sexta-feira, 3 de julho de 2020

UMA ORAÇÃO PARA SACUDIR O INFERNO

Uma Oração de Sacudir o Inferno

 

Quando o livro de Daniel foi escrito, Israel estava sob cativeiro na Babilônia. Na altura do capítulo 6, após uma longa vida no ministério, Daniel tinha oitenta anos de idade. O piedoso profeta pregador havia sobrevivido a dois reis babilônicos, Nabucodonozor e seu filho Belsazar. Agora Daniel servia sob o rei Dario.

Em todos seus muitos anos de ministério, Daniel sempre foi um homem de oração. E agora, idoso, ele não pensava em parar. As escrituras não trazem menção de Daniel estar esgotado ou desencorajado. Nada diz de ele ter um pé de meia ou uma casa de campo, onde poderia passar seus anos dourados sem nenhuma responsabilidade. Pelo contrário, Daniel estava só começando. As escrituras mostram que mesmo chegando aos oitenta, as suas orações sacudiam o inferno, enfurecendo o diabo.

Por essa época, o rei Dario havia promovido Daniel ao posto mais elevado daquela terra. Daniel agora era um dos membros de um triunvirato, e governava sobre os príncipes e governadores de cerca de 120 províncias. A Bíblia até diz que Dario favorecia Daniel em relação aos outros dois co-presidentes. Ele nomeou Daniel encarregado de formar uma política de governo, instruindo os demais membros de seu escalão e os intelectuais: "...Daniel se destinguiu destes presidentes...e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino" (Daniel 6:3).

Obviamente, Daniel era um profeta atarefado. Ninguém poderia desempenhar tantas funções sem ser terrivelmente ocupado. Fico só imaginando os tipos de pressão colocados sobre este ministro, com sua programação e reuniões que gastavam tanto tempo .

Contudo nada afastava Daniel da sua hora de oração. A oração continuava sendo sua principal ocupação, e tinha prioridade sobre todas as demais questões. Em resumo, Daniel nunca estava ocupado demais para orar. Três vezes por dia ele dava uma saída de suas obrigações, de suas apreensões, das coisas que exigiam sua atenção como líder, para gastar tempo com o Senhor.

Daniel não tinha de consultar outros líderes "de sucesso" para aprender como cumprir o seu chamado. Não tinha de assistir cursos para aprender como ministrar às multidões sob seu cuidado. Daniel recebia toda sabedoria, orientação, mensagens e profecias enquanto estava ajoelhado.

Creio que Daniel é um exemplo para nós da importância de ter um ministério de oração nos tempos de crise. Vemos isso em seus primeiros anos, sob o governo de Nabucodonozor. Certa época, o rei teve um sonho perturbador que o deixou desnorteado, confuso e assombrado. Ele suplicou que seus videntes que lhe explicassem o sonho, mas ninguém conseguiu.

Isso enfureceu Nabucodonozor, e ele disse à corte: "Vocês só me trazem palavras tolas e vazias; ficam enrolando, tentando ganhar tempo. Mas quero a verdade. Quero respostas aos meus anseios mais profundos." Finalmente, decretou que todos os videntes fossem mortos - os astrólogos, os feiticeiros, os mágicos, até os "sábios", incluindo o jovem Daniel e seus três piedosos companheiros.

Quando Daniel soube da sentença de morte, fez uma reunião com os três amigos. Você pode ter certeza de que a reunião não foi para "congraçamento", ou estudar opções, ou motivar os outros judeus a trazerem planos de sobrevivência. Não, Daniel e os jovens hebreus sabiam que teriam ouvir diretamente do Senhor. Então se ajoelharam, e clamaram por Sua misericórdia e revelação.

Que incrível prece Daniel ofereceu a Deus: "Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e força; é ele quem muda os tempos e as horas, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz" (Daniel 2:20-22).

Nesta época, a igreja do Velho Testamento tinha chegado à sua pior fase. O povo de Deus tinha perdido o cântico, o louvor fora silenciado, e agora estava sendo espiritualmente arrastado pela correnteza. A tremenda prosperidade de Babilônia tinha se agarrado ao coração de muitos. E certamente Satanás se alegrava com a situação de Israel. E então, para piorar, motivou Nabucodonozor a lançar a sentença de morte contra Daniel.

Agora todos israelitas sob cativeiro estavam olhando para Daniel. O futuro deles dependia da relação dele com Deus. E ficavam pensando: "Será que Deus ainda fala com as pessoas? Será que alguém é capaz de fazer a leitura dos tempos e saber o que está acontecendo? Quem pode discernir os segredos do Senhor?"

Daniel sabia exatamente o que estava ocorrendo. E poderia ter agido de inúmeras maneiras. Ele poderia ter organizado uma grande marcha à capital para pedir justiça aos judeus. Mas veja, o mundo e o inferno não se impressionam com multidões, números, demonstrações. E nem são impactados por mega-igrejas com seus edifícios majestosos e um enorme rol de membros. Não se agitam por causa de jovens ministros brilhantes e letrados que fazem pesquisa perguntando: "Que tópicos você gostaria que evitemos nos sermões? Como devemos lhe acomodar, para que você venha à igreja?"

Não - a única maneira de impactar este mundo é através de uma palavra que revele o pecado e exponha o coração. O mundo necessita ouvir a verdade pura do Espírito Santo, que golpeie os espertos e responda ao clamor do coração em dúvida.

Creio que o rei Nabucodonozor é o retrato da humanidade moderna, que clama: "Tenho poder e influência; tenho todo os bens materiais que poderia desejar - mas mesmo assim, não possuo paz. Faço perguntas, e preciso de respostas. E vocês, que dizem falar por Deus - ou seja, intelectuais, os partidários do ritualismo, até as pessoas do povo - se vocês não conseguirem responder ao clamor do meu coração, então não têm o direito de existirem. Não há propósito para vocês; são inúteis para a sociedade."

Estive em Dallas recentemente, e visitei uma congregação dita "igreja comunitária". O culto foi tão informal, que ficou irreverente ao extremo. As pessoas ficavam bebendo refrigerantes e mastigando biscoitos, enquanto as crianças corriam como loucas.

O culto começou com uma brincadeira cômica, sobre como comprar um carro. A seguir, a equipe de louvor entoou umas músicas "ambíguas" - canções de amor que se pode cantar para a namorada. Finalmente, o pastor, com doutorado em teologia, entrou com uma pequena tira de papel nas mãos, contendo toda a sua mensagem. Falou dez minutos sobre como gostar do emprego.

Este ministério tinha se iniciado através de uma pesquisa na vizinhança, que perguntava o que as pessoas gostariam de ter na igreja. Como resultado, os cultos foram planejados para terem uma natureza totalmente desprovida de confrontações. Porém, olhando em torno pela congregação, via homens e mulheres que obviamente tinham problemas profundos que precisavam de respostas. Os adolescentes se mostravam enfadados. Meu coração se partiu por estas pessoas. Todos ali precisavam de uma palavra dos céus, contudo só recebiam palha. Por que? Porque os homens do púlpito estavam sendo evasivos, porque haviam perdido o contato com Deus.

Quando Este País Vir o Escrito de Julgamento na Parede,
o Povo Gritará Pedindo Líderes que Orem

Quando o dedo do julgamento de Deus ficar claro para este país, as pessoas vão deixar de procurar pregadores da prosperidade que vivem dizendo: "Está tudo indo bem." Pelo contrário, elas vão reagir como os israelitas, ou seja, buscarão pessoas como Daniel, pessoas piedosas que saibam fazer a leitura dos tempos.

Em Daniel 5 Belsazar, filho de Nabucodonozor, ocupava o trono. Este rei pagão promoveu um enorme banquete para mil de seus governantes. No auge da bebedeira, o rei mandou os servos trazerem os vasos de ouro e de prata que tinham sido tirados do templo judeu em Jerusalém. Logo depois os governantes de Belsazar, as esposas e concubinas bebiam de maneira insana destes vasos que haviam sido consagrados.

De repente, de modo sobrenatural os dedos da mão de um homem aparecem durante o banquete e começam a escrever uma mensagem na parede. Era um aviso de que o julgamento estava às portas. As escrituras dizem: "Então se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro. Ordenou o rei em alta voz que se introduzissem os encantadores, os astrólogos ...e disse o rei aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e será, no reino, o terceiro dominador...Então o rei Belsazar perturbou-se muito ...Os seus grandes estavam sobressaltados" ( Daniel 5: 7-9).

