terça-feira, 5 de novembro de 2019

O CALVÁRIO




O CALVÁRIO 

O texto para esta mensagem encontra-se no evangelho segundo São Lucas 23:33 e 34: 

"Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali O crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda. Contudo Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes".

Três cruzes se projetam no horizonte. No meio está o Senhor Jesus; do lado direito um ladrão e do lado esquerdo outro ladrão (Dimas e Gestas). Jesus morreu do jeito que sempre viveu. Veio a este mundo para buscar os pecadores. Viveu entre eles para poder alcançá-los, perdoá-los e transformá-los. E quando chegou a hora de morrer, morreu crucificado entre eles. E você pode vê-Lo aí, na hora da agonia.

Quando uma pessoa está para morrer, todos querem ouvir o que ele tem a falar. Jesus ora, mantendo comunhão com Aquele de quem veio toda a Sua força para poder viver uma vida vitoriosa nesta terra. Ele começou Seu ministério em oração e termina Seu ministério também em oração.

Ninguém pode sobreviver vitoriosamente nesta vida se não aprender a viver como Jesus, ou seja, dependendo constantemente do Pai, colocando a vida aos pés do Pai, recebendo a força do Pai.

Sabem por que Jesus viveu uma vida vitoriosa nesta terra? Não porque era Deus. Quando Ele veio a esta terra Ele fez um pacto com Seu Pai: não usaria Seus poderes divinos sem o consentimento do Pai. Então Ele aprendeu a viver uma vida dependente do Pai. Aí estava o segredo de Sua vitória.

Sabe por que nós, às vezes, vivemos vidas derrotadas? Porque não aprendemos a depender do Pai como Jesus fazia.

"Pai" - disse Jesus na hora da morte. Tinha uma coroa de espinhos furando o Seu rosto, mas isso não O impedia de enxergar o amor de Seu pai. Suas mãos estavam pregadas numa cruz, não podiam mais curar pessoas, mas Ele podia orar. Seus pés não podiam mais andar para alcançar o pecador. Mas isso não O impedia de orar. Seus discípulos O tinham abandonado. Ele não podia mais ensinar-lhes. Mas isso não impedia Jesus de orar.
Às vezes, quando surgem dificuldades em nossa vida, o primeiro pensamento que nos assalta é o fato de que talvez Deus nos tenha abandonado. Talvez Deus tenha esquecido de nós. Jesus no meio do sofrimento, da dor, da agonia, da morte, perseguido, caçoado, insultado e sangrando, não permitiu que nada O impedisse de saber que Seu pai O amava e que olhava para Ele.

Você sente que todo mundo te abandonou? Sente-se solitário? E apesar disso tudo, você também é capaz de enxergar o rosto do Pai? Jesus o fez na cruz do Calvário. Sem amigos, abandonado pelos Seus discípulos, odiado pela multidão, castigado pelos soldados, acusado falsamente, crucificado injustamente, ferido, em agonia, era capaz de dizer: Pai, eu não Te vejo; está tudo escuro, mas sei que estás presente. Sei que estás aí.

Somos capazes de fazer isto?

Pensemos agora num outro aspecto do texto bíblico. Na hora da agonia Jesus clama a Seu Pai, mas não o faz pedindo ajuda. Se você estivesse condenado à morte por alguma enfermidade, com certeza se ajoelharia para orar e pediria que Deus lhe devolvesse a saúde, não é verdade? 

Se você estivesse desempregado, oraria a Deus pedindo que lhe desse um novo emprego, não o faria? E se você estivesse na prisão, com certeza pediria que Deus lhe devolvesse a liberdade.

Mas aí estava Jesus cravado numa cruz. Sua primeira palavra podia ter sido: "Pai, tira-me daqui, liberta-me, acalma minha dor". Ou como Pedro quando estava se afundando: "Senhor, salva-me". Mas na hora da agonia Jesus não ora por Ele, ora pelos outros. E não é por Seus amigos ou por Seus familiares ou por cidadãos bons. Sabe por quem ora? Pelos Seus inimigos, por aquele que O esbofeteia, por aquele que prega Suas mãos, por aquele que cospe em Seu rosto, por aquele outro que coloca a coroa de espinhos em Sua fronte. Jesus ora pelos Seus inimigos e pede que Deus lhes perdoe.

Na cruz do Calvário, Jesus vive o que pregou. No sermão do monte, Ele diz: "Perdoai os vossos inimigos". E na cruz Ele vive Sua mensagem. Sai da teologia, da beleza das palavras e entra na realidade do perdão, pratica o que pregou.
Pergunto: somos capazes de orar pelos nossos inimigos? Talvez, se você está vivendo bem, com um bom saldo no banco, com boa saúde, com toda a família unida. Nessas circunstâncias talvez você até se anime a orar pelos seus inimigos. Mas condenado à morte por uma doença, sem um centavo no bolso, com a família feita em pedaços e todo mundo contra você, seria capaz de orar pelos seus inimigos?

