espírito Santo, além de nesse versículo, não aparecer propriamente a expressão “fogo”, mas “como que de fogo”.

Mas gostaria de te agradecer por me teres alertado para estas passagens.

Principalmente esta última em Lucas 3:7/14. É que isto obriga-nos a pensar e a sentir-nos em falta perante o Senhor.

Afinal, com quem é que nos parecemos, quando falamos nos pecadores que estão lá fora ? Quando nos sentimos de certa maneira seguros porque já fomos batizados, já somos membros da igreja, e até podemos ser diáconos ou evangelistas, ou pastores etc ?!!...

Quais os frutos que temos produzido ? O que temos ensinado nas nossas igrejas ? Geralmente, tudo gira à volta do sustento pastoral e construção de templos.

João Batista não se preocupou com o Templo de Jerusalém, nem com as sinagogas.

Infelizmente, as multidões dos nossos dias já não perguntam o que devem fazer, pois damos a resposta antes mesmo deles perguntarem.

Mas será que os nossos ensinos são os mesmos de João Batista que encontramos em Lucas 3:10 e 11 ? "E a multidão o interrogava, dizendo. Que faremos, pois? E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira." Quais as nossas prioridades ? A ajuda aos necessitados ou a construção de igrejas e o sustento da nossa “classe sacerdotal” ?

Nestas passagens, João Batista rejeita os “espirituais”, para aceitar os pecadores como os publicanos e os soldados, possivelmente até soldados romanos estrangeiros.

Que o Senhor te abençoe, querido irmão, e que Ele te conceda o seu Espírito Santo, que de maneira alguma te irá pedir esse tipo de “suicídio intelectual” a que muitos chamam de “conversão”, mas bem pelo contraio, não irá prescindir de toda a tua capacidade intelectual, para a purificar, para a ampliar e colocar ao Seu serviço.

Todo o verdadeiro crente deve ser um profeta dos nossos dias e um verdadeiro profeta não é o que segue a rotina da teologia do seu tempo ou o que aprendeu na igreja ou no seminário, mas o que investiga o pensamento do Mestre e se levanta e fala em nome do Senhor, quando o Mestre o chamar.


BRILHE A VOSSA LUZ




BRILHE A VOSSA LUZ

 Um amigo contou-me que fora visitar um farol e dissera ao faroleiro:

- O senhor não se apavora de viver aqui? E terrível este lugar para se permanecer nele!

- Não - respondeu o faroleiro. Não tenho medo. Aqui nunca pensamos em nós mesmos.

- Como é isto!? Nunca pensam em si mesmos!?

- Nós sabemos que estamos perfeitamente seguros e cuidamos de ter as nossas lâmpadas brilhando e nossos refletores bem limpos, de modo que aqueles que se acharem em perigo, possam ser salvos.


Isto é o que os cristãos devem fazer. 

Eles estão salvos numa casa cons­truíra sobre a rocha, que não poderá ser abalada pelas tempestades mais tre­mendas...

E num espírito do mais santo altruísmo devem fazer brilhar sua luz através das trevas do pecado, a fim de que os que se acham em perigo pos­sam alcançar as praias bonançosas de salvação.

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
(Mateus 5:14-16)

FACÇÕES – OBRAS DA CARNE


FACÇÕES – OBRAS DA CARNE

Gálatas 5:20 – Uma obra da carne descrita neste versículo é traduzida por “heresias” ou “facções”. Nós geralmente relacionamos heresia a ensinamentos de falsas doutrinas, mas uma heresia é, na verdade, criar uma divisão ou facção na igreja.
É claro que isso costuma ser resultado de uma falsa doutrina, mas não se limita a isso. Existem pessoas que dividem e irão usar praticamente qualquer coisa para trazer divisões. Facções são criadas nas igrejas sobre os mais triviais assuntos, mas não importa se a facção foi criada sobre algo grande ou pequeno - é uma obra da carne e isso é mal.
O tema principal do livro de Judas é reconhecer e observar aqueles que “causam divisões” (verso 19), são descritos  como os recifes são para os navios, eles ficam no oculto e operam secretamente, mas fazem grandes estragos aos crentes. O livro também declara que para esses está reservado o pior julgamento. Sem dúvida trazer divisões ao corpo de Cristo é uma das piores transgressões que nós podemos nos envolver. Em Provérbios 6:16-19 vemos que uma das sete coisas que o Senhor odeia é trazer “contenda entre irmãos”.
Como discutimos anteriormente, se você soubesse que morreria amanhã suas orações seriam muito reais e focadas nas coisas que significam muito para você. Portanto, podemos assumir que a oração do Senhor na noite anterior a crucificação refletiu as coisas que eram as mais profundas preocupações de Seu coração Através dessa grande oração registrada em João 17 foi semeado o coração do Senhor em prol da unidade do Seu povo, ao ponto de ser considerado o tema principal de sua oração. Vamos dar uma olhada para que tenhamos a essência das coisas que estão em Seu coração.
“Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós”. (João 17:11)
Ao olharmos para o presente estado da igreja é compreensível que muitos venham a considerar como impossível a verdadeira unidade da igreja. Entretanto, nada é impossível para Deus logo podemos estar certos que a oração de Jesus será respondida! Aqueles que verdadeiramente O amam, amam as coisas que Ele ama e entregam tudo para ver Sua vontade feita na terra. Consequentemente, a unidade do Seu povo deve ser uma das principais dedicações de cada cristão. Temos que considerar, também, que aqui o Senhor não apenas ora por nossa unidade, mas para tenhamos o mesmo tipo de unidade que Ele tem com o Pai!
Embora possamos assegurar que a oração de Jesus será respondida e que isso muito certamente um dia se cumprirá, se nós formos sábios, nós também começaremos a orar por isso. Por que deveríamos orar se Jesus já orou e sabemos que isso irá se cumprir? Intercessão não é apenas para conseguir que Deus faça coisas em nosso favor, mas é também para alinhar nossos corações com o coração de Deus. Quanto mais investirmos na unidade do corpo de Cristo através de orações, mais nossos corações estarão dedicados a isso.
Quando Daniel leu a profecia de Jeremias que o exílio seria de setenta anos, ele não só começou a se alegrar, pois o tempo estar próximo para o remanescente retornar e reconstruir Jerusalém, ele começou a interceder para o cumprimento da palavra de Deus. Por isso lemos em Salmos 115:16, “Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Por essa razão ainda embora o Senhor saiba que nós precisamos mais do que sabemos, Ele requer de nós que peçamos a Ele. Deve haver intercessão daqueles que vivem na terra antes que Ele se mova para concluir mesmo que seja algo que Ele tenha o intento de fazer.
Em João 17:20-21, o Senhor faz alguns acréscimos à Sua razão por desejo da unidade do Seu povo quando ele orou:
“E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim”;
Para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.
Uma das razões pela qual o Senhor orou por nossa unidade é “que também eles sejam um em nós”. Isso indica que para permanecer no Senhor a forma é a unidade. De fato tem que ser verdade, pois como pode alguém estar verdadeiramente unido à Cabeça sem estar, também, unido ao Seu corpo? Uma das verossímeis evidências que nós de fato habitamos nEle é nossa unidade entre nós.
Então o Senhor nos dá outra razão crucial para isso. Quando essa unidade vier o mundo inteiro crerá que Jesus foi enviado pelo Pai. Desde o tempo que havia apenas dois irmãos na terra eles não puderam estar juntos e um matou o outro. Lutas entre as pessoas têm sido a condição constante do mundo desde a Queda. Logo, quando a verdadeira unidade entre o povo que segue a Jesus for praticada, será um milagre inquestionável para todas as pessoas que vivem na terra. Isso os levará a saber que certamente Jesus foi enviado por Deus. Consequentemente, o grande poder evangelístico na terra é a unidade da igreja.
No verso 22 desse grande capítulo, o Senhor nos dá um entendimento de como essa unidade virá.
“E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um".
O corpo de Cristo nunca chegará à unidade cercado numa doutrina ou governo de igreja, apesar dessas coisas serem importantes. Ainda assim, o caminho para que Seu povo chegue até a unidade é ver Sua glória. Quando o Cordeiro vier até os vinte e quatro anciãos se prostraram e entregaram suas coroas a Seus pés. Quem poderia buscar glória, posição ou manter divisões na presença do Cordeiro?
Eu tive algumas experiências quando eu vi a glória de Deus manifesta enquanto eu estava em grupo com algumas pessoas. Não apenas as fúteis diferenças que eu poderia ter com essas pessoas imediatamente foram reconhecidas como ridículas, mas de alguma forma todos fomos unidos de um jeito muito especial, afinal todos, juntos, vimos a glória do Senhor. Frequentemente me perguntam como o time núcleo de nosso ministério tem se mantido ligado por tantos anos e eu posso responder facilmente - é porque nós experimentamos a glória do Senhor juntos.
Em João 17:23 adiciona ainda outro entendimento na razão pela qual a unidade é tão crucial para Seu povo.
“Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim”.
Nós somos chamados “o corpo de Cristo”. Pense nisso. Alguma parte do seu corpo entra em seu pleno propósito sem o resto do seu corpo? Uma vez que devemos ser “perfeitos em unidade”, nenhum de nós pode esperar entrar na plenitude do propósito sem o resto do corpo de Cristo. Logo, a não ser pelas razões egoístas, nós devemos fazer tudo que pudermos para ajudar a trazer a unidade ao corpo de Cristo. Devemos também resistir e reconhecer a “heresia” como o grande mal que ela é, tão como qualquer coisa ou qualquer pessoa que causa divisão em Sua Igreja.