Que cena de terror. Contudo, devo lhe dizer, muito em breve a próspera América vai passar pelo mesmo choque. O escrito está na parede agora, e sem dúvida o julgamento está às portas. Como Belsazar os líderes de nossa nação ficarão sobressaltados, seus semblantes mudarão, seus joelhos tremerão.

No entanto, apesar disso, os ministros em nosso país estão pregando uma falsa paz. Por todo o país pastores condescendentes declaram que Deus nunca rebaixará a América pelo fato de enviarmos tantos missionários ao mundo. Contudo, estes pregadores não mencionam que o julgamento será óbvio porque matamos 40 milhões de bebês pelo aborto. Quando a escrita aparecer na parede, esses pregadores vão perder a fala. Eles já "perderam o rumo" - pois Deus só revela Sua sabedoria a homens de oração.

Digo aos pastores: Deus o livre de não ser um homem de oração. Nestes tempos de corrupção e prazeres, você precisa se trancar com o Senhor. O que vai fazer quando a escrita de Deus aparecer, e os membros da igreja pedirem que você interprete os tempos? Quantas piadinhas você contará do púlpito então? Como vai responder, quando interromperem seus sermões e gritarem: "Por favor, pastor, diga o que está acontecendo. O que está acontecendo nesses dias é julgamento? O que virá a seguir? Por que o senhor não nos preveniu? O senhor dizia que estava tudo correndo bem - mas perdemos tudo".

Fico chocado com o que as pesquisas de opinião dizem sobre as motivações das pessoas para poderem ir à igreja. Cultos "modernos" podem parecer funcionar agora, na hora da prosperidade. Mas veja o que acontecerá quando o dedo de Deus aparecer, e as contas bancárias chegarem á lona, os filhos se envolverem com drogas, e a família se destruir. As ovelhas não vão querer ouvir pregações melosas. Vão desejar a verdade, pura e cristalina.

A corte de Belsazar tremeu diante da súbita mudança nos acontecimentos. Ninguém sabia o que estava acontecendo. De repente a bebedeira parou. E, enquanto o rei tremia, alguém disse: "Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos...se achou neste Daniel...conhecimento, inteligência, interpretação de sonhos, explicação de enigmas e solução de dúvidas..." (Daniel 5:11-12).

Então Belsazar chamou Daniel, e disse ao profeta algo assim: "Nenhum destes sábios conseguiu dizer coisa alguma; não conseguiram interpretar o escrito na parede. Mas ouvi que você consegue discernir os tempos. Por favor, diga-me a verdade, e acabe com as minhas dúvidas" (ver 5:16).

Quando Daniel falou, ele não adoçou a pílula. Ele havia estado ajoelhado e sabia exatamente o que aquelas pessoas precisavam ouvir. Então disse assim: "...tu...Belsazar, não humilhaste o teu coração...levantaste-te contra o Senhor do céu...Contou Deus o teu reino, e o acabou...pesado foste na balança, e foste achado em falta" (5:22,23; - 26,27).

Era esse o tipo de verdade não contaminada que Belsazar e seus príncipes queriam ouvir. Era a verdade que podia tirar suas dúvidas, porque lhes dizia exatamente onde se encontravam. Na verdade, Belsazar ficou tão grato, que nomeou Daniel para ser o governador maior do reino.

Então, por favor não me diga que os não convertidos não desejam mensagem convincente e direta. Não é assim!

Os Problemas Se Opõem à Toda Pessoa Que Ora

Toda pessoa que ora sofre o açoite do inferno. E Satanás vai fazer tudo que puder para calar suas preces. Daniel já tinha provado a eficiência de sua oração sob Nabucodonozor e Belsazar. Agora, no reinado de Dario, Satanás inicia uma grande conspiração para calar as orações de Daniel. As orações do profeta tinham sacudido tanto o inferno, e o diabo ficou tão enfurecido, que organizou o governo inteiro da Babilônia contra ele.

Lembre-se, Daniel tinha sido colocado acima de todos os outros líderes do país; e esses políticos viam em Daniel sabedoria, respeito e uma preferência que os deixava com inveja. E agora então, conspiram contra ele: "Então os presidentes e os sátrapas procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino, mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma, porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa" (Daniel 6:4).

Daniel era inculpável, então os líderes da Babilônia não conseguiam lhe pegar em nenhum pecado. Finalmente concluíram que a única maneira de chegar ao profeta seria através do caminhar que ele tinha com Deus. Disseram: "Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus" (6:5). Quisera Deus que isso pudesse ser dito sobre nós hoje em dia.

Esses líderes sabiam que Daniel orava em direção a Jerusalém três vezes por dia. E atribuíam a preferência de que desfrutava às orações. Então executaram um plano para acabar com a oração. Como? Acredito que ficaram tentando ocupar o tempo de Daniel com atividades. Os co-presidentes procuravam lhe envolver em negócios importantes, do governo, para que não tivesse tempo de orar.

Amado, esse é um dos principais artifícios que Satanás usa contra todos os crentes. E é uma conspiração que prevalece especialmente no meio dos pastores. Se você perguntar a um pastor por que ele não ora, ele provavelmente dirá que não tem tempo. As obrigações de pastor lhe consomem tanto, que ele tem de usar todo o tempo que sobra para preparar os sermões.

A maioria dos cristãos cai na mesma tentação. Dizem: "O meu tempo é muito curto para eu orar. O trabalho me consome todo o tempo". Até as donas de casa afirmam: "Não tenho um minuto no dia para orar. Quando eu consigo vestir as crianças, deixar a casa limpa e preparar as refeições, o tempo acabou."

O filósofo Soren Kierkegaard se referiu às ocupações do cristão como sendo um narcótico. Ele observa que elas levam à uma propensão à dualidade mental. Ele diz que à medida que as pessoas se aprofundam em suas ocupações e negócios, o amor delas pela verdade é relegado ao esquecimento. Aí, com os estímulos intensos de suas atividades e a progressiva necessidade de tempo, torna-se impossível para elas entenderem o perigo em que entraram. Elas possuem o espelho da palavra de Deus, mas não conseguem se aquietar o tempo suficiente para verem o que ela reflete.

Acho que a pessoa ocupada que raramente ora, está pior do que aquela que tem uma doença grave. Por que? Porque progressivamente ela se adapta à situação. E com o tempo, ora cada vez menos e se torna cada vez menos consciente de Deus. Até que suas convicções se esvanecem, e as perde totalmente.

Daniel sabia que não conseguiria ficar um dia sem orar. Então continuou orando, mesmo seus colegas lhe jogando mais atribuições. Você conhece a história - finalmente conseguiram um decreto determinando a suspensão de toda oração por trinta dias. Era uma lei dirigida unicamente a Daniel. Porém, mesmo então, Daniel não suspendeu suas orações que sacudiam o inferno - e acabou na cova dos leões.

Pode-se imaginar o que teria motivado Daniel a orar com tanta intensidade. O que o levou a continuar orando, mesmo com um decreto de morte dirigido contra sua cabeça? Por que este homem de oitenta anos iria continuar derramando o coração junto ao Senhor com tanto fervor, quando o resto da igreja não buscava mais a Deus?

Pense no enorme esforço que Daniel teve de fazer para se dedicar à oração. Afinal de contas, ele morava na Nova York do seu tempo: na enorme, majestosa e rica Babilônia. E vivia num tempo de apatia espiritual - de bebedeiras, de busca de prazeres e de ganância no meio do povo de Deus. Além disso, era um líder atarefado com distrações por todos os lados.

Quero lhe dizer o seguinte: a oração não é algo que venha naturalmente à pessoa alguma, inclusive a Daniel. Um horário disciplinado para oração é fácil de começar, mas difícil de continuar. Tanto a nossa carne quanto o diabo conspiram contra ela. Então, como nos tornamos homens de oração?

Nos Períodos de Declínio Espiritual e de Julgamento Iminente,
Deus Busca Certo Tipo de Homens de Oração

Em Jeremias 5, Deus pede: "Dai voltas às ruas de Jerusalém...buscai pelas suas praças. Se achardes alguém que pratique a justiça e busque a verdade, eu perdoarei a esta cidade" (Jeremias 5:1). O Senhor estava dizendo basicamente: "Terei misericórdia, se encontrar pelo menos uma pessoa que me busque".

