O casamento
no Novo Testamento
Casamento foi divinamente instituído pelo Criador. Depois da
queda, o pecado provocou distorções nessa instituição divina. O casamento se
transformou em uma luta por controle, na qual maridos muitas vezes tiranizavam
as mulheres enquanto as mulheres procuravam manipular os maridos.
O divórcio rompia casamentos até pelos motivos mais
triviais. Praticava-se a poligamia (ainda que não amplamente) e as relações
extraconjugais violavam o compromisso sagrado de fidelidade conjugal.
Diante disso, apesar de o ideal divino ser apresentado de
forma clara e permanente no relato da criação, havia, nos dias de Jesus e da
igreja primitiva, uma necessidade intensa de restauração e renovação.
NÃO SÃO MAIS DOIS, MAS UMA SÓ CARNE: A ALTA CONSIDERAÇÃO DE
JESUS PELO CASAMENTO
Os ensinamentos de Jesus sobre os requisitos do discipulado
costumam subordinar os laços de família às obrigações do reino.
Apesar de nosso Senhor ter insistido na necessidade de
priorizar seu chamado para o discipulado acima de todas as coisas, em termos
comparativos, forneceu poucas instruções sobre o casamento.
Sem dúvida, isso se deve principalmente ao fato de Jesus,
como seus contemporâneos, tomar como certa a validade do padrão divino para o
casamento apresentado nos primeiros capítulos de Gênesis.
Por esse motivo,
seria um equívoco supor que, devido à sua ênfase sobre o chamado espiritual
supremo e sobre os requisitos do discipulado cristão, Jesus dava pouco valor ao
casamento ou considerava essa instituição divina dispensável ou suplantada por
uma vocação mais sublime e nobre que talvez envolvesse viver solteiro, tendo em
vista a iminência do fim dos tempos.
Muito pelo contrário. Ao ser questionado sobre o divórcio,
Jesus reafirmou de forma inequívoca o caráter permanente do casamento.
Valendo-se dos dois textos básicos do Antigo Testamento,
Gênesis 1.27 e 2.24, declarou: “Assim, [marido e mulher] não são mais dois, mas
uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (Mt 19.6)
Fica evidente, portanto, que Jesus considerava o casamento
uma união sagrada entre um homem e uma mulher; estabelecida por Deus e firmada
diante dele.
“O compromisso do
casamento não é apenas um contrato humano', é um jugo divino. Deus não coloca
esse jugo sobre o par casado por meio da criação de uma espécie de união
mística, mas sim, pela declaração de seu propósito em sua Palavra”
Embora Jesus tivesse o casamento em altíssima consideração,
seus ensinamentos sobre o vínculo familiar natural fornecem parâmetros
importantes para sua relevância geral e o situam no contexto mais amplo do
reino de Deus.
O ápice dessa progressão será alcançado no estado eterno,
quando as pessoas não mais se casarão, mas serão como os anjos (Mt 22.30,
par.). Jesus lança, portanto, os alicerces para o ensinamento apresentado por
Paulo: “De agora em diante, aqueles que têm esposa, vivam como se não tivessem
[...] porque a forma presente deste mundo está passando” (ICo 7.29,31; NVI).
Embora continue a ser a instituição divina fundamental para a humanidade, algo
a ser cultivado, conservado e protegido, o casamento não deve ser considerado
um fim em si mesmo; antes, deve estar subordinado aos propósitos divinos
salvíficos mais amplos
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