BEBEDICES


BEBEDICES 

Gálatas 5:21 - “Bebedices”. É claro que ficar bêbado ou ‘ficar alto’ não deveria acontecer na vida de um cristão. Ficar bêbado é, no mínimo, reduzir sua habilidade de controlar a si mesmo ou de resistir ao mal. Quando isso acontece podemos contar que as outras “obras da carne” virão e, também, o diabo para tomar vantagem sobre nós a fim de fazer o mal.
Muitas pessoas pagam o preço pelo resto de suas vidas por causa de um evento acontecido enquanto estavam bêbados. Motoristas bêbados nunca querem machucar alguém, mas muitos ficam aleijados para sempre e outros morrem por causa deles. Em grande parte crianças. Esses motoristas bêbados podem ter, também, suas vidas devastadas e muitas permanentemente arruinadas por um tolo lapso de julgamento, pois permitiram a si mesmo ficar bêbado.
Muitos outros disseram ou fizeram coisas enquanto estavam bêbados das quais lamentam pelo resto de suas vidas. A maioria desses garantiria que poderiam se controlar mesmo bêbado. Mas quanto mais bebiam, menos controle tinham. Você pode contar que o que acontece a eles não será positivo. Aqueles que se permitem ficar bêbados estão convidando ao diabo para ter sua melhor chance e ele raramente falhará em tomar essa vantagem diante de tal oportunidade.
Quando eu estava na marinha e antes de me tornar cristão, eu tive minha época de festas e bebedeiras. Entretanto, estava bem ciente de que qualquer um dos amigos do esquadrão ou companheiros de navio que bebiam tanto ao ponto de excederem na liberdade. Eu posso continuar a gostar deles após isso, mas não mais confiaria a eles importantes segredos, informações ou responsabilidades se trabalhassem comigo. Se as pessoas se permitem ficar bêbadas eles simplesmente não são dignos de confiança.
É claro que muitos crentes têm interpretado de forma que nunca se deve tocar em vinho ou outra bebida alcoólica. Quando vemos a devastação e as feridas causadas em tantas pessoas em função do álcool é fácil de compreender isso. Eu nunca desencorajaria alguém que decidiu tomar essa postura. Contudo, não é um ensino nem uma perspectiva bíblica. Em nenhuma parte a Bíblia comanda a abstenção de bebidas alcoólicas, embora tenha bastante a dizer sobre excessos na bebida e se embebedar.
Aqueles que tentaram condenar a ingestão de álcool com uma doutrina bíblica têm torcido as Escrituras. É uma transgressão muito seria e é considerada por muitos teólogos ter sido a porta aberta através da qual satanás pôde enganar Eva no Jardim. O Senhor mandou que não comessem da Árvore do Conhecimento do Bem e do mal, mas quando indagada sobre o que o Senhor tinha dito a ela, ela respondeu que não poderiam comê-la “nem tocá-la” (veja Gênesis 3:3). O Senhor não disse nada sobre tocar a árvore. A inclinação de Eva em adicionar algo ao que Deus havia dito revelou um desrespeito básico por Sua Palavra e o diabo pode explorá-la. Também foi isso o que os fariseus fizeram à Lei de Moisés fazendo dela sem efeito e logo fizeram as tradições e princípios dos homens terem mais atenção das pessoas do que a própria Lei.
Da mesma forma quando as pessoas esticam ou adicionam algo às escrituras para justificar suas doutrinas favoritas, isso, no mínimo, faz com que todo aquele que estima as escrituras e a integridade perca a confiança e respeito por eles. Tristemente, indo a tal extremo, ainda que com nobres motivos de tentar proteger o povo, estão provando não apenas serem ineficientes, mas até agravando o problema. Quando nossa nação tentou forçar uma proibição a todos, o governo até poderia ter boas intenções, mas eles aumentaram tanto o problema com o álcool que ainda não nos recuperamos desse fiasco.
Estudos têm mostrado seguidamente que as denominações que não permitem ingestão de álcool têm as maiores porcentagens de alcoólatras do que qualquer outro grupo. Interessante que eles também tendem a ter taxas elevadas de problemas cardíacos o que alguns estudos indicam que estão relacionados. Uma dose modesta de vinho com a alimentação ajuda a digestão e ao sistema circulatório. Deve ser por isso que os franceses, que praticamente todos bebem vinho nas refeições, comam uma das mais ricas comidas do mundo e têm uma taxa muito baixa de problemas cardíacos. Pode ser esse o porquê do apóstolo Paulo ter encorajado a Timóteo a beber um pouco de vinho por causa do estômago? (veja I Timóteo 5:23).
Bem nós também não queremos basear nossas doutrinas nesses estudos, mas nas escrituras. Entretanto, esses estudos parecem de fato constatar o ensino das Escrituras que o legalismo não é a resposta à ilegalidade. Legalismo é o resultado do acréscimo que as pessoas fazem de seus próprios preconceitos e opiniões às Escrituras fazendo com que sejam como mandamentos. Lembre que foi por causa dessa prática que os fariseus, que eram os mais dedicados à Palavra de Deus escrita, não reconheceram Deus, que é a própria Palavra, quando Ele veio até eles.
Se alguém tem problema de beber excessivamente, esse tal não pode beber nem uma gota sequer. Se estivermos com alguém que tem problema com bebida, não devemos beber em sua presença senão o faremos tropeçar. Esse é o mandamento do amor. Contudo, não é um mandamento que podemos impor a outros. Fazer isso, especialmente se tentarmos apresentar como um ensino bíblico é acrescer às Escrituras o que não é encontrado nela.
O Senhor Jesus não apenas bebeu vinho como também produziu bastante em Seu primeiro milagre. Alguns que não conseguem compreender isso, por causa de seu preconceito contra beber álcool, afirmam que Ele bebeu suco de uva e fez suco de uva. Tais afirmações fazem dos que a sustentam aparecerem como tolos e a qualquer um verdadeiramente dedicado à integridade da Escritura e da razão. A palavra grega traduzida por vinho nesses textos, na verdade, significa “uva fermentada”. Não há espaço para uma pessoa honesta que busca ser fiel à Palavra de Deus, ou à razão, afirmar que Jesus apenas bebeu suco de uva. Então, por que Ele seria acusado de “bebedor de vinho” ou “beberrão” se Ele apenas bebesse suco de uva? (veja Mateus 11:19)
Esse tipo de tolice leva as pessoas a assumir que as Escrituras estão cheias de contradições. Não são as Escrituras, mas as pessoas que fazem acréscimos à Palavra de Deus, tentando estabelecer como uma doutrina que na verdade é seu próprio preconceito. Ainda assim, podemos assegurar que o Senhor nunca bebeu em excesso ou a um nível que poderia afetar seu julgamento em qualquer aspecto e muito menos isso deveria isso acontecer a alguém que seja guiado pelo Espírito.
Como o próprio Senhor Jesus apontou, em função de João Batista não beber, as pessoas o chamavam de excêntrico. Porque Jesus bebia vinho, o povo O acusava de beber em excesso, embora Ele obviamente nunca tenha ido além. As pessoas irão lhe acusar e não compreender a despeito de qual lado você assuma. No entanto, tanto João como Jesus revelaram através de suas práticas que entre os cristãos deve haver espaço para ambos sem acusação ou desentendimento entre as partes.
Uma coisa é certa, se você ficar bêbado ou ‘alto’, o diabo usará isso contra você e contra qualquer outro que ele puder. Um simples lapso aqui pode lhe custar caro pelo resto de sua vida. Isso não é digno. Por que dar ao diabo uma larga porta de oportunidade para nos atacar? Por que nós iríamos quere fazer qualquer coisa como essa que poderia por um período de tempo comprometer nossa comunhão e sensibilidade ao Espírito Santo? Como Paulo escreveu em Efésios 5:18, “E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito”.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