Deus havia abençoado e protegido totalmente este povo. Mesmo assim, continuavam passando todos os limites da moralidade, cometendo adultério e relacionando-se com meretrizes. Além disso, não sofriam mais com o pecado, e rejeitavam a correção. Então Deus procurou pelo menos um homem de oração, de coração quebrantado, para que este intercedesse - mas não conseguiu achar nenhum.

Ezequiel 23 descreve uma tragédia semelhante. Os profetas e os sacerdotes de Israel tinham se transformado em lobos vorazes. Enriqueciam às custas dos humildes inocentes, e roubavam dos pobres e das viúvas. Profanavam a santidade de Deus, não vendo nenhuma diferença entre o puro e o impuro. Fechavam os olhos para o pecado, e pregavam mentiras declarando de maneira falsa: "Assim diz o Senhor."

Deus em vão implora que pelo menos um homem se posicione contra isso: "Busquei entre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse, mas a ninguém achei" (Ezequiel 22:30).

Contudo, durante o cativeiro na Babilônia Deus encontrou este homem em Daniel. E hoje, mais do que nunca na história, Deus está procurando o mesmo tipo de homens e mulheres piedosos. Ele busca servos fiéis que queiram "levantar o muro" e se "pôr na brecha", coisas que só podem ser conseguidas com oração.

Como Daniel, essa pessoa será encontrada com a palavra de Deus na mão. Quando o Espírito Santo veio sobre Daniel, o profeta estava lendo o livro de Jeremias. Foi aí que o Espírito revelou que o tempo da libertação de Israel tinha chegado. Diante desta revelação, Daniel foi levado à oração: "Dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com jejum, pano de saco e cinza. Orei ao Senhor meu Deus" (Daniel 9:3-4).

O Espírito de Deus está procurando pelas nações do país, pelos escritórios dos pastores, em busca dos que se aprofundam com diligência na palavra. Servos deste tipo não estão simplesmente procurando conhecimento bíblico; estão em busca do poder espiritual, da mortificação do pecado, da verdade que liberta. Eles vêem claramente o que está acontecendo pela terra, pois identificam isso a partir da palavra de Deus. Uma vez o Senhor tendo encontrado tais pessoas, Ele as abençoa com um espírito de oração.

O Servo de Oração Enxerga a Situação da Igreja -
E Se Identifica Com a Culpa.

Daniel certamente ficou entusiasmado quando entendeu que havia chegado a hora de Deus restaurar o Seu povo. Mesmo assim, quando viu a situação espiritual de Israel, o profeta se consternou. O povo estava se saciando com os pecados de Babilônia - buscando prazeres e prosperidade, afastando-se dos padrões morais que antes abraçavam.

Daniel sabia que o povo de Deus não estava preparado para receber Sua restauração. Ainda assim, será que o profeta ficou fustigando seus compatriotas por causa do pecado? Não - Daniel se identificou com a decadência moral que o cercava. Ele declara: "pecamos e cometemos iniquidade...a nós pertence a confusão do rosto...porque pecamos contra ti" (Daniel 9:5,8).

Creio que o mesmo sucede com a igreja de Jesus Cristo dos dias de hoje. Não estamos em condições de responder ao desejo que Deus tem de realizar uma grande obra de reavivamento em nós. Tal como Israel, ficamos contaminados pelos pecados de nossa sociedade corrupta. Veja isso:

Uma lei na Califórnia torna obrigatório que a escola primária ensine que o homossexualismo é um estilo de vida alternativo permitido. A bebedeira se disseminou das faculdades para os cursos de segundo e de primeiro grau. E a internet se transformou numa super-estrada para a pornografia. Há quase trinta anos atrás, previ em meu livro "A Visão" (The Vision) que uma caixa eletrônica traria formas vis de pornografia para dentro dos nossos lares (Video Cassette). Hoje, 90 por cento das atividades na Internet envolvem pornografia.

Em resumo, vivemos numa Babilônia moderna. E tragicamente, os cristãos adotaram o estilo cheio de pecado da sociedade. O nosso ministério sempre recebe cartas de esposas de cristãos dizendo: "Eu sentia meu esposo se afastando de mim, e não sabia o porquê. Aí abri a porta do seu escritório e o peguei olhando com lascívia a pornografia da internet."

Os jovens em particular são presa fácil para a sedução de Satanás. Multidões de jovens cristãos estão baixando arquivos de música perniciosa pelo site da Napster. Sei de uma mãe cristã que entrou num curso de informática para descobrir o que o filho adolescente estava baixando. Quando entrou nos arquivos do computador, ficou horrorizada: eram músicas do assassino Charles Manson; músicas falando de matar policiais; músicas falando de morte, suicídio e de todo tipo de promiscuidade sexual.

Deus deseja intensamente abençoar o Seu povo nestes dias - contudo se nossas mentes estão poluídas pelo espírito deste mundo, não estaremos em condições de recebermos Suas bênçãos.

Daniel fez uma declaração forte: "todo aquele mal nos sobreveio: apesar disso, não suplicamos à face do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades, e para nos aplicarmos à tua verdade. Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós" (Daniel 9:13-14).

Daniel estava dizendo: "Vimos a degradação da nossa terra. E vimos nossos pastores buscando seus próprios interesses; toda a sociedade correndo para a destruição. Mesmo assim, não nos voltamos para a oração. Se pelo menos orássemos, Deus nos teria tirado do pecado. Ele inclusive ficou aguardando nossa reação, fazendo promessas gloriosas para nos libertar. Mas nós não demos tempo para Ele. Pelo contrário, fomos nos desviando cada vez mais dEle, nos saciando nos pecados da sociedade ímpia. É por isso que Seu julgamento caiu sobre nós."

Você pode perguntar: qual é a oração que sacode o inferno? É aquela que vem do servo fiel e aplicado, que vê seu país e sua igreja caindo cada vez mais no pecado. Ele se dobra sobre os joelhos, chorando, "Senhor, não quero ser parte do que está acontecendo. Permita que eu seja um exemplo do Teu poder salvador no meio deste século corrupto. Não importa se ninguém mais ora. Eu vou orar."

Daniel conclui dizendo: "estando eu...ainda falando na oração, o homem Gabriel...me instruiu, e me disse: Daniel, agora vim para fazer-te entender o sentido...és muito amado" (Daniel 9:21-23).

Onde está o povo de oração na casa de Deus hoje? Onde estão os pastores fiéis que buscam o Senhor dia e noite? São esses que receberão a instrução e o entendimento, porque são muito amados.

Tal como Daniel, esses servos se identificam com os pecados da nação e da igreja, e o confessam. E clamam, em humildade: "Ó Senhor, mostre onde me desviei, onde sou achado em falta. E me ajude a enfrentar e a tratar disso. Custe o que custar, Deus, faça com que eu continue ajoelhado. Desejo ardentemente Te ver restaurando Tua igreja."


Por David Wilkerson


LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL


Libertação Espiritual: Derrotando Satanás em Nossas Vidas 

Há milhares de anos, Satanás entrou no belo jardim de Deus, na forma de uma ser­pente, e pegou Adão e Eva em sua armadilha. Desde aquele dia até agora, Satanás tem sido o principal inimigo do homem. Até mesmo nestes dias, o diabo anda rugindo como um leão que nos quer devorar (1 Pedro 5:8). Ele emprega muitos métodos. Usando vários disfarces, ele tenta, seduz e engana (2 Coríntios 11:14-15; 2 Tessalonicenses 2:9-12; 1 Coríntios 7:5).  Ele também aflige, persegue e ataca (2 Coríntios 12:7; Apocalipse 2:10; 1 Tessalonicense 2:18). Ele usa aliado tais como principados e poderes, e o próprio mundo (Efésios 2:1-2; 6:11-12; 1 João 5:19). Muitos dos que enfrentam esta batalha espiritual poderiam prontamente fazer eco à exclamação de Paulo: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:24).

