Confiança
Um homem decidiu escalar sozinho uma grande montanha
totalmente coberta de neve. Um companheiro ofereceu-lhe ajuda, e com ele
caminhou até o pé da montanha. De lá para frente o aventureiro prosseguiu sozinho,
encarando o vento forte e frio que lhe cortava a pele.
Muitos dias se passaram, pois a subida deveria ser gradativa,
como forma de economizar energia para o último momento de alcançar o topo da
montanha e fincar a sua marca. A cada dia, o homem ia se adaptando à ausência
de ar, por causa da altitude. Com o passar do tempo e o aumento do cansaço,
avançava menos, porém persistia.
Já no final da aventura, prestes a alcançar o topo, faltando cerca de 100 metros para a chegada, criou uma grande expectativa e passou a andar mais rápido, até chegar ao último metro.
Respirou fundo e lançou sua
picareta contra o último bloco de gelo. Era o seu último esforço para completar
sua aventura. Mas o bloco desprendeu-se, levando-o abaixo.
Enquanto caía, passava por sua mente tudo o que havia
conquistado, até que a corda, amarrada à sua cintura, prendeu-se a um dos
pinos que ele havia cravado pelo caminho de subida. Já estava escuro, e o
aventureiro ficou pendurado, balançando solto, sem poder agarrar-se em objeto algum.
Sua única saída foi a oração. Então clamou a Deus por socorro:
— Senhor, socorre-me! Senhor, socorre-me!
Seu desespero, explícito em seu clamor, varreu toda a planície,
naquela noite entenebrecida.
Você quer que eu te salve? — outra voz, mansa e suave, mas
segura, ecoou no vale.
Sim, quero! — retrucou o homem.
Você tem fé? — devolveu-lhe a voz.
Sim, tenho — respondeu novamente o alpinista.
Então corte a corda!
O homem pensou, pensou, mas não conseguiu confiar naquela
sugestão.
No outro dia, encontraram-no pendurado e morto, totalmente congelado,
a 2 metros do chão.
Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de
receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia (Hb 11.8).
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