VENCENDO CRISES NA FAMÍLIA


Vencendo crises na familia

 
Texto base – João 16.33

Introdução: A família tem sido alvo de grandes crises nestes últimos dias, crises que tem levado muitas vezes as desespero, derrota e fracassos. Mais é possível vencer as crises na família no nome precioso de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.


1.    Uma definição da palavra crise

Segundo o dicionário crise significa: um momento decisivo, uma alteração repentina no curso de algo, etc., a palavra crise segundo John Kennedy em discurso pronunciado em 12/04/1959, quando escrita no idioma chinês se compõe de dois vocábulos: um significa perigo e outro oportunidade. Devemos entender então que quando passamos por crises, corremos o perigo de fracassarmos, de esfriarmos na fé, mais temos também a excelente oportunidade se sermos verdadeiros campeões na fé.


2.    Diferentes tipos de crises

2.1.    crise financeira;
2.2.    crise espiritual;
2.3.    crise de decisão
2.4.    crise conjugal
2.5.    crise familiar


3.    Quem são os fazedores de crises

3.1.    O diabo;
3.2.    os invejosos;
3.3.    os murmuradores;
3.4.    os traidores;
3.5.    os cegos espirituais.


4.    Vidas sem crises

Se você nunca experimentar crises em sua vida, saiba que sua vida será uma vida:
a.    vida apagada – a crise vem sobre você, para q tua luz brilhe mais – Pv. 4.18
b.    vida medíocre – se você nunca passar por uma crise, você nunca viverá acima da mediocridade
c.    vida inútil – tua vida será inútil se nunca experimentar, o q você terá para contar de experiência para os outros.
d.    vida estéril – a crise vem sobre nós para nos tornamos frutíferos na vida cristã. Não seja um crente estéril. Então levante a cabeça e alegra teu coração, se estás passando por crise, é porque Deus quer ensinar a você a ser vitorioso(a)

5.    Fatores que levam uma família a entrar em crise

5.1.    Raiva, hostilidade e amargura – Colossenses 3.19; efésios 4.26-31, a palavra amargura no grego significa PIKRIA, indica o gosto amargo que certos alimentos trazem ao nosso paladar.
5.2.    Egoísmo – Lc. 6.38; I Jô. 3.17; Fp. 2.3,4
5.3.    Auto rejeição
5.4.    Depressão – Sl. 55.5-8
5.5.    Infidelidade conjugal – Malaquias 2.7,8,9; Colossenses 5.19-21

6. Exemplos de familias que passaram por grandes crises

6.1. A família da viúva que Eliseu aumentou o azeite – II Rs. 4.1-7
6.2. A família de Jó – Jó. 1.13-19
6.2.1.A família de Jó sofreu crise em 5 áreas vitais
•    Finanças; - perdeu bens financeiros
•    Saúde; - perdeu sua saúde
•    Filhos; - seus filhos morreram
•    Amizades; - perdeu muitos amigos
•    Casamento..- sua esposa estava amargurada, a ponto de dizer: amaldiçoa teu Deus e morre. Mais Jô superou a crise, e o Senhor lhe deu tudo outra vez. Glória a Deus!!!

6.3. A família de Lázaro – João 11.1-45
6.4. A família de Jairo – Lc. 8.40-56
6.5. A família da viúva de Naim – Lc. 7.11-17

7. Lições que podemos tirar das crises que enfrentamos

7.1. Elas nos abrem novos horizontes e perspectivas espirituais – Rm. 8.28
7.2. Elas nos tornam mestres na vida
7.3. Elas nos revelam os verdadeiros amigos
7.4. Elas nos identificam com Jesus
7.5. Elas nos aproximam de Deus – salmos 73.1

8. Como podemos vencer as crises na nossa família

8.1. Orando a Deus
8.2. Recordando as promessas de Deus para nós – I Co. 1.20
8.3. Conservando nosso entusiasmo
8.4. Adorando a Deus – Jó 1.6
8.5. Crendo de todo o nosso coração em Deus – João 11.40
8.6. sendo paciente – Salmos 32.2;37.7-9;Pv. 15.18;Ec. 7.8,9; Rm.5.3,4;Ap. 1.9; II Co. 6.4-6.
8.7. Prometendo a Deus celebrar sua vitória
8.8. Nunca desistindo de lutar.

Conclusão: Amado(a), saiba que em todo tempo de nossa peregrinação aqui, teremos sempre q nos depararmos com grandes crises, mais nem tudo está perdido, pois Jesus garante nossa vitória. Você hoje diz estou passando por uma grande crise, mais amanhã dirá: a crise está passando por mim, pois o choro pode durar uma noite, mais a alegria vem pela manhã. 



ARMADURA DE DEUS


ARMADURA DE DEUS

Mensagens sobre a armadura de Deus são normalmente freqüentes nos púlpitos de nossas igrejas. Vez por outra aparece um(a) amado(a) pregador(a) ministrando sobre o assunto.

Gostaria, nesta oportunidade, de tecer algumas considerações sobre o assunto, muito embora seja um tema já muito batido. Não quero, com isso, dizer que esta é a melhor ou mais completa.

Quando Paulo escreveu aos cristãos da cidade de Éfeso sobre a armadura de Deus, muito provavelmente ele tinha em mente a imagem de uma armadura de soldado romano: couraça, sandálias, escudo, cinto, espada, e capacete.

Por que temos que trajar a armadura de Deus? Como se faz para trajar essa armadura? O que significa cada peça dessa armadura? Gostaria de explanar sobre cada peça nas próximas mensagens, e explicar o motivo, a causa de tantas pessoas que se afastam de nossas igrejas. Magoadas, feridas, desiludidas, decepcionadas, desapontadas, aborrecidas.

Muito embora haja alguns pregadores da Palavra de Deus que insistam em ensinar que nós estamos no paraíso terrestre, na terra que mana leite e mel (Ex.3:8), a realidade e a descrição bíblica mostram que estamos em guerra contra os amorreus, os heveus, os heteus, os perizeus e todos os demais povos pela posse de nossa alma. Quem são esses povos que estão ocupando nossa alma? São nossos sentimentos carnais (Gal.5:19-21).