A Vitória de Cristo sobre Satanás
No próprio jardim onde o homem primeiramente sucumbiu à armadilha do diabo, Deus prometeu um libertador. "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gênesis 3:15). É muito incomum ver na Bíblia uma referência ao descendente de uma mulher. Quase sempre a linhagem foi contada através do pai. Em toda a história humana depois de Adão, só houve um que não teve um pai humano: Jesus Cristo. E assim este texto fala do conflito entre Je­sus e Satanás. Mantendo a imagem da serpente, o texto fala de Jesus pisando nele, por as­sim dizer. Fazendo isto, ele teria seu calcanhar ferido (um dano relativamente pequeno), mas também esmagaria a cabeça do tentador (um ferimento mortal). Através do Velho Testamento, a humanidade permaneceu amarrada por Satanás, aguardando o cumprimento desta promessa gloriosa.
Finalmente nasceu o Salvador. Ele passou alguns anos "curando a todos os oprimidos do diabo" (Atos 10:38). Olhe especialmente para os exemplos em que Jesus expulsou de­mônios (note Marcos 1:23-28; 5:1-20; 9:14-29; Mateus 9:32-37; 12:22; Lucas 13:10- 17). É notável que Jesus subjugou os demônios com autoridade. Ele não gritou, não lutou, não usou nenhum encantamento ou instrumento mágico. Ele simplesmente disse uma palavra, e os demôniossaíram. Jesus ligou sua expulsão de demônios a seu trabalho maior deesmagar Satanás. "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa" (Mateus 12:28-29). Jesus veio ao mundo para roubar do diabo as almas que tinham estado sob seu domínio. Mas primeiro ele teve que amarrar Satanás, o que ele estava fazendo ao expulsar demônios. Então o cená­rio estaria preparado para que ele tomasse o domínio do diabo, o domínio que este exercia sobre os homens.
Em repetidas ocasiões, especialmente próximo do fim do seu ministério, Jesus indi­cava que a crise estava se aproximando. "Eu via Satanás caindo do céu como um relâm­pago" (Lucas 10:18). "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu prín­cipe será expulso" (João 12:31). "Do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado" (João 16:11, veja também 14:30).
Textos incontáveis, escritos depois da ressurreição de Cristo, mostram-no como o vencedor que derrotou a Satanás. Jesus afirmou: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28:18). "O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos pés . . ." (Efésios 1:20-22). ". . . Por meio da ressurreição de Jesus Cristo; o qual, depois de ir para o céu, está a destra de Deus, ficando-lhe subordinados os anjos, e potestades, e poderes" (1 Pedro 3:21-22). "E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz" (1 João 3:8). Apocalipse apresenta esta grande vitória de Jesus sobre o diabo em forma simbólica (capítulo 12). Nosso Senhor Jesus Cristo derrotou totalmente o antigo inimigo do homem. O Senhor seja louvado!

Nossa Libertação
Nossa própria vitória sobre Satanás está intimamente ligada com o triunfo de Cristo. "Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escra­vidão por toda a vida" (Hebreus 2:14:15). Jesus veio para destruir o diabo e libertar seus súditos. Depois de descrever sua batalha sem sucesso contra a lei do pecado e da morte em Romanos 7, Paulo mostrou que, em Cristo, somos libertados da escravidão (Romanos 7:25; 8:1-4). Cristo é nosso meio de vitória nesta luta aparentemente sem esperança: "Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Roma­nos 8:37). Ele continuou citando principados e poderes como duas forças que não podem separar-nos do amor de Deus em Cristo (Romanos 8:38-39). "E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco" (Romanos 16:20). Gálatas 4 e Colossenses 2 também mostram como Cristo nos liberta do domínio do diabo. Isto não significa, obviamente, que derrotamos o diabo em Cristo, sem esforço. Lutamos contra "principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6:12). Mas apesar da ferocidade do oponente, o Senhor dá a força do seu poder, com a qual podemos resistir firmemente ao diabo.
Ele também nos diz exatamente que armadura usar na batalha: "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo- vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sem­pre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica . . ." (Efésios 6:13-18). Note, por favor, que a armadura é especifi­cada. Freqüentemente, nestes dias, as pessoas tentam travar batalhas espirituais contra o diabo e seus servos com outros instrumentos, que a palavra de Deus nunca menciona. Neste texto, é a própria Escritura que recebe a principal atenção: "a verdade", "o evangelho", "a palavra de Deus".

Conceitos Errados Sobre a Libertação
Algumas pessoas põem demasiada ênfase no poder de Satanás. Nos seus cultos eles dão mais atenção aos demônios do que ao próprio Cristo. Deste modo, eles minimizam a responsabilidade humana e oferecem desculpas para o pecado. O diabo não pode ser cul­pado pelo pecado. Ele de fato tenta, mas o pecado ocorre quando nos permitimos ser sedu­zidos pelos nossos próprios desejos (Tiago 1:14-15). Somos capazes de resistir ao diabo e, se o fizermos, ele fugirá (Tiago 4:7). Deus não permitirá que sejamos tentados acima de nossas forças para resistir; para cada tentação há uma maneira de escapar que é dada pelo Senhor (1 Coríntios 10:13). É um erro sério dedicar mais atenção ao diabo do que ao Se­nhor. É errado pensar que, em certos casos, somos impotentes para resistir a algum tipo de força superior que o diabo emprega. Eu sou responsável por minhas ações, e quando eu peco não tenho ninguém a quem culpar senão a mim mesmo.
Outro ponto de vista errado é que palavras mágicas ou objetos especiais são necessá­rios para expelir o poder de Satanás da vida de uma pessoa. A feitiçaria nos dias do Novo Testamento se apoiava na repetição de palavras especiais para superar a influência do di­abo, mas Jesus condenou esta idéia (Mateus 6:7). A repetição até mesmo do nome de Jesus, de modo supersticioso, virou contra aqueles que o tentaram (Atos 19:13-16). É o poder de Cristo, não a mágica de alguma frase ou objeto que supera Satanás.
Também não podemos superar o diabo através da obediência a regras e leis humanas. Este foi, basicamente, o problema sobre o qual Paulo escreveu em Colossenses 2. Ele falou de regras que os homens inventam para tentarem ser mais espirituais, e disse que elas não dão certo. Através dos séculos, homens têm tentado repelir o diabo através de ascetismo. Jejum, auto-flagelação, e a negação de prazeres lícitos são freqüentemente vistos como ma­neiras de superar o diabo. Mas o argumento de Paulo em Colossenses 2 é que Cristo e seus mandamentos são tudo o que necessitamos para superar "todo principado e potes­tade"(Colossenses 2:10, veja 16-23).
Finalmente, o diabo não é superado por espetáculos teatrais. Confrontos verbais com o diabo e gritaria não têm base na Bíblia. Cristo e os apóstolos tinham poder especial para ordenar aos demônios que saíssem das pessoas, mas ordenavam calma e deliberadamente. As Escrituras que Jesus e seus discípulos nos deixaram nos ensinam a usufruir seu poder em nossas vidas pela submissão a ele e pelo uso da armadura que ele nos deu. Jesus venceu Satanás. Em Cristo, nós também podemos vencer.


