Podemos
Esperar o Avivamento?
Os dias da nossa civilização parecem estar contados. As causas
que levaram ao declínio e queda do Império Romano foram descritas vividamente
pelo historiador Edward Gibbon, como sendo amor excessivo do prazer e do lazer,
altas taxas de impostos, grandes forças militares, ruptura da vida no lar, e
decadência da religião. Todos estes fatores são visíveis hoje no nosso mundo.
A raça humana já viu nada menos que 20 civilizações aparecer e
desaparecer na cena mundial. Nossa atual civilização moribunda não será nenhuma
exceção a este ciclo. As civilizações nascem para morrer, e pode ser que a
nossa já tenha passado do ponto de retorno.
Nosso Privilégio
Esta situação deveria levar os cristãos ao desespero? Pelo
contrário, os cristãos podem muito bem dar graças ao Senhor pelo privilégio de
viver nesta era, que pode muito bem ser a mais importante na história do
cristianismo.
Somente quando o orgulho humano é humilhado, e a sabedoria
humana reconhece sua falência é que os homens no seu desespero ficam prontos
para receber Cristo na sua vinda. Enquanto o mundo entra no seu período de
grande tribulação, conforme predito pelas Escrituras, os cristãos também serão
testados, mas brilharão como nunca antes.
A Igreja do século XX tem vivido num estado de conforto e
bem-estar totalmente estranho aos padrões do Novo Testamento, e
conseqüentemente tem ficado morna e impotente. Perseguição e sofrimento têm o
efeito de purificar a Igreja e de prepará-la para a vinda de Cristo. E quando a
Igreja cair de joelhos em quebrantamento e arrependimento, então o fogo cairá!
Sim, estes dias com tantos sinais apontando a iminente volta do
Senhor nos oferecem o maior encorajamento de esperar e buscar um avivamento
mundial. Por que posso dizer isso?
Nossa Certeza
Tantos cristãos no mundo inteiro estão sentindo a profunda
necessidade de um avivamento, e estão orando neste sentido. É o Espírito Santo
quem coloca esta carga no nosso coração, e Deus sempre responde a oração que
ele mesmo inspira, quando cumprimos as condições (Romanos 8.26,27).
Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra
sua Igreja para destruí-la (Mateus 16.18). Os ataques satânicos contra a Igreja
se multiplicam em todos os lugares, e sem um avivamento para fortalecer os
cristãos nas perseguições vindouras, Satanás venceria. E sabemos que isto nunca
poderá acontecer.
Esta ainda é a dispensação do Espírito Santo, e podemos esperar
derramamentos do Espírito até os últimos dias antes da volta de Jesus. As profecias
falam de avivamentos nos últimos dias. Atos 2.16 diz: “Mas isto é o que foi
dito pelo profeta Joel: Nos últimos dias, diz Deus, do meu Espírito derramarei
sobre toda a carne...” Isto foi parcialmente cumprido no dia de Pentecoste, mas
seu cumprimento total virá em breve. A Igreja começou com avivamento e
terminará da mesma maneira! Temos a promessa tanto da chuva temporã como da
serôdia antes da volta do Senhor (Joel 2.23).
O avivamento é necessário para preparar uma Igreja mundana e
apóstata para a volta do Senhor. Daniel 12.10 diz que nos últimos dias muitos
serão purificados, isto é, feitos santos. Quão poucos hoje são puros e santos!
Se muitos serão purificados, então teremos de ter um avivamento. O avivamento
certamente virá! A pergunta é: Como?
Adiando o Juízo
Quando o avivamento vier, não salvará a civilização, que já está
corrupta e endurecida demais. Mas salvará muitas almas! Paulo, como prisioneiro
a caminho de Roma, não tentou salvar o navio, pois sabia que estava condenado.
Mas Deus lhe prometeu que as pessoas que estavam nele seriam salvas (Atos 27.
22,24).
O navio da civilização está caminhando para as rochas do
naufrágio. Não devemos perder tempo tentando salvá-lo, mas antes devemos buscar
a salvação de almas! Os avivamentos realmente afetam apenas uma minoria. A
maioria os rejeita e endurece o coração. Jesus não tentou salvar a civilização
do seu tempo, e nem os apóstolos. Sua única paixão era ver a salvação das
almas. E esta deve ser a nossa também.
Embora o avivamento vindouro não salvará a civilização corrupta,
poderá adiar sua destruição inevitável, a fim de que milhões de pessoas no
mundo inteiro possam ser salvas antes do Senhor vir em juízo.