A guerra de que fala a Bíblia não é uma guerra de mísseis intercontinentais teleguiados. É uma luta corpo a corpo, homem a homem (ou alma a alma). Nesse tipo de guerra, sabe quem são os primeiros a morrer? Os fracos, os doentes, os desvalidos. Eles não têm como lutar, como se defender.... acabam morrendo... e abandonam a igreja.

Depois, morrem os idiotas, os cretinos, os indisciplinados, os ignorantes. Os que não sabem lutar, não querem aprender a lutar, não sabem manejar suas armas, não trajam a armadura, não empunham o escudo e nem a espada do espírito. Não se dedicam, não se esmeram, não se esforçam em aprender a arte da guerra, da defesa pessoal. O inimigo vem sobre eles, e não tem nenhuma dificuldade de feri-los.... Feridos... acabam morrendo, e abandonam a igreja...

A couraça só protege quem está dentro dela. Não adianta ficar OLHANDO para a couraça. Ela não faz nada sozinha. Assim também o escudo, o capacete e a espada. Entende o quero dizer? Daí porque vários ministros, obreiros consagrados, caem feridos... eles deixaram de trajar a armadura, e são feridos pelo Inimigo...

Uma pergunta importante: como se traja a armadura de Deus? Só tem um jeito: fazendo uso das duas moedas deixadas pelo Samaritano: o Espírito Santo e a Palavra de Deus (Lucas 10).

O Espírito Santo é acionado pela oração. O contato com Deus ocorre pela oração. Quanto mais oração, mais do Espírito temos. Quanto menos oração... menos do Espírito Santo conseguimos...

Quanto mais lemos e estudamos a Bíblia mais conhecemos de Deus, mais fortalecidos ficamos. Por outro lado... quanto menos lemos, quanto menos estudamos, mais fracos ficamos... Se não lemos e nem estudamos a Bíblia...

Não existem fórmulas mágicas, instantâneas... Temos que crescer na graça, pela ocupação do Espírito Santo em nossa alma, e no conhecimento, pela leitura da Bíblia (II Pe.3:18).

Estamos todos em trajes de guerra? A nossa permanência na igreja, a nossa firmeza ao final do dia, de cada dia, depende dela! A guerra não ocorre apenas aos domingos, mas todos os dias. Nossa sobrevivência depende dela.


A ARMADURA DE DEUS (2) - O CINTO DA VERDADE

Estamos falando sobre a armadura de Deus. Paulo começa a sua exposição com o cinto da verdade.

Muitos leitores da Bíblia não compreendem o que significa a expressão "cingir os lombos com a verdade". Significa apenas e tão-somente isso: estar usando o cinto da verdade.

"O que é verdade?" perguntou Pôncio Pilatos a Jesus. Mas não esperou a resposta.

As pessoas não acreditam na verdade, e nem deixam de acreditar na mentira. Elas acreditam no que querem, no que lhes convém ou é lucrativo acreditar.

A nossa primeira barreira, a nossa primeira defesa contra as astutas ciladas do Diabo é a verdade. Sem ela as demais partes da armadura não funcionam.

... e o que tem de cristão mentiroso na igreja... não está escrito...

Leia com cuidado e detalhes os livros dos profetas Isaias, Ezequiel e Jeremias (principalmente). Lá estão muitas e muitas referências à falsidade e à hipocrisia do povo...

Não obstante, a verdade não deve ser dita a qualquer custo, a qualquer preço. É o que está escrito em Zacarias 8:16-17 - a verdade deve ser dita sempre em favor da paz. Daí porque posso afirmar com absoluta certeza de que "mentira que edifica e verdade que destrói não provém de Deus".

Existem dois casos curiosos em que, paradoxalmente, Deus abençoou quem mentiu: as parteiras hebréias no Egito (Êxodo 1) e Raabe, a prostituta que ajudou os dois espias em Jericó (Josué 6:23-23). Por que Deus fez isso? Elas mentiram. É verdade. E Deus as abençoou. É verdade. Mas foram dois casos específicos em que vidas estavam em jogo. Por isso, para salvar vidas podemos mentir? Não!?!

Não sou eu quem vai julgar os pecadores. Estarei entre os que vão julgar os anjos que caíram (I Cor.6), mas não os pecadores. Jesus é quem vai julgar.

A mentira nunca pode ser o primeiro recurso. O primeiro recurso tem que ser sempre a verdade.

Lembro-me do maravilhoso testemunho de um irmão. Ele agradeceu a Deus, e dava graças, mas numa parte de seu testemunho, falou sobre uma mentira que lhe salvou a vida. Ele era bandido, e numa perseguição, já baleado, escondeu-se na casa de um homem que disse aos seus perseguidores que ele não estava lá. Tal e qual Raabe e os espias (espiões) de Israel.

Jamais quero ser colocado numa situação destas. Não sei, sinceramente, o que faria... O que você faria? Mentiria ou entregaria o homem aos seus algozes?

A Bíblia diz que a misericórdia triunfa sobre o Juízo (Tiago 2:13).

Não quero, com isso, justificar a mentira, explicá-la, ou defendê-la. Quero apenas que o(a) amado(a) leitor(a) tenha consciência de suas responsabilidades. E que Deus, nosso Deus é um Deus de amor e misericórdia. Ele trata cada de acordo com a situação concreta. Não faz generalizações injustas.

Quem ama e comete a mentira não tem parte na glória de Deus (Apo. 21:8 e 22:15).

Uma coisa é ser obrigado a mentir para salvar uma vida (talvez a própria vida). Outra coisa é mentir para ganhar alguma coisa, ou para não perder outra coisa.

Lembra-se de Naamã? O leproso general do Exercito do Rei da Síria? Ele pediu que Deus o perdoasse quando tivesse que se inclinar diante das estátuas que o Rei adorava. E Elizeu disse: vai em paz (II Reis 5)!

A verdade é a rocha onde podemos edificar nossa vida. Quem constrói sua vida sobre a mentira, mais cedo ou mais tarde vai vê-la ruir e se transformar em escombros.


A ARMADURA DE DEUS (3) - COURAÇA DA JUSTIÇA

Estamos falando sobre a armadura de Deus. Paulo continua sua exposição falando sobre a couraça da justiça. Como é essa couraça da Justiça? Para que serve essa couraça da Justiça? O equivalente hoje à couraça da Justiça seria um colete à prova de balas.

No tempo em que as batalhas dependiam mais de homens do que recursos técnicos e equipamentos sofisticados, uma vida podia depender da couraça. Existiam muitos tipos de couraças. A que Paulo estava visualizando provavelmente eram duas peças metálicas inteiriças amarradas entre si, uma para proteger as costas e outra para proteger a parte frontal do corpo.

A diferença da utilidade espiritual da couraça e do escudo é pequena.

A couraça trata da justiça de Deus. Os ataques diabólicos são diretos em nossa alma, em nosso espírito, em nosso coração. Acusações, medos, traumas, fobias, dúvidas...

Não temos proteção natural contra estas coisas. O ser humano é medroso, mesquinho, violento por natureza. Somente DENTRO da couraça é que estamos livres deste tipo de ataques. Eles (os ataques) continuarão mas enquanto estivermos dentro da couraça, não surtirão efeitos.

O que é essa couraça da Justiça? É Jesus. Em Jeremias 23:6, a Bíblia diz que Jesus seria a NOSSA JUSTIÇA. Essa couraça é JESUS. Quem está em Jesus não sente esses ataques. Não que esses ataques deixem de existir. Continuarão existindo, mas quem está em Jesus não é abalado por esses ataques; não tem medo, não tem dúvidas,

A Bíblia diz em Hebreus 2:14 que o Diabo usa o medo para fazer prisioneiros. Muitos cristãos estão aprisionados pelo medo. Medo: de perder o emprego, os bens conseguidos com muito custo e sacrifício, os filhos, o cônjuge (marido ou esposa); do que aconteceu no passado; do futuro; de que o passado retorne; da morte; entre muito outros.