sexta-feira, 26 de junho de 2020

O CARÁTER NA ADORAÇÃO


O CARÁTER NA ADORAÇÃO

Quando Deus criou o homem, seu objetivo foi bem claro: Ele desejava ter comunhão com o homem. Esta comunhão não se limitava a conversa entre duas pessoas, mas tratava-se de ter comunhão total: corpo, alma e espírito. Até então, não existia nada que pudesse separar tal comunhão. Vemos que fazia parte do cotidiano do Éden, na viração do dia Deus vir ter comunhão com seus filhos, temos uma demonstração disto em Gn. 3:8.
Como a palavra de Deus nos relata, Adão e Eva tomaram a decisão errada, quando escolheram assumir o controle de suas vidas. A principal conseqüência desta atitude foi que a comunhão para que fomos criados foi destruída pela presença do pecado em nossa vida e, em razão disso, nosso corpo, alma e espírito ficaram debaixo do poder da "morte" (separação da presença de Deus). Esta é a grande diferença, que nos faz compreender a importância do que é caráter na adoração.
O evangelho de João nos dá uma das afirmações mais poderosas a respeito de louvor e adoração, quando diz que Deus Pai procura verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Vamos ver a diferença entre louvar e adorar e como nosso caráter vai influir, nesta questão que é a mais importante de nossas vidas.
O que fazemos...
Nem sempre revela o que somos!
Por mais simples que seja esta frase, ela expressa uma profunda realidade no reino de Deus, porque mais importante do que as coisas que fazemos, precisamos entender que o reino de Deus está baseado naquilo que somos. É este princípio que Jesus declara quando diz que uma árvore má não pode produzir bons frutos, nem uma fonte que jorra água salgada, jorrar água doce, Lc 3:9.
Quando entendemos este princípio estamos prontos para avaliar o quão importante é o caráter do cristão e como este caráter vai interferir diretamente no louvor e adoração. Jo 4:23,24.
O Pai procura adoradores...
Este episódio narrado pelo evangelho de João nos dá uma perspectiva muito profunda do assunto que estamos abordando. Jesus estava conversando com uma mulher que achava que religião, se limitava a ir numa sinagoga, ou prestar culto em algum monte distante, e qual não é a surpresa dela ao ouvir que Jesus falava de VERDADEIROS ADORADORES!
Nós somos, de acordo com a Palavra de Deus, espírito, alma e corpo.
NOSSO ESPÍRITO: Lugar criado por Deus, com a sua imagem e semelhança, a fim de que nele houvesse comunhão plena com o homem; mas por causa do pecado, este lugar se tornou morto. Veja Gn 2:17; Rm 6:23; Tg 1:15.
NOSSA ALMA: Esta é a área da nossa vida que contém nossas emoções, nosso caráter, personalidade, vontade, pensamentos e intenções do coração. Hb 4:12
NOSSO CORPO: Nosso corpo é essa massa de carne e ossos que carregam nossa alma e o nosso espírito, e que dão expressão a tudo o que fazemos e, o que somos. (Por exemplo, apertar as mãos e abraçar quem está por perto!)
Como louvamos e adoramos a Deus?
Louvor:
Louvar significa admirar, falar bem, elogiar, engrandecer. Embora nós não nos apercebamos, diariamente estamos louvando muitas coisas ao nosso redor, como por exemplo, quando de manhã você elogia o café que sua mulher preparou, com aqueles "ovos com bacon" ou, quando seu filho faz aquele desenho que mais parece arte contemporânea, que você vira de todos os lados para tentar entender... e assim mesmo você diz ... filho, que coisa mais linda!!! Ou quando seu cachorro vem abanando o rabo, ou quando seu peixinho dourado do aquário faz uma nova acrobacia , quem sabe?!
Bem como você vê louvor faz parte do nosso cotidiano, e quando louvamos a Deus nós estamos admirando os atributos do seu caráter, como sua fidelidade, sua bondade, seu amor, sua longanimidade, sua retidão, sua justiça, sua misericórdia, e estamos usando nossa alma para fazer isto. Agora qualquer um pode fazer isto ! A natureza, por exemplo, também pode louvar a Deus, veja Sl 19:1. Como você pode ver, louvor é algo que qualquer um pode dar a qualquer coisa ou pessoa. Veja Sl 9:11;33:2;67:3;42:12)
Adoração:
Mas quando abordamos o tema de adoração, temos que entender, que por causa da queda do homem, nosso espírito ficou totalmente incapaz de realizar a função principal da nossa vida, que é termos comunhão entre nosso espírito e o Espírito de Deus. Isto só foi possibilitado novamente pela obra da cruz. Não existe adoração, senão, quando entendemos que não podemos entrar na presença do Altíssimo e adorá-lO em espírito senão através de Jesus Cristo. Esta, sem dúvida é a revelação mais importante para aquele que quer viver uma vida de Louvor e Adoração.
Adoração não vem da beleza das melodias que cantamos, nem ao menos da poesia e da arte do escritor, adoração nasce do momento que recebemos a revelação de que nosso espírito estava morto em delitos e pecados e Ele nos dos vida, de que nos fez uma geração eleita, sacerdócio real, nação santa. (Ef.2:1 1Pe 2:9 Mt 16:13-23)
Como nosso caráter
Ajuda-nos ou atrapalha-nos
Seu caráter representa a somatória das coisas que você crê e faz, se seu caráter tem um critério ou gabarito correto então sua conduta também será correta, em outras palavras, não é suficiente cantar boas canções, expressar sentimentos, gritar, dançar, etc. Precisamos ter uma vida que condizente com aquilo que estamos cantando! Se você é uma pessoa que visivelmente é um "adorador" nos finais de semana, e no seu trabalho, tem hábitos que desonram o evangelho, seu caráter vai influenciar diretamente na qualidade da sua adoração. Bem, não estamos falando de alguém que não é convertido, falamos de pessoas que já fizeram Jesus seu Senhor e Salvador, mas seu caráter ainda tem um "background" do passado.
Veja em Rm 6:4 o que a palavra de Deus tem a nos dizer para este tipo de pessoa, que embora esteja vivendo a vida cristã, está distante de expressar com sua conduta o novo nascimento que Jesus disse que teríamos.
Ande no Espírito...
As obras da carne foram as únicas coisas que restaram da nossa velha vida. Quando Jesus destruiu o corpo do pecado na cruz e nós o sepultamos pelo batismo, foi aniquilada de uma vez por todas a nossa velha natureza! Glória a Deus! Mas o que acontece conosco que mesmo depois de passarmos por esta experiência definitiva, ainda assim continuamos a pecar?
Deixe-me ser sincero com você. Imagine que os anos que você viveu debaixo do poder do seu orgulho, auto-suficiência, do espírito deste mundo, ensinaram-no a ser e a ter um caráter inclinado às coisas erradas! Certo? Bem, Jesus destruiu o pecado em sua vida, não o seu caráter! Lembre-se que seu caráter faz parte de sua alma, bem como sua personalidade. Deus não deseja que não tenhamos personalidade ou caráter, mas nós estávamos sendo doutrinados durante grande parte de nossa vida pelo pecado, e embora este poder do pecado não opere mais em sua vida, você tem ai dentro muitos anos de "Escola de Pecadores" . Então neste novo reino você precisa reeducar sua mente (Tt 2:12; Rm 12:1-2; Rm 8:13).
Precisamos entender que a nossa carne vai batalhar contra nosso espírito e que somente vencerá aquele que estiver mais bem alimentado. É isto mesmo, quem você alimentar mais vai ser o vencedor; se estiver alimentando mais sua carnalidade, então não espere ter uma vida cristã vitoriosa, mas se pelo espírito você mortificar as obras da carne, você viverá!
Lembre-se que a prática de uma vida carnal nos levará a viver um evangelho medíocre e derrotado, sem que possamos provar da nossa herança, que é o melhor de Deus para nossa vida.
Faça um grande depósito
Como vimos em Rm 12:1 e Tt 2:12, é a palavra de Deus que irá limpar, reeducar, reprogramar nossa mente, então faça um grande depósito da Palavra viva de Deus em seu coração. Você lembra quando Pedro teve a revelação sobre quem Jesus era (veja Mt 16:13-23)?
É este tipo de coisa que precisamos, não leitura dinâmica da Palavra, mas precisamos da revelação destas verdades que vão reconstruir nosso caráter. Faça um grande depósito da Palavra em sua vida, e você verá que não somente seu caráter vai mudar como também sua profundidade de adoração será aumentada grandemente. Em 2 Pe 1:4 aprendemos que a medida que tomamos posse das preciosas promessas feitas pela Palavra de Deus nos tornamos co-participantes de sua natureza. Este é o caminho para que sejamos adoradores que vão adorá-lo em espírito e em verdade.



segunda-feira, 15 de junho de 2020

LUGAR SEGURO


LUGAR SEGURO

Imagine alguém morar num ambiente hostil, num local de malfeitores, pervertidos e loucos.

Imagine não haver motivo algum para expressar confiança em ninguém por todos terem se extraviados.

Certamente, é o caso do ser humano e a sua família os quais Deus criara originalmente.

A palavra de Deus afirma: “Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro; guarda as portas da tua boca daquela que repousa no teu seio. Pois o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora contra a sogra; os inimigos do homem são os da própria casa.” (Mq.7:5-6).

Esse é o lastimado quadro do homem e a sua família: amigo traidor; companheiro falso; esposa que não guarda conveniência, os segredos e intimidades do marido, são mexeriqueiras, mandonas, irreverentes, manipuladoras; filho ingrato e desprezador do pai, filha que não liga pra mãe, antes, inimigas; nora que desonra e despreza a sogra, enfim, os inimigos do homem são os da própria casa. 

