Os
Amuletos e a Fé Cristã
O Dicionário Aurélio diz: AMULETO é
“pequeno objeto (figura, medalha, figa, etc.) que, desde a mais alta
antiguidade, alguém traz consigo ou
guarda por acreditar em seu poder mágico passivo de afastar
desgraças ou malefícios”; FETICHE
é “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela
natureza, ao qual se atribui poder
sobrenatural e se presta culto”; SUPERSTIÇÃO é “sentimento religioso
baseado no temor ou na ignorância, e que
induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à
confiança em coisas ineficazes”. A
Enciclopédia Britânica diz que
AMULETO é ”designação genérica
de diferentes objetos aos quais se atribui a virtude mágica de guardar ou
proteger quem o porta. Usados tradicionalmente para afastar o azar e trazer
sorte”. SUPERSTIÇÃO – “É uma atitude de espírito, crença ou prática
mágico-religiosa para as quais não há explicação lógica e que se baseiam na
convicção de que certos atos, palavras, números ou objetos trazem males,
benefícios, azar ou sorte. As superstições, de modo geral, podem ser
classificadas como religiosas, culturais e pessoais”.
Dentre os diversos tipos de amuletos (olho
de boto ou do peixe-boi; a ferradura, a meia-lua, a estrela-de-davi) a figa é o
que alcançou maior popularidade. Usada para combater a esterilidade e o
mau-olhado, é representada por uma mão humana fechada com o polegar entre os
dedos indicador e médio. Enfim, amuleto
é uma figura, medalha ou qualquer objeto portátil, qualquer coisa a que
supersticiosamente se atribui virtude sobrenatural para livrar seu portador de
males materiais e espirituais, e para propiciar benefícios nessas áreas.
Ao aceitarmos o senhorio de Jesus,
recebemos o Espírito Santo (1Co 6.19 Ef 1.13); nossos pecados são perdoados
(Atos 10.43; Rm 4.6-8); somos recebidos como filhos de Deus (Jo 1.12); se
somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm
8.17); passamos da morte espiritual para
a vida espiritual (1 Jo 3.14); somos
novas criaturas (2 Co 5.17); o diabo se
afasta e não nos toca (Tg 4.7; 1 Jo 5.18);
não estamos mais sujeitos às maldições (Jo 8.32,36); podemos usar o nome de Jesus para curar
enfermos e expulsar demônios (Mc 16.17-18); a salvação nos leva a um
relacionamento pessoal com nosso Pai e com Jesus como Senhor e Salvador (Mt
6.9; Jo 14.18-23); estamos livres da ira
vindoura (Rm 5.91 Ts 1.10), além de
fazermos jus a outras promessas,
Em razão disso, somente o retorno voluntário ao pecado poderá
alterar a nossa situação diante de Deus. O uso de qualquer objeto, seja no
corpo, seja em nossa casa, não melhora em nada a nossa condição de filho, de
herdeiro, de abençoado, de isento das investidas do diabo. Objetos não
expulsam demônios, não quebram maldições, não substituem o poderoso nome
de Jesus.
O nome de Jesus não pode ser substituído
por um objeto ou um produto industrializado. O uso de amuletos evidencia não
uma atitude de fé, mas de falta de fé.
Deus não opera por esse meio, sejam cordões, pulseiras, pirâmides,
cristais, velas ou qualquer outro produto. A Bíblia não apóia tal prática. A
atitude de fé é o esperarmos no Senhor e
nEle confiarmos. Alegremo-nos no
Senhor e Ele nos concederá os desejos do nosso coração (Salmos 23.1; 37.4-7).
A nossa confiança deve ser depositada no
Senhor. “Bem-aventurado o homem que pôe no Senhor a sua confiança” (Sl
40.4). Se dividirmos a nossa fé entre
Deus e os amuletos, estaremos coxeando entre dois pensamentos. Não é esta uma
manifestação de fé, mas de incredulidade, de dúvida nas promessas de
Deus. E a dúvida é inimiga da fé (Mt 21.21). “Abraão não duvidou da promessa de Deus, deixando-se
levar pela incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,
estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para
cumprir” (Rm 4.20-21). Abraão creu na promessa de que seria pai de muitas nações. Aguardou
confiantemente. Não apelou para objetos, amuletos, cordão, pulseiras, vassoura atrás da porta.
Os amuletos, longe de serem veículos de
bênçãos, podem trazer maldições, porque a fé não está centralizada exclusivamente em Deus. Podemos ler Isaías 13.1 assim: Ai dos que confiam no poder místico dos
amuletos, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor. O uso
de amuletos pelo povo de Deus equivale a tomar o caminho de volta para o
Egito. As nossas superstições foram
deixadas no esquecimento. Não precisamos limpar nossos olhos com óleo ungido para não vermos as coisas do
mundo. Nós, pela ação do Espírito em nossas vidas, já morremos para essas
coisas, para o sistema mundano, para o pecado. O Espírito que em nós opera não
nos permite colocar coisas impuras diante de nossos olhos (Salmos 101.3).
Os objetos, ou qualquer tipo de material
seja sólido ou líquido, do reino mineral ou do reino vegetal, não servem para
aumentar a fé dos cristãos. O que transmite fé, o que proporciona fé, o que dá origem à fé, é a palavra de Deus (Rm 10.17).
Jesus não distribuiu qualquer tipo de objeto para melhorar a fé de seus ouvintes. Nos
primeiros passos da Igreja, vemos Pedro e demais apóstolos anunciando
insistentemente o Cristo vivo, e falando com paciência dos mistérios de Deus e
das palavras de Jesus. E todos se enchiam de alegria, e milhares aceitavam o
Evangelho. “Disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada um seja batizado em nome
de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E os que com grado receberam a sua
palavra foram batizados, e naquele dia agregaram-se quase três mil almas” (Atos
2.38-41).
O uso de
amuletos é incompatível com a vida cristã e não proporciona prosperidade material ou
espiritual a ninguém. Quem deseja viver uma vida de paz e de abundância deve
buscar “primeiro o reino de Deus e a Sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33; Jo
10.10). Para viver a sua fé o cristão
não precisa de figas, de cordão de ouro, varinha mágica, porque as maldições
não prevalecem contra nossas vidas.
“Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu vôo, assim a maldição
sem causa não encontra repouso” (Pv 26.2). A maldição nos alcança se não
estivermos sob a proteção de Deus, se não confiarmos nEle, se estivermos em
pecado.
A fé cristã rejeita o uso de qualquer
objeto com o propósito de obter favores espirituais ou evitar a influência demoníaca. Do Egito já viemos. Das superstições já nos libertamos. Do jugo
do opressor já estamos livres. Da
Babilônia espiritual já saímos. Cristo
quebrou na cruz todas as amarras, grilhões,
embaraços; quebrou os fortes
laços que nos prendiam ao mundo das trevas
(Gl 3.13). Um irmão escreveu num fórum de debate: “Deus nos fez
livres, livres de contatos físicos para O sentir, livres de pontos de apoio,
para crer, livres de toda e qualquer espécie de superstição e amuletos, livres
para crer num Deus que tudo supre, tudo faz, tudo opera naqueles que o amam”.
Quando
estávamos na ignorância espiritual, fazíamos uso de incensos e defumadores para
afastar os maus espíritos. A Bíblia nos dá a receita: “Submetei-vos, pois a
Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).
“Cristo
nos libertou para que sejamos de fato livres. Estai, pois, firmes e não torneis
a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão”
(Gl 5.1).
(Gl 5.1).
Airton
Evangelista da Costa