A Bíblia diz que se Deus vier a agir, quem o impedirá (Isaias 43:13)? Quem é maior do que nosso Deus que possa frustrar seus planos (Jó 42:2)?

O que tem acontecido, e muito, são promessas falsas de falsos profetas que tem ministrado que Deus é obrigado a defender o cristão mesmo quando ele está errado. Que mesmo em meio ao roubo, à desonestidade, ao desleixo, ao pecado, Deus é obrigado a resolver todos os problemas do cristão (teologia do Oba-Oba).

O nosso medo é decorrente de dois elementos: a dor e o desconhecido. Temos medo do que pode nos causar dor, e do que não conhecemos.

Então, quando a couraça da Justiça nos reveste, é necessário que deixemos de dar valor às coisas terrenas, na forma como Jesus disse para ajuntar tesouros no céu (Mt.6:19-21), ou como Paulo que considerava esta vida e toda a sua glória como esterco (Fil.3:7-8); e crer que tudo quanto acontece conosco, filhos de Deus, é pela expressa permissão de Deus (Rom.8:28). O Diabo ataca nossos bens, as pessoas que amamos, nossa segurança, nossa saúde, e tudo quanto temos. E tanto maior será o resultado positivo, quanto maior for o valor que dermos ao que está nesta terra, neste mundo. Conclusão lógica: quanto menos valor dermos ao mundo e ao que nele está, menor o poder do Diabo sobre nós.

A couraça protege nosso coração, nossa alma, nosso espírito do medo, da dúvida. Sem essa couraça da Justiça (Jesus), somos assaltados pelo medo, pelo pânico, pelo pavor. Quem não está trajando essa couraça não tem descanso, não tem paz, não está em comunhão com Deus, de modo que as mínimas coisas são capazes de fazê-lo desistir de continuar no Caminho de Deus.

O(a) amado(a) leitor(a) está em Jesus? Não basta olhar para a couraça, temos que estar trajando-a.


A ARMADURA DE DEUS (4) - SANDÁLIAS DA PAZ

Estamos falando sobre a armadura de Deus. Paulo continua sua exposição falando sobre a necessidade que há de que o cristão tenha os pés calçados na preparação do Evangelho da paz.

Para que servem os calçados? Para proteger nossos pés! E de que esses calçados protegem? Das pedras pontiagudas e dos espinhos!

Nos desertos, existem pedras cortantes. Nas matas, existem espinhos. Nas pedras, a planta de nossos pés é desgastada. E assim sucessivamente.

Antes de falarmos o que vem a ser essas pedras ou esses espinhos, penso ser importante perguntar qual é a reação natural quando uma pessoa pisa num espinho? Primeiro ela grita, depois ela xinga. A dor desperta em nós um sentimento de raiva. E extravasamos nossa raiva com o desejo de ferir, machucar, ofender, insultar; de retribuir a dor que sentimos.

A vingança ocorre quando ferimos quem nos feriu, causamos dor a quem dor nos causou, afligimos quem nos afligiu. Assim, sintomático que o desejo de vingança é o desejo de ferir quem nos feriu, causar dor a quem dor nos causou, afligir quem nos afligiu. Toda vez que xingamos estamos expressando raiva, dor, ódio, frustração, desapontamento, decepção e coisas tais.

Se e quando xingamos algo ou alguém, simplesmente estamos desejando infligir-lhe dor e sofrimento. Estamos querendo que essa pessoa sofra, que sinta dor e aflição. Se nosso insulto, nossa ofensa atingir seu objetivo, essa pessoa se sentir ferida, humilhada, machucada.... teremos conseguido atingir nosso objetivo.

Muito embora situações diversas possam nos fazer ficar aborrecidos (um plano, um projeto que não certo, por exemplo), vamos concentrar nossa atenção no relacionamento com as pessoas.

É incrível como nós nos deixamos controlar e manipular pelos outros. Quer dizer: somos rudes com quem é rude; intolerantes com quem é intolerante; grossos com quem é grosso; ríspidos com quem é ríspido. Ficamos magoados com a aspereza das pessoas, e passamos a ser também ásperos. Quando nós tratamos as pessoas da forma como elas nos tratam, estamos dando a elas o poder, o controle sobre nossas vidas, sobre nosso comportamento. E essa é uma arma poderosíssima nas mãos de nosso Inimigo. Para nos tirar a paz, para que percamos nossa comunhão com Deus, para colocar areia em nossa comunicação com Deus, para obstruir nosso contato e ligação com o Espírito Santo de Deus, basta que ele (o diabo) consiga nos deixar aborrecidos, chateados, irritados, desapontados, decepcionados, frustrados!

Quem tem seus pés calçados com o Evangelho da paz não se deixa abalar pelo comportamento alheio. Não importa o que façam ou deixem de fazer. Não importa o que sejam ou deixem de ser. "O Senhor deu, o Senhor tirou. Glorificado seja o nome do Senhor" (Jó 1:21).

Tente visualizar a seguinte situação: um(a) amado(a) irmão(ã) está num culto, cantando louvores a Deus, sentindo a paz de Deus, enchendo-se da glória do Senhor. Depois, ouve uma palavra de conforto, de esperança, de fé, de ânimo, e agradece a Deus. Terminado o culto, na saída sorri para um conhecido presente, que não está... "em seus melhores dias", não foi tocado pelo Espírito Santo, e com o rosto pesado, revelando dor e sofrimento (raiva, frustração), grunhe alguma coisa, se vira e vai embora sem retribuir o sorriso. Pronto! Toda espiritualidade correu chão abaixo... Talvez outra coisa, qualquer coisa, mas que faz com que aquela alegria, aquela paz, aquela sensação de gozo e leveza se dissipe, se desvaneça, desapareça...

Percebe a importância dos calçados da paz? O(a) amado(a) leitor(a) está com os pés calçados no Evangelho da paz?


A ARMADURA DE DEUS (5) - ESCUDO DA FÉ

Estamos falando sobre a armadura de Deus. Paulo continua sua exposição falando que devemos tomar "sobretudo o escudo da fé, com o qual podemos apagar os dardos inflamados do maligno" (Ef.6:16).

Normalmente os pregadores gostam de usar esse termo fé. "Ter fé". Mas essa fé é pouco utilizada. Pelo menos nos termos da mensagem que estou a compilar, creio, com a graça e com a direção do Espírito de Deus. Daí porque há milhares de cristãos magoados, feridos, decepcionados, frustrados, abatidos que abandonam nossas congregações.

Conforme já disse anteriormente, a diferença entre as funções do escudo da fé e da couraça da justiça são pequenas. A couraça protege nosso corpo espiritual dos ataques do Maligno em nossa alma, em nosso espírito. Com a couraça, deixamos de ter medo, dúvidas, pânico. A couraça da Justiça é estática. Fica parada em nossa corpo. Ou estamos dentro ou fora da couraça (Justiça de Deus - Jesus).

O escudo, no entanto, precisa ser manejado, movimentado. E para isso é preciso treino, habilidade, conhecimento, destreza que a maioria dos amados irmãos não tem.

Todos nós somos corpo de Cristo. Um corpo que tem muitos membros, e que... como é que posso dizer?... não tem muita harmonia entre si. Paulo fala sobre isso em I Cor.12.

Enquanto que a couraça da Justiça protege nossa alma dos diretos ataques diabólicos, o escudo da fé nos protege dos ataques nos quais são usados(as) nossos(as) os(as) amados(as) irmãos(ãs) na fé, mesmo inconscientemente ou com boas intenções.