Essa é a conseqüência de uma vida sem Deus. Esse é o quadro da família sem Deus, e, logicamente, como tudo sem Deus, sem segurança alguma, uma família insegura, sem nenhum vínculo forte que a possa uni-la e fazê-la permanecer unida, mas, pelo contrário, conforme Mq.7:2 e 4, “cada um caça a seu irmão com rede” e “o melhor deles é como o espinheiro”.

Que quadro desolador!!! Infelizmente, muitos têm vivido como se refere Amós 5:19 - “...como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostasse a mão à parede, e o mordesse uma cobra.” - muitos lares e famílias se tornaram verdadeiros lugares inseguros contaminados pelo “vibrião luciférico”.
Mas graças a Deus que Ele mesmo providenciou, e sempre o fará, a operação para a completa limpeza, descontaminação e restauração da família, que é Sua idéia original, porque “ele mesmo converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos pais”, para que a maldição cesse (Ml.4:6).

A Palavra também nos ensina que devemos endireitar as nossas veredas, preparando o caminho do Senhor, pois, quantos estão seguindo caminhos estranhos, sujos e desonrosos!!! 

Assim, para preparar o caminho para que o Senhor opere na sua família de forma a fazê-la efetivamente um lugar seguro é necessário:

() Ouvir e cumprir os ensinamentos do Senhor, pois “todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha... ”(Mt.7:24-27); 

() Olhar para o Senhor com os olhos da fé - “Eu, porém, olharei para o Senhor”(Mq.7:7a);

() Esperar e descansar em Deus - “esperarei no Deus da minha salvação.” (Mq.7:7b); e,

() Orar e declarar:“O meu Deus me ouvirá.” (Mq.7:7c).

Assim, sua família será um lugar seguro, lugar de glorificação ao Nosso Deus e Pai do Senhor Jesus Cristo, nossa salvação, lugar do Espírito Santo. Família cristã, lugar seguro. E a sua?
 
Eduardo Tompson


terça-feira, 9 de junho de 2020

CAINDO SOB O PODER DO ESPÍRITO SANTO


Cair Sob o Poder do Espírito Santo


Por que achar que o Espírito Santo só opera de um jeito?

Nota introdutória: Esta apostilha NÃO foi preparada com o objetivo de defender o cair sob o toque do Espírito Santo, uma experiência comum em alguns segmentos da igreja pentecostal. O que nos propomos é mostrar apenas que tais experiências, longe de ser uma doutrina ou uma prática, também ocorreram em outros avivamentos da história da igreja, e é claro, apresentarmos o tema sob à luz da Escritura, nossa regra básica de Fé.

Não estamos contestando aqui aqueles que pregam e escrevem contra; apenas queremos mostrar que muitas pessoas não conhecem a Escritura nem a história e quando têm conhecimento dos fatos, pensam no Espírito Santo como Alguém limitado, alguém que só faz e opera dentro de parâmetros teológicos estruturados. Mas o Espírito Santo opera como quer e em quem ele quer operar! Aqueles que dizem que somente o diabo derruba, desconhecem determinados textos bíblicos em que Deus é quem derruba e levanta!

Há vários textos nas Escrituras que nos surpreendem quanto a ação do Espírito Santo. Não podemos limitá-lo em suas manifestações e temos indícios das Escrituras de algumas de suas ações. Usando as regras de interpretação bíblica, observamos que há mais de dois textos apresentados por diferentes autores a respeito do tema. Se houvesse apenas uma citação ou uma experiência apenas, não poderíamos estabelecer um ensino. Mas como há mais de uma citação, temos a autoridade da Palavra de Deus para abordar o tema.

1. A experiência de Saul. Mesmo depois do Espírito do Senhor o haver abandonado por causa de sua desobediência e entrado em Davi, (Compare 1 Sm 10.6 com 16.14), Saul teve uma experiência muito forte com o Espírito Santo. Ele mandou uma primeira escolta de soldados prender Davi na casa de Samuel em Ramá, mas o Espírito de Deus veio sobre os soldados que não regressaram a Saul; todos ficaram profetizando.

Saul mandou, então uma segunda escolta que também ficou profetizando e ainda uma terceira que não pôde prender a Davi por causa do poder de Deus (1 Sm 19.18-21). O próprio Saul foi prender a Davi e o "mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, e ia profetizando, até chegar a Naiote em Ramá" (vs 23).

Veja bem, já pelo caminho Saul ia profetizando tomado pelo Espírito de Deus! Quando chegou a Ramá, diz a Bíblia na versão corrigida: "E ele também despiu os seus vestidos, e ele também profetizou diante de Samuel, e esteve nu por todo aquele dia e toda aquela noite..." Veja bem! Ele ficou todo um dia e toda uma noite caído por terra, profetizando diante de Deus! A impressão que se tem é que ele ficou fora de si, deitado e prostrado diante de Deus!

2. O tabernáculo no deserto e o templo de Salomão. Temos dois exemplos ainda: um anterior a Saul, na edificação do Tabernáculo e outro na inauguração do Templo de Salomão. No primeiro, diz a Bíblia que "Moisés não podia entrar na tenda da congregação" por causa da glória do Senhor! (Ex 40.34,35) indicando que ele tentava entrar, mas era impelido ou jogado para fora!

O segundo exemplo está em 2 Crônicas 5.13,14 na inauguração do templo: "E não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus" (Versão corrigida). Isto é, eles estavam ali dentro ministrando quando veio a glória de Deus; o que aconteceu não sabemos, mas o texto diz que "não podiam ficar em pé" o que quer dizer que todos caíram por terra! Será que não podemos, também nós, em nossos dias, experimentarmos um pouquinho desta glória do Senhor?

Veja ainda 2 Crônicas 7.2.

3. Jeremias. Quando Deus falava com Jeremias ele se sentia tonto, embriagado pelo poder de Deus. Veja o que ele diz: "Sou como homem embriagado, e como homem vencido do vinho, por causa do Senhor, e por causa de suas santas palavras" (Jr 23.9).

4. Ezequiel em transe: Ezequiel teve uma experiência ainda mais forte. Ele estava reunido com os anciãos no cativeiro, na Babilônia. Era uma reunião daqueles que foram levados cativos, quando, de repente, o Espírito do Senhor o leva para Jerusalém em visões.

Seu corpo fica ali, prostrado diante dos anciãos e ele passa a relatar, posteriormente tudo o que viu. Leia Ezequiel 8.1-3 com 11,24, o começo e o fim da visão. Como ficou o corpo de Ezequiel? Prostrado diante de várias pessoas enquanto era levado em espírito a Jerusalém nas visões de Deus!

5. Daniel ao contemplar o Senhor, desfaleceu, perdeu as forças e seus companheiros fugiram de medo. Leia o que ele mesmo diz (Dn 10.7-11). Ele caiu não pela fraqueza de estar em jejum há três semanas, mas pela presença de Deus, porque depois, sentindo-se fortalecido, ficou em pé!

6. Jesus. Bastou o Senhor Jesus dizer aos soldados, "Sou eu" e eles caíram por terra! (Jo 18.6).

7. Os discípulos e a voz de Deus. Quando Jesus foi transfigurado diante dos discípulos aconteceu este fenômeno. Eles ouviram a voz de Deus e caíram por terra.

Veja em Mateus 17.5-7.

8. E como foi no dia de Pentecostes? Não podemos negar que as pessoas que os viam falando em línguas achavam que eles estavam embriagados! "Estão embriagados", diziam. Os moradores de Jerusalém, quando olhavam aqueles cento e vinte acharam que era fruto de uma bebedeira! Como procedem os bêbados? Falam alto, gritam, dão risadas, rolam pelo chão... e que respondeu-lhes Pedro? "Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando..." (At 2.13-15).

A presença do Espírito Santo na vida dos 120 dava a impressão, para os de fora, de algo ridículo, como se fosse um bando de beberrões!

9. Paulo. A experiência de Paulo (que não deve ser tomada como algo corriqueiro), foi muito grande. Ele nem sabe como chegou aos céus, como ele próprio diz: "se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe" (2 Co 12.1-4). Será que muitos dos discípulos não teriam experimentado algumas das fortes manifestações do Espírito Santo que nem mesmo foram registradas nas Escrituras por acharem que era algo normal na vida deles? O próprio Paulo só foi contar a experiência doze anos depois!