O avivamento no dia de Pentecoste, no ano 29, não impediu a
destruição de Jerusalém e da nação dos judeus no ano 70. Mas pode ser que a
tenha adiado. Se o derramamento de Pentecoste não tivesse ocorrido, a
destruição de Jerusalém poderia ter vindo vinte ou trinta anos antes. Aquela
poderosa visitação do Espírito amarrou as forças do mal, e deu um espaço para
que milhares pudessem ser salvos.
A Igreja estava tão firmemente estabelecida que o fim da nação
dos judeus não resultou no fim da Igreja, assim como o fim do Império Romano
também não acabou com o cristianismo. Sabemos, também, que o fim da nossa
civilização atual, agora tão iminente, não será a morte da Igreja, mas o seu
dia de coroação!
Os avivamentos do rei Ezequias em 678 a.C., e do rei Josias em
624 a.C., também não salvaram Judá do cativeiro, mas deram um intervalo de 150
anos durante os quais o profeta Isaías e outros receberam as gloriosas
profecias que fortaleceram os judeus no cativeiro e ainda nos inspiram hoje. É
possível que o avivamento final tenha o mesmo efeito.
Sinais do Avivamento
Ficamos desanimados ao ver que os verdadeiros cristãos são uma
minoria tão pequena. Mas não deveríamos ficar. Pois é através desta minoria que
Deus certamente operará!
Com a maldade crescendo cada vez mais entre a maioria, há uma
fome cada vez maior por um avivamento entre a minoria. Este crescimento em
paralelo de maldade e santidade foi predito pelo profeta Daniel que declarou:
“Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados, mas os ímpios
procederão impiamente”.
Claramente, o ritmo mais acelerado e a pressão da maldade estão
empurrando a minoria de cristãos consagrados em todas as denominações para mais
perto de Deus, e para mais perto uns dos outros. O Espírito de Deus está agindo
em resposta ao clamor dos corações dos crentes preocupados!
Quando a perseguição ou tribulação começar a afetar a Igreja,
esta pressão poderá ser a faísca do avivamento mundial, assim como a compressão
crescente no motor a diesel fornece o calor necessário para liberar a poderosa
explosão que movimenta o trem irresistivelmente para frente.
Evidências do avivamento vindouro incluem os diversos movimentos
para distribuição das Escrituras, que está agora em dimensões sem precedentes.
O Evangelho está chegando ao mundo inteiro através de estações de rádio de
grande potência. Tem havido um grande crescimento no número de livros cristãos,
de filmes e gravações.
Reuniões de oração estão sendo realizadas pelo mundo inteiro, em
números sem precedentes. Os leigos estão participando cada vez mais da
liderança. Estão levando o desafio do cristianismo a cada vocação na vida, e
estão alcançando pessoas que não freqüentam igrejas. Os jovens também estão
exercendo um papel mais importante neste surto recente da fé. Estas e muitas
outras manifestações do Espírito de Deus surgiram nas últimas décadas, de forma
que há muito mais atividade evangélica e missionária hoje do que sessenta anos
atrás.
A Responsabilidade de Deus
Deus nunca permitirá que sua Igreja expire. Vez após vez, a
Igreja esteve no leito da morte, e os críticos estavam dispostos a enterrá-la. Mas a Igreja tem ressurgido,
levantando-se do seu leito para enterrar seus críticos. Quanto mais ímpia uma
geração se tornar, mais seguros podemos estar de que o avivamento está a
caminho!
Não devemos cometer o erro de pensar que o próximo avivamento
será como o último, ou como qualquer outro avivamento passado. O mundo mudou,
as condições mudaram, o avivamento que virá será apropriado para resolver as
novas condições.
Por todos os lados, vemos a angústia e perplexidade das nações,
como previsto pelo nosso Senhor (Lucas 21.25). A soberania de Deus não pode ser
negada. Seus propósitos não podem ser derrotados. Tomemos coragem, e
acreditemos que as gotas de misericórdia que já estão caindo possam se
transformar em chuvas de bênção e até na inundação do maior despertamento
espiritual do mundo!
Nossa Responsabilidade
Qual é então a nossa responsabilidade como cristãos?
Primeiro, garantir que estamos em prontidão espiritual para a
volta do Senhor. Isto significa abrir-nos completamente para a habitação do
Espírito Santo e para seu poder.
Segundo, orar para o avivamento, até que o Espírito seja
derramado em tal medida que o primeiro Pentecoste pareça muito pequeno em
comparação.
Certamente, não devemos ficar perturbados. As dores terminais da
nossa civilização serão as dores de parto do Reino que virá, aquele Reino cuja
vinda deve fazer parte da nossa oração diária. Que glorioso seria se pudéssemos
estar vivos para ver tudo isto acontecer!
Major Allister Smith