Aqueles que não estão aparelhados com o escudo da fé sentem esses ataques, e se magoam e ficam frustrados, decepcionados, e... afastam-se da igreja.

Uma certa vez eu recebi pela internet um texto que fala com exatidão o que pretendo descrever. Fala de uma manada de porcos-espinhos durante o inverno. Uma parte do texto: uma grande manada de porcos-espinhos decidiu fazer algo para garantir a sobrevivência. Alguém sugeriu que se ficassem juntos e bem perto uns dos outros, os calores de seus corpos poderiam aquecer uns aos outros de forma que todos ficassem aquecidos nessas noites frias. E assim fizeram. Passou o tempo, e começaram as reclamações. Um reclamava daqui, outro dali, um não queria ficar perto deste, preferia aquele e assim por diante. A situação foi se agravando e uns começaram a falar mal dos outros. Quanto mais nervosos ficavam tanto mais seus espinhos ficavam ouriçados, até que esses espinhos começaram a ferir uns aos outros. Já não podiam mais ficar juntos por causa dos espinhos. Feridos e magoados uns com os outros resolveram se separar. Não dava mais para continuar juntos. Por isso, foram se afastando uns dos outros até a completa separação. Mas o inverno continuava. As noites eram muito frias. Alguns porcos-espinhos chegaram a morrer congelados. À noite a situação ficava mais difícil. Logo, resolveram reunir-se outra vez para tratar do problema. Decidiram que para sobreviver àquele inverno precisariam tomar algumas precauções e suportar as espetadelas uns dos outros. Assim agindo, conseguiram sobreviver àquele terrível inverno.

Acredito que é necessário fazer mais duas observações quanto ao escudo da fé. A primeira é no tocante aos que nos ferem e nos magoam. Eles não são, necessariamente, nossos inimigos. O fato de adotarem um comportamento.... "inadequado" ou "não muito recomendável", vamos assim dizer, não quer dizer, que queiram nos prejudicar, ferir, magoar. Repita-se: é possível que não tenham consciência de que as suas atitudes estão nos ferindo e magoando; que estão destruindo e não edificando. É certo que suas boas intenções não têm o condão de retirar os estragos que fazem, que produzem com suas atitudes. Mas esses estragos não nos autorizam, não nos dão o direito de vê-los (e tratá-los) como inimigos. Se você trata como inimigo quem quer o teu bem, então não está praticando o conselho do Autor de Provérbios 27:5-6 - "Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto. Fiéis são as feridas feitas por quem ama".

Existem três sentimentos que podemos sentir em relação aos nossos companheiros de jornada: amor, ódio e indiferença. Se eu amo, eu quero o melhor para quem eu amo. Se eu odeio, quero que essa pessoa sofra. E se nem amo nem odeio, não me importo com ela. Mas a repreensão, na maior parte das vezes, em vez de gerar gratidão, gera um sentimento de rejeição e humilhação.

Certa vez eu fui para a casa de um amigo, e sua irmã estava com o projeto da construção de uma casa. Meu amigo pediu para que eu desse uma olhada no projeto, poderia dar alguma sugestão para melhorá-lo. Sua irmã não pensou assim. Ela disse: "já vai botar defeito no meu projeto". Ela não via uma sugestão que poderia melhorar o projeto como uma ajuda, mas como uma crítica, um ato de rejeição. Detalhe: o projeto poderia ser melhorado.

Outra vez eu vi um amado irmão tentando amarrar uma rede, mas não do melhor jeito, e eu fui lá ensiná-lo a dar um nó que mais se adequou à corda com o punho de uma rede. O rapaz simplesmente se afastou de mim. Não recebeu a minha atitude como um ato de ajuda, mas achou que eu estivesse querendo "mostrar que sabia", que eu era melhor que ele.

Quando uma pessoa procura te orientar no melhor caminho, como você recebe essa ajuda? Pensa que o irmão está querendo te humilhar? Recebe isso como uma ofensa, como uma humilhação? Vê o amado como um inimigo que pretende te ferir, te magoar, te humilhar?

A segunda observação é no tocante à possibilidade de estarmos errados.

Temos que tomar cuidado com o escudo da fé. Podemos estar usando contra as pessoas erradas. Isto é, podemos estar errados em nossas posições e convicções. Estar na posição de agressor e não na de vítima.

Já te ocorreu alguma vez a possibilidade de estar errado? Isto é, a pessoa de quem esteja discordando estar certa?

Na Bíblia temos o caso de Saul e Davi. Saul estava errado, mas perseguiu Davi, que já era o Ungido de Deus. Jeremias foi afrontado pelo profeta Ananias (Jer.28). E o caso mais grave: Saulo de Tarso. Perseguiu a Igreja de Cristo, convicto de que estava certo. Que os cristãos eram embusteiros, charlatões, enganadores, corruptos, e que por isso mesmo precisavam ser extintos, exterminados.

Se estivermos certos, temos que usar o escudo da fé e dizer: "Senhor, o meu direito e a minha justiça estão diante de ti. Que me poderá fazer o homem?" (Isaias 49:4 e Salmos 56:11 e 118:6).

Se estivermos errados, então estaremos lutando contra Deus. É o que aconteceu com os sacerdotes de Jerusalém (Atos 5:35-39).

Aliás, amados(as) leitores(as), se não tivermos o discernimento espiritual necessário, podemos até estar matando em nome da fé. Isto acontece com freqüência, e já foi previsto por Jesus: "Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. Expulsar-vos-ão das sinagogas; ainda mais, vem a hora em que qualquer que vos matar julgará prestar um serviço a Deus. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim" (João 16:1-3).

Como se pode ver, é preciso ser espiritualmente maduro para que possamos discernir entre o bem e o mal (Heb.5:14), através, somente, do conhecimento da Palavra de Deus (I Cor.2:15, Fil.1:9).

Contra quem ou contra o que o(a) amado(a) leitor(a) tem levantado o escudo da fé? Está sendo para salvação ou condenação?


A ARMADURA DE DEUS (6) - CAPACETE DA SALVAÇÃO

Estamos falando sobre a armadura de Deus somente com a qual podemos chegar firmes ao final do dia, ao final de cada dia.

O capacete, óbvio, serve pra proteger a cabeça. Ao contrário do que normalmente se pensa, e se ensina, é na cabeça que se processam as informações e se tomam as decisões.

O que é "capacete da salvação"?

Antes de falarmos desse capacete da salvação, importa saber como somos salvos. Somos salvos pela fé no sacrifício de Cristo, como último cordeiro de Deus. Existe outra coisa que anda emparelhada e fundamenta, sustenta, catalisa a fé: a esperança. Cristão que perdeu o capacete da salvação é cristão que perdeu a esperança. É em esperança que somos salvos (Rom.8:24).

Creio ser oportuno diferenciar o desespero da desesperança. No primeiro caso o desesperado fica aflito, nervoso, inquieto, atônito. O desespero é originado por causas súbitas, repentinas. No segundo caso a esperança vai murchando, desvanecendo, definhando lentamente até desaparecer.

A esperança não pode ser roubada, destruída, mas pode ser sufocada, esmigalhada aos poucos. Neste sentido, o capacete da salvação vai sendo tirado aos poucos, lentamente... sem que o percebamos...

Muitos cristãos estão em nossas igrejas e já estão cansadas de tanto esperar... e pensando seriamente em deixar a igreja.... precisam fazer alguma coisa antes que a situação se torne insustentável...

Cansaço... amado(a) leitor(a), você está cansado(a)? Cansado de esperar? Está pensando em mudar de igreja... de bairro... de religião... ou até mesmo em deixar a igreja de Cristo?