10. Paulo também cita o que aconteceu com Moisés. Ele diz que sob a lei a glória de Deus foi tão forte que Moisés tinha que colocar um véu sobre o rosto cada vez que saia da tenda para falar ao povo. E como não será na época da graça? "Se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça" (2 Co 3.7-13). O que Paulo quer dizer? Ele explica que, se Moisés, que pregava a lei, tinha tanta glória, quanto maior glória terá os que pregam a justiça?

11. Paulo foi derrubado por terra pelo Senhor Jesus: "E caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 9.4).

12. E que dizer de João, na experiência que teve em Patmos? "Quando o vi, caí a seus pés como morto" (Ap 1.10-17).

Ele ficou sem forças diante de Deus!

Estas são experiências relatadas nas Escrituras. Mas imagine algumas outras manifestações semelhantes ao cair, como êxtases, visões e percepções à distância que tiveram os profetas. Eliseu (1 Rs 5.19-27; 6.8-20; Pedro, (At 10.1-22). À luz de todos estes textos, podemos afirmar que é possível haver manifestações do Espírito em nossas vidas das maneiras mais diversas.

A história da igreja registra muitas manifestações na vida de pessoas que se consagraram a Deus. A protestante Evelyn Underhill em vários de seus livros conta suas experiências de contemplação e o que ocorria com a presença do Espírito Santo (livros: Mysticism; The Mistery of Sacrifice; Practical Mysticism for Normal People e outros).

João da Cruz, monge católico no seu livro, Obras Espirituais, Carmelo, ensina o caminho e as experiências da vida cristã com experiências semelhantes de êxtases e arrebatamentos. Numa das obras da Biblioteca de Autores Cristãos, em espanhol, o Padre I.G. Arintero trata de toda a mística da igreja onde há relatos surpreendentes do que aconteceu com alguns missionários da Igreja; alguns eram trasladados fisicamente para outras terras onde pregavam o evangelho e regressavam!

Algumas experiências, diz ele, aconteciam com o padre Gracián: "São efeitos do divino amor, os resultados de uma alma enamorada de Deus que se chama júbilo, gozo, paz, embriaguez, desmaio, morte e fogo de amor, zelo, devoção, êxtases e raptos, amalgamento em Deus, e a divina união". São Dionísio diz que o amor divino produz êxtases e o amante já não é seu, mas do amado!

Um escritor anônimo mencionado por Sauvé diz: "As pessoas não têm consciência do que dizem ou fazem: dizem coisas sublimes e coisas que não podemos compreender... outras vezes o amor opera de modo mui distinto, deixando-as dormindo. Perdem o conhecimento como no sono e necessitam que sejam despertadas; e não é fácil despertá-las. A razão é que Deus as embriagou até deixá-las adormecidas...."

Nunca devemos tomar uma experiência e utilizá-la como base doutrinária. Entretanto, podemos usar o argumento histórico quando este abaliza o texto bíblico. Por isso podemos acrescentar algumas das experiências de homens de Deus do passado.

Carl Brumback no livro "Que Quer Isto Dizer? (O S. Boyer, 1960), diz: "Como os críticos gostam de descrever os acontecimentos nos cultos pentecostais! Como se regozijam de se referir à maneira de eles tremerem, clamarem, dançarem, caírem e, então, dirigindo-se ao interessado perguntar seriamente: "isso tem alguma coisa em comum com o relato calmo e solene das Escrituras".

O interessado, se for um verdadeiro estudante das Escrituras, pode retrucar: "A qual relato calmo e solene das Escrituras se refere? Ao relato do Pentecostes, quando as manifestações extraordinárias e barulhentas levaram os zombadores a dizerem : "Estão embriagados?" Ou refere-se a história da cura do coxo, que deu "um salto, pôs-se em pé e, começou a andar; e entrou no templo, andando, saltando e louvando a Deus?"

Ao relato em Atos 4, onde os discípulos "levantaram unanimemente a voz?" A Saulo que caiu sob o poder de Deus? Ao regozijo e louvor a Deus em alta voz da multidão na entrada triunfal, o qual o Senhor Jesus apoiou, dizendo: "Declaro-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão"?

Depois ele continua: "João Wesley exprimiu uma atitude sábia e com juízo, quanto às demonstrações do corpo, no seu jornal de domingo de 25 de novembro de 1759: 'O perigo foi o de dar demasiada ênfase a acontecimentos extraordinários, tais como clamores, convulsões, visões, êxtases, como se fossem indispensáveis à obra interior até o ponto da obra não avançar sem esses acontecimentos. O perigo (diz Wesley) é o de não lhes dar ênfase suficiente; de condená-los inteiramente; de imaginar que não tivessem alguma coisa de Deus, e que impedissem a sua obra.

Na realidade, João Wesley, fundador do Metodismo, está mostrando que em seus dias havia este tipo de manifestação do Espírito Santo! De todos os líderes do passado, João Wesley foi o que mais embasamento bíblico e histórico tinha a respeito do Espírito Santo e por isso o que ele acrescenta é muito importante: "A verdade, contudo, é:


Deus convenceu a muitos repentina e profundamente que eram pecadores perdidos e o resultado natural foram clamores e fortes convulsões do corpo;


Os que creram foram fortalecidos e encorajados, e a obra de Deus ficava mais evidente. Ele concedeu a muitos deles sonhos divinos, a outros êxtases e visões;


Muitas vezes, depois de um intervalo a natureza se misturava com a graça;


Satanás, igualmente, imitava essa obra de Deus, para desacreditar toda a obra.... no início foi, sem dúvida, inteiramente de Deus. A sombra não desacredita a substância, nem o diamante falso deprecia o verdadeiro". E isto em 1759!

0 livro "O Fogo do Reavivamento" de Wesley Duewel (Editora Candeia, pg. 53) afirma que enquanto João Wesley pregava, "inúmeras pessoas caíram ao chão como se atingidas por um raio". George Whitefield, companheiro de Wesley diz que quando pregou em Edimburgo em junho de 1742 "... durante uma hora e meia houve tanto choro, tanta aflição, manifestada de várias formas, que fica impossível descrever.

O povo parecia estar sendo atingido às centenas. As pessoas eram carregadas e levadas até suas casas como soldados feridos num campo de batalha. Sua agonia e gritos eram profundamente comoventes" (ibid pg. 58). Ele acrescenta o que aconteceu no dia 3 de outubro numa reunião que começou as 8.30 da manhã e terminou as 8.30 da noite: "Vi 10.000 pessoas afetadas num instante, algumas com alegria, outras com choro... algumas desmaiando nos braços de amigos" (pg. 59).

Um outro avivamento aconteceu nos dias de Finney. Onde ele pregava as pessoas caíam sob o poder de Deus. Diz o texto que, enquanto Finney pregava "a congregação começou a cair de seus assentos, e caíam em todas as direções, pedindo misericórdia" (ibid pg. 87). "Algumas pessoas desmaiavam sob a convicção nos cultos da igreja e outras mais tarde em suas casas" (pg. 90). As biografias de Finney falam deste mover de Deus que derrubava as pessoas no chão!

Jônatham Edwards relata o acontecido quando pregou o sermão Pecadores nas Mãos de um Deus Irado: "Parecia que um espírito aterrador havia descido sobre as pessoas. A congregação começou a cair de seus assentos em todas as direções, clamando por misericórdia." E ele relata: "No grande avivamento americano de 1858, os navios, ao se aproximarem dos portos americanos, pareciam entrar numa zona de influência do Espírito. Navio após navio chegava com o relato de uma repentina convicção e conversão" (Citado na revista Atos, Vol. 12 No. 3 pg. 17).

No avivamento de Cane Ridge em 1801 nos Estados Unidos um pastor presbiteriano relata: "O que vi foi para mim novo e realmente extraordinário...Muitas e muitas e muitas pessoas caíram ao chão, como homens mortos na batalha, e continuaram neste estado durante horas a fio, num estado aparentemente sem respiração e inerte – às vezes reavivando-se por alguns momentos e exibindo sintomas de vida através de um profundo gemido, ou de um grito penetrante e agudo..." (Idem pg. 31)

Portanto, não podemos ser sectários achando que Deus só opera de um jeito. O Espírito Santo tem muitas maneiras de se manifestar, algumas delas menciono no livro "Dons Espirituais, o Poder de Deus em Você". Leia a Bíblia e examine cuidadosamente a história da igreja e você descobrirá muitas maneiras do Espírito Santo operar em nós!

