A ESSÊNCIA DA VIDA
Não interessa saber suas posses, o sustento da sua vida ou seu estatuto social.
Interessa sim, saber o que aspira para a sua vida. Se ousa sonhar travar as mais duras batalhas para realizar os ardentes desejos do seu coração.
Não interessa saber sua idade.
Interessa sim, saber se para a sua jornada em busca do Amor e realização dos seus sonhos, no trilho das aventuras da vida, aceitaria o risco de ser considerada louca.
Não interessam as estrelas que se estampam á meia noite num céu infinito de brilho metálico azul-escuro.
Interessa sim, saber se tocou no centro do seu próprio sofrimento. Se as traições vividas lhe abriram o coração ou porventura ele se fanou, e agora permanece fechado, por temor de inesperadas tempestades.
Interessa sim, saber se consegue conviver com a dor, a sua ou a minha.
Interessa sim, saber se almeja viver com alegria, a sua ou a minha.
Se se atreve a dançar de novo invadida por êxtase em todo o seu corpo, sem receios ou frialdade, sem resguardo das convenções humanas.
Não interessa saber se é verdade a história que está contando.
Interessa sim, saber se está disposta a levar desencanto a alguém, por querer continuar seguir fiel a si mesma.
Interessa sim, saber se pode ver beleza, mesmo nos seus dias mais sombrios, e se goza conectar-se á fonte da sua alma, na presença dessa beleza.
Interessa sim, saber se pode viver com o fracasso, e ainda assim, ir á beira do mar e gritar: “Sim“, para o disco prateado da lua.
Não interessa saber onde mora, ou as riquezas materiais que possui.
Interessa sim, saber se depois de noite da tristeza e do desespero, consegue se erguer e com um arregaçar de mangas, sorrir de novo para a vida.
Não interessa saber o seu passado ou como chegou até aqui.
Interessa sim, saber se pode ficar no centro do fogo comigo, sem vacilar.
Não interessa saber o que estudou, onde, ou com quem.
Interessa sim, saber o que a sustenta interiormente, quando tudo o mais desmorona. Interessa sim, saber se se sente sozinha consigo mesma, e verdadeiramente gosta da companhia do seu tempo vazio.
“A alma inteira nunca está concentrada, a não ser no êxtase“.
(Hugo Hofmannsthal)