Saiba que a tua situação é semelhante a de milhares de cristãos sinceros... mas que também estão cansados do labor, das lutas, das intrigas, das frustrações, das decepções, dos fuxicos, e das "pauladas" que recebem por querer fazer algo para Deus, mas sem receber o apoio, o incentivo, ou até mesmo a compreensão necessária para continuar trabalhando, batalhando, labutando na obra e na seara do Senhor.

Em Jer.2:25, o povo, desistindo de lutar contra seu desejo, dizia que iriam se entregar às sua devassidão e luxúria. E em Isaias 49:14, está retratado que o povo pensava que o Senhor havia se esquecido dele, e o desamparado, abandonado, rejeitado, desprezado.

"Até quando, Senhor?" é a pergunta que martela a mente e os corações daqueles que estão esperando o livramento do Senhor. E é a pergunta que vemos dezenas de vezes na Bíblia. Por exemplo: Salmos 6:3, 13, 74:9, 89:46, 94; Jer.31:24; Hab.1:2, 2:6; Zac.1:12 e Apo.6:10.

Até quando o Senhor permitirá que sua igreja seja atacada, seu povo seja destruído, suas ovelhas sejam tragadas pelo maligno?

Não sei até quando. O que eu posso afirmar pra ti, é que os que são fiéis permanecerão.

O tempo é cruel e impiedoso. E ao mesmo tempo que cura as feridas, também mata as esperanças...

Israel ficou 400 anos sob a escravidão no Egito. Moisés ficou 40 anos no deserto de Midiã. Jesus esperou 30 anos para iniciar seu ministério.

O tempo é a maior prova que o amor pode dar, passar e receber. O que mais importa não é exatamente o quanto se ama, mas até quando se amará.

Fico sempre maravilhado quando leio Josué 14. Durante 45 (quarenta e cinco) anos Calebe lutou ao lado de Josué. E a sua força, visão, disposição e fé permaneceram inalteradas.

Como está o capacete da salvação em tua cabeça? A paciência é a maior virtude dos grandes lutadores.


A ARMADURA DE DEUS (7) - ESPADA DO ESPÍRITO

A Bíblia contém muitas figuras, muitas alegorias que precisam ser interpretadas, traduzidas, compreendidas para que possam ser praticadas. A Espada do Espírito é uma dessas figuras muito utilizadas e muito pouco praticadas. O próprio versículo diz que a espada do espírito é a palavra de Deus. Talvez seja por isso que temos uma grande parte dos participantes de nossas igrejas que pensa que basta ter a Bíblia que ela faz o resto sozinha...

Não! Não basta ter a Bíblia em casa, ou carregá-la para a igreja para que sejamos instantaneamente transformados em exímios espadachins.

Paulo alertou a Timóteo que o obreiro do Senhor precisa manejar bem a Palavra da Verdade (II Tim.2:15). Como se aprende a manejar uma espada? Treinando. Treino duro, constante, diário. Com muito esforço e dedicação. Ninguém nasce sabendo. Ninguém nasce campeão. Todos os atletas, inclusive aqueles que praticam a esgrima (entre as diversas armas, as espadas), dependem de um treino diário, continuo, dedicado e com muito esforço.

Fazem mais de vinte anos que estou na Igreja. Mais de 20 anos que leio a Bíblia. Isto me deu um bom conhecimento dela. Mas há aqueles que estão já há muitos anos da igreja, e nem sequer podem dizer que leram a Bíblia toda. Não a conhecem. Não podem usá-la como mapa e como bússola. Não sabem como ela "funciona". Não conseguem orientação na Bíblia... e acabarão deixando a igreja de Cristo... poderão continuar freqüentando os cultos, e se divertindo com os programas de lazer. Mas... sem utilizar a espada do espírito, sem entrar nas lutas... fazem parte das duas e meia tribos de Israel que preferiram morar do lado de cá do Jordão.

Não basta ter a Bíblia em casa ou nos cultos. É preciso conhecê-la, tê-la em nossa mente e em nosso coração. Saber o que ela diz, conhecer suas instruções e orientações.

Em João 8:32, a Bíblia diz que se conhecêssemos a verdade, ela nos libertaria. Conclusão lógica: quem não conhece a Verdade continua escravo.

Como se conhece a verdade? Através da Bíblia. Somente através da Bíblia. Não há alternativas. Mesmo que um anjo venha nos dizer o que fazer, se não estiver de acordo com a Bíblia, deve ser rejeitado de imediato (Gal.1:9).

Nós somos peregrinos e forasteiros (I Ped. 2:11) nesta terra. Estamos aqui de passagem para que possamos aportar em Jerusalém Celestial (Heb.11:6). Um caminho desconhecido para todos nós. Um caminho de desertos, de serpentes e escorpiões (Deut.8:15). Longo e sinuoso. Muitas vezes, ficamos confusos e não sabemos como agir em muitas situações. A Bíblia responde. Ela diz como devemos agir em cada ocasião. Só precisamos descobrir onde na Bíblia estão as instruções.

Mas... para tanto, precisamos conhecer a Bíblia. Quem não conhece a Bíblia não saberá como agir, ou como reagir quando chegarem as lutas, as tribulações, as decepções, as "pauladas" das lideranças da igreja. Quem não sabe como reagir diante destas situações, raramente fará o que é certo. Quando fazemos, pela primeira vez, o que não sabemos fazer, com quase toda certeza, faremos errado.

Recomendo a leitura da mensagem SABEDORIA, onde concluo que ela é o resultado da interação entre a teoria (conhecimento da Bíblia) e a prática (experiência). Quem apenas conhece a Bíblia, não pode dizer que é sábio (I Cor.8:1b). E quem tem apenas experiência também não pode dizer o mesmo. Aliás, quem é sábio jamais vai alardear que o é.

É preciso manejar bem a palavra da Verdade. Conhecê-la e utilizá-la em favor da Igreja de Cristo. Esse permanecerá firme.


A ARMADURA DE DEUS (8) - CONCLUSÃO

Depois de tudo que foi dito, discorrido e explicado até agora, fica fácil fazer uma conclusão. Pelo menos para mim.

Espero que o(a) amado(a) leitor(a) tenha apreciado a leitura, e que também tenha sido útil para o crescimento espiritual.

O caminho do Cristão foi retratado com muita propriedade por John Bunnyan (ou coisa parecida) no livro O PEREGRINO, cuja leitura recomendo a todos.

Não estamos sozinhos nesta jornada. Temos toda uma igreja a nos acompanhar. Como seria bom se todos fossem humildes, cordatos, generosos e compreensivos. Não é mesmo?

Nós, Obreiros da Casa do Senhor, somos os condutores desse grande (e complicado) rebanho.

Quando as pessoas vêm para a Igreja, elas não são instantaneamente transformadas em santas e irrepreensíveis. Elas continuam sendo, durante muito tempo (tempo demais até) o que foram no mundo: falsas, presunçosas, egoístas, fechadas, desconfiadas, hiper-sensíveis, suscetíveis a qualquer gesto que demonstre rejeição, entre muitas outras qualidades e defeitos (mais defeitos do que qualidades). Elas continuam, durante muito tempo, com aquelas escamas que estavam nos olhos de Paulo (Atos 9:18), e vêem tudo distorcido. Atos de amor e compaixão são vistos como ataques, rejeição ou condenação.

Assim, para que todos sobrevivamos à jornada (Deut.8:15), precisamos da armadura de Deus, sem a qual não permaneceremos na Igreja. Cada dia é uma batalha contra o pecado, contra nossa natureza pecaminosa, contra aqueles que estão conosco em uma das igrejas de Cristo, mas que ainda não foram tomadas, enchidas, transformadas pelo Espírito de Deus.

É preciso ter consciência de que as pessoas que estão conosco nas igrejas de Cristo, mesmo não sendo nossas inimigas, podem fazer algo que nos magoe, nos entristeça, ou nos deixe humilhados. Mas isso não as torna nossas inimigas. Se ficamos feridos é porque nos deixamos ferir, porque não estávamos com a couraça da Justiça, ou com o escudo da fé, ou com os sapatos da paz. E isto não nos dá o direito de tratá-las como inimigas. Não há nada que um irmão de igreja faça que nos dê autorização para tratá-lo como um desafeto.