Se, como afirmam alguns o cair não faz parte da obra do Espírito Santo, então temos que concordar que:

As experiências acima relatadas que aconteceram no Antigo Testamento, foram obras de um outro espírito. Mas não é o que diz a Bíblia. Saul, os sacerdotes, Jeremias, Ezequiel e Daniel foram tocados pelo Espírito de Deus!

Então, Deus estaria nos enganando. Mas isto não é verdade, pois a Palavra serve como fundamento do que acontece. O Espírito Santo é aquele que nos conduz à verdade. Ele não nos deixaria cair na mentira.

Se assim fosse os obreiros e os crentes que tiveram tal experiência estariam sob a influência de um outro espírito. Não creio, entretanto, que estejamos sendo enganados, pois tais experiências ajudaram a aumentar a percepção de Deus; a comunhão com ele e o crescimento na Fé, no amor e no ardor evangelístico. Cresceu a comunhão com Deus e solidificou o relacionamento entre os membros do corpo. Nenhum "espírito" teria interesse no crescimento espiritual dos fieis nem no reino de Deus!

Teríamos que negar nosso ministério, nosso chamamento e colocar em dúvida a conversão de tanta gente. Tais experiências têm servido para demonstrar o poder de Deus; a operação do Senhor nas vidas. É certo que há pessoas que caem sob forte convicção do Espírito Santo mas não permanecem.

Este é um problema do homem e não de Deus. O fato de uma pessoa não ficar transformada quando cai, é problema da pessoa e não de Deus. É a mesma experiência que algumas pessoas têm quando, decidem-se por Cristo, choram, confessam seus pecados e continuam iguais!

Temos que admitir, contudo, que muitos obreiros forçam, empurram as pessoas para que caiam e isto é criancice, infantilidade. Obreiros há que "forçam" este tipo de manifestação. Apesar da ignorância de alguns, precisamos afirmar que a manifestação do poder de Deus não precisa de nossa força humana da mesma forma que não precisamos nos agarrar a objetos, coisas ou práticas achando que desta ou daquela forma consegue-se algum favor de Deus.

No caso de pessoas serem tocadas por Deus, quando o Espírito age, mesmo à distância as pessoas começam a cair, sem qualquer influência do homem. Outras vezes basta chegar perto da pessoa, dar um leve toque, soprar, e a pessoa está no chão!



OS AFETOS NÃO SÃO OPCIONAIS


OS AFETOS NÃO SÃO OPCIONAIS

É provável que você perceba o por quê me resulta tão surpreendente que tanta gente tente definir o verdadeiro cristianismo em termos de decisões e não de sentimentos, não significa que as decisões não sejam essenciais. O problema é que podem ser tomadas sem que exista uma grande transformação. As simples decisões não são uma evidência segura de uma verdadeira obra de graça no coração. A gente talvez tome "decisões" em quanto à verdade de Deus, em tanto que seus corações estão longe dEle.
Temos nos afastado muito do cristianismo bíblico de Jonathan Edwards. Ele se referiu a 1 Pedro 1:8 e susteve que "a verdadeira religião consiste, em grande parte, nos sentimentos."
"Ao qual [Jesus Cristo], não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais, com gozo inefável e glorioso" (1 Pe 1.8).
Através das Escrituras, nos é ordenado sentir, não só pensar nem decidir. Nos é ordenado que experimentemos dezenas de emoções, não sé que realizemos atos da vontade.
Por exemplo, Deus nos manda que não cobicemos (Ex 20.17) , e é evidente que por trás de cada mandamento que não ter determinado sentimento também se nos ordena ter outro determinado sentimento. O oposto à cobiça é o contentamento, e é isso exatamente o que se nos manda experimentar em Hebreus 13.5: "...contentando-vos com o que tendes".
Deus nos manda que não guardemos rancor (Levítico 19.18). o lado positivo de não guardar rancor é perdoar "de coração". Isto é o que Jesus nos ordena em Mateus 18.35: "...se do coração não perdoardes, cada um, a seu irmão, as suas ofensas." A Bíblia nos diz: "só tomem a decisão de não guardar rancor". Diz: "Experimentem uma mudança de coração". Incluso vai além a nos ordena certa intensidade. Por exemplo, em 1 Pedro 1.22 ordena: "amai-vos ardentemente uns aos outros, com um coração puro", e Romanos 12.10 ordena: "Amai-vos cordialmente uns aos outros, com amor fraternal".
Em linha geral, a gente se preocupa com o ensino do hedonismo cristão que diz que as emoções são parte de nossa obrigação, que são um mandamento. Isto resulta estranho porque nossas emoções não estão sob o nosso controle imediato como parecem estar os atos da vontade. Porém, o hedonismo cristão diz: "considera a Escritura". Através de todas as Escrituras, as emoções são um mandamento.
A Escritura nos ordena que nos gozemos, que tenhamos esperança, temor, paz, bondade, que sintamos profunda pena, desejo, contrição, que sejamos humildes, etc. por tanto, o hedonismo cristão não põe ênfase demais nas emoções quando nos diz que a satisfação em Deus é nossa vocação e dever. 
É verdade que nossos corações a miúdo são torpes. Não sentimos a profundidade nem a intensidade das emoções que são apropriadas para Deus ou Sua causa. É verdade que nesses momentos devemos exercer a nossa vontade e tomar decisões com as quais esperamos reavivar nosso gozo. Apesar de que o amor carente de gozo não é a nossa meta (2 Coríntios 9.7: "Deus ama quem dá com alegria"; "...o que exercita misericórdia, [faça-o] com alegria" (Rm 12.8), de todas formas é melhor cumprir com uma obrigação sem gozo que deixar de cumpri-la, se é que existe um espírito de arrependimento ao reconhecer que não temos cumprido com todo nosso dever devido à torpeza dos nossos corações.
Muitas vezes me perguntam que deve fazer um cristão se não tem em seu interior a alegria da obediência. É uma boa pergunta. Minha resposta é que não se deve continuar avançando com a obrigação pensando que os sentimentos simplesmente não têm importância. É claro que a têm" minha resposta consta de três passos:
Em primeiro lugar, confesse o pecado da falta de gozo "Desde o fim da terra, clamo a ti, por estar abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu" (Sl 61.1). Reconheça a frieza do seu coração. Não diga que não importa como você se sente.
Em segundo lugar, ore com sinceridade para que Deus restaure o gozo da obediência ("Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração" Sl 40.8).
Em terceiro lugar, continue avançando e cumpra com a dimensão externa de sua obrigação com a esperança de que assim será reavivado o deleite.
Isto é muito diferente de dizer: "Cumpre com a tua obrigação porque os sentimentos não têm importância", pois assim fica estipulado que existe aquela coisa chamada hipocrisia. Isto está baseado na crença de que a nossa meta é a união do prazer e do dever, e que justificar sua separação é justificar o pecado.
É verdade, cada vez se faz mais evidente que a experiência de gozo em Deus encontra-se além do que o nosso coração pecaminoso é capaz de alcançar. Vá em contra de nossa natureza. Estamos escravizados ao prazer que nos proporcionam outras coisas (Rm 6.17). não podemos decidir estar contentes com algo que encontramos enfadonho, carente de interesse, desagradável... como Deus. A criação de um cristão hedonista é um milagre de graça soberana. É por isso e Paulo disse que passar a ser um cristão é como passar da morte para a vida ("Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, [Deus] nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" Ef 2.5). é por isso que Jesus disse que era mais fácil que um camelo passasse pelo fundo de uma agulha que um rico deixasse de amar o dinheiro e começasse a amar a Deus (Mc 10.25). os camelos não podem passar pelo fundo de uma agulha, assim como os mortos não se podem levantar sozinhos da morte. Pelo qual, Jesus agrega: "Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis" (Mc 10.27). por isso, o hedonismo cristão gera uma dependência absoluta da soberania de Deus. Nos ensina a escutar o mandamento: "Deleita-te no Senhor", e depois a orar com sem Agostinho, dizendo: "Ordena o que desejes, mas dá-nos o que ordenas".



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