Nós, cada um de nós, somos os maiores aliados que o Diabo tem em sua obra contra a Igreja de Cristo, cada um de nós que nos ufanamos como sendo "filhos de Deus" (às vezes não tenho certeza se Deus nos olha do alto e reconhece em nós um filho...).

Como é que eu sei de tudo isto? Porque é o que está escrito na Bíblia, nas entrelinhas das Sagradas Escrituras.

O mais importante é o amor. O amor cobre multidão de pecados (I Ped.4:8). A misericórdia triunfa sobre o Juízo (Tiago 2:13).

Ao contrário do que muita gente na igreja pensa, nossos maiores problemas não estão nas regiões espirituais (de forma direta). Mas nas igrejas de Cristo, com nossos irmãos, e companheiros de jornada. Temos que amar, aceitar, ajudar e orar por essas pessoas (más, perversas, egoístas, hipersensíveis, e muitos outros predicados não muito recomendáveis) que estão conosco na jornada. Se não estivermos trajando a armadura de Deus seus atos (mesmo que involuntários) produzem feridas em nossas almas, corações, espíritos.

O Diabo não tem pressa. Ele tem todo o tempo do mundo para nos derrubar... Nós é que temos que ficar preparados para suportar (e sobreviver) às suas astutas ciladas.

Algum dia você se sentiu ferido e magoado por causa de algum irmão da igreja? Talvez até mesmo o pastor (diligente, líder)? Então o(a) amado(a) leitor(a) não estava com trajando a armadura de Deus. E não chegou ao final do dia firme e inabalável.

A batalha não ocorre somente aos domingos, mas a cada dia, todos os dias.


AS ÁGUIAS E A VIDEIRA


As Águias e a Videira

O que quer dizer Ezequiel 17? Li reli mas não entendo esta parábola.

No capítulo que você cita, Ezequiel é convidado pelo Senhor a propor à casa de Israel um enigma, uma parábola. Nessa parábola fala de duas águias e de uma videira (leia o capítulo 17 de Ezequiel).
História de Israel: Sedecias (a vinha) entre Babilônia (águia 1) e Egito (águia 2)

Uma primeira interpretação desse capítulo precisa ser contextualizada na história de Israel. Ezequiel está falando às vésperas da destruição de Jerusalém e do seu templo, por Nabucodonosor, rei da Babilônia. Antes da destruição definitiva, ele conquistou Jerusalém, deportou o rei Joaquim e outros nobres de Jerusalém para a Babilônia e colocou como governante Sedecias, que era um judeu, filho de Josias, mas que se submeteu ao poder do rei babilonês. Ora, a "casa de Israel" para quem o profeta fala é exatamente o rei Sedecias. Ele é a videira, mencionada na parábola.

A parábola menciona duas águias. São os dois imperadores que pressionam Judá, que intimam Zedequias.
O primeiro é o rei Nabucodonos (veio do Líbano, do Oriente). Ele entrou em Jerusalém e "apanhou uma dentre as sementes da terra e a plantou" - a videira, isto é, impossou Zedequias como rei em Jerusalém.
Ao lado dessa vinha havia uma outra água, isto é, o Egito. Zedequias foi tentado a seguir as indicações políticas do Egito e rebelar-se contra a Babilônia, que era seu aliado.
Diante dessa situação, nasce a pergunta do profeta: Essa vinha vingará? "Acaso a água não arrancará as suas raízes?
A história conta que em 587 a rebelião estoura, coroando a falta de sucesso do rei. Nabucodonor destroi a cidade de Jerusalém com o seu templo e deporta os judeus para a Babilônia.
Para os profetas (junto com Ezequiel também Jeremias) a falta de confiança em Deus, o pecado do povo teve como consequência a catástrofe que afligiu Judá, proporcionada pelo rei da Babilônia. Na perspectiva bíblica, é uma punição que visa a purificação.
Para a nossa vida
Para a nossa vida de cristão, diante de tal leitura, poderíamos tirar muitas conclusões. Poderíamos nos questionar, por exemplo, se as alianças e compromissos que fazemos refletem a vontade de Deus ou se seguimos pela nossa estrada independentes da Palavra de Deus.
Este é mais um , entre tantos capítulos nas Escrituras que nos apresenta uma parábola.
Na maioria das vezes as parábolas bíblicas são muito óbvias em seu significado. Muito poucas têm significados ocultos.

Quando Jesus falava em parábolas, a maioria delas tinham significado claro. Mas em algumas outras os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram:
“Senhor, diga-nos, o que é que essa parábola quer dizer?”
A mesma coisa é verdade a respeito das parábolas do Antigo Testamento. Na maioria das vezes no AT uma parábola é muito óbvia em seu significado. 
As parábolas de Ezequiel 15 e 16 são fáceis de entender. Porém a do capítulo 17 não é tão simples assim.

 É por isso que o versículo 2 diz: “Filho do homem, propõe um enigma e usa de uma parábola para com a casa de Israel” .
É uma parábola, no sentido que ela tem significados espirituais, mas é um enigma no sentido de que precisa ser explicada.
Mais um vez, em outros detalhes a parábola será explicada
Na ilustração de Ezequiel uma águia gigante quebrou o topo de um jovem cedro e o levou para uma terra diferente.

De fato, em 597 aC Babilônia capturou Joaquim, rei de Judá, juntamente com o melhor do povo de Jerusalém, e levou-os para a Babilônia.
Retornando à terra do cedro, a águia plantou uma semente nativa que cresceu e se transformou em uma videira. Ela não cresceu muito, mas se manteve obediente à águia.
Ou seja, retornando a Jerusalém, Babilônia nomeou outro membro da família real de Judá, Zedequias, como rei em lugar de Joaquim.
Zedequias recebeu uma limitada independência após ter jurado submissão a Babilônia.
Em seguida, outra águia gigante, (Egito) tão impressionante quanto a primeira (Babilônia), aparece em cena, e a videira de baixa estatura transfere sua lealdade (suas raízes) a esta nova águia.

De fato, Zedequias se rebelou contra a Babilônia através da celebração de um tratado militar anti-Babilônia com o Egito.
A primeira águia (Babilônia), portanto, arrancou a videira com suas raízes e cortou seus frutos e galhos, deixando-a murchar e morrer.

Babilônia destruiria Jerusalém e levaria Zedequias ao exílio humilhante onde ele morreria.
A interpretação de Ezequiel da ilustração dá ênfase especial à traição de Zedequias ao quebrar o tratado com a Babilônia (v. 18, 19).
Zedequias tinha feito um juramento de fidelidade a Nabucodonosor, em nome do Senhor Jeová, mas quebrou esse juramento ao buscar ajuda do Egito.
Como castigo ele foi levado cativo para a Babilônia. 

Por último, Ezequiel, mostra que Deus, não uma águia, vai retirar o topo de um cedro (v. 22).
Ele vai plantá-lo no topo de uma montanha, onde se transformará em uma árvore enorme e magnífica, trazendo benefícios para aves e animais de todos os tipos.
A partir da linha davídica de reis, Deus tomará um rei, o Messias, e por meio dele estabelecerá um reino que trará bênçãos a todo o mundo.

Árvores altas e verdes secarão, mas a árvore de Deus florescerá. Nações como a Babilônia e o Egito perecerão, mas o reino de Deus será exaltado. 

Ao empreendermos as nossas atividades hoje lembremos de colocar o Messias em primeiro lugar em nossas vidas. Aqueles que estão unidos a Ele hoje participarão de Seu reino para sempre.

escrito por Mohanraj Israel




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