Porque é necessário perdoar, embora perdoar não seja sempre fácil. Na cruz, Jesus estava sofrendo, o sangue levava Sua vida gota a gota. Abandonado, esquecido pelos amigos, caçoado e insultado pelos inimigos, carregando o pecado de toda a humanidade, Ele experimentava um sofrimento mental, físico e espiritual profundo. E se Ele abrigasse em Seu coração mágoa por aquilo que as pessoas estavam lhe fazendo, o seu sofrimento seria maior.

Ao perdoar, Ele não somente estava praticando a teoria de Sua pregação, Ele estava também aliviando a Sua dor. Sabem por quê? Porque o perdão beneficia mais a quem perdoa do que aquele que é perdoado

É isto que você tem que colocar em sua mente. Se por algum motivo não é capaz de perdoar alguém que o traiu, que o machucou, fez algo que marcou terrivelmente sua vida. Se você estiver guardando rancor em seu coração, com certeza não tem paz, vive um inferno cada vez que vê aquela pessoa. Seu espírito se envenena. Você pode estar vivendo um momento feliz, mas quando aparece aquela pessoa, estraga tudo.
Mas você sabia que a outra pessoa não está nem ligando para o que você sente? O único que está sofrendo é você. 

Então, quando você perdoar, ele não ganha nada, mas você expulsa o veneno de sua vida. O veneno da mágoa não machuca nem um pouquinho seu inimigo, mas perturba a sua vida. O seu coração torna-se um depósito de lixo, porque a mágoa, o ódio, o rancor e o ressentimento, tudo isso é lixo. E quando você consegue olhar para o outro sem sentir mais mágoa, nem rancor, você se liberta. O maior beneficiado pelo perdão é a pessoa que oferece o perdão, não a que o recebe.

O último pensamento do texto que quero analisar hoje é o resultado final da oração de Jesus. Ele orou pelos piores seres humanos que existiam, aqueles que O estavam matando e que não queriam saber nada com Ele. Você pensa que a oração de Jesus não foi respondida? Acompanhe-me a Jerusalém, 40 dias depois da morte de Jesus.  Pedro está pregando, e aqueles homens que viram a morte de Jesus e que desde o ponto de vista humano nunca O aceitaram como Salvador, foram tocados pelo Espírito Santo.

E naquele dia foram batizados 3 mil. O importante é aceitar o sacrifício de Jesus na cruz, não interessa quem ou quantos...

Tem você um amigo por quem já orou, orou, e ele continua indiferente com relação a Jesus? Continue orando. Ore pelos piores, ore por aqueles que na sua opinião não têm mais remédio. Não perca o ânimo. Continue orando, continue suplicando, continue pedindo. Ele responderá a sua oração.

Poderia você neste momento vir comigo à cruz do Calvário e dizer: Senhor, foi por mim que entraste na agonia. Lá na cruz oraste por mim. Fui eu que te crucifiquei. Lá na cruz oraste por meu pai, por meu filho, por meu marido, por minha esposa. E se 40 dias depois, 3 mil pessoas se entregaram a Ti, por que não podes transformar o coração daquela pessoa por quem estou orando? 

E se você sentir que na cruz do Calvário Jesus orou por você, se você quiser reconhecer a Jesus como seu Salvador, se quiser entregar-lhe a vida e aceitar a Palavra de Deus e o plano que Deus tem para a sua vida; se quiser unir-se um dia à Igreja de Deus nesta terra através do santo batismo, se quando Cristo voltar você quiser estar presente vou lhe pedir que, você tome sua decisão aí onde está.
 

IDENTIFICANDO-ME COM CRISTO (PARTE 5)




IDENTIFICANDO-ME COM CRISTO

Bem-aventuranças - 5

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” - Mt 5.7

            A palavra grega que melhor exprime o amor de Deus é “ágape”. É o tipo de amor que leva uma pessoa a se sacrificar pela outra, mesmo que a outra rejeite seu sacrifício. O amor “ágape”, por isso, está mais centralizado na nossa vontade dos que em nossas emoções.

            Foi o amor “ágape” de Deus que levou Jesus a se fazer homem e morrer por nós; foi o amor “ágape” que levou Estevão a perdoar os que o apedrejaram. Uma faceta desse amor sacrificial é a “misericórdia”. Outras traduções para misericórdia podem ser: compaixão, amor terno. Por isso, misericórdia é a habilidade de se colocar “na pele” do outro. Habilidade para ver, sentir e pensar como o outro. É a habilidade de se colocar na situação do outro para poder se identificar totalmente  com a experiência triste que o outro está vivendo. O sinônimo de misericórdia é “compaixão” formada de duas palavras latinas:  “com” + “paixão” = “sofrer com”.

            Em resumo, o que Jesus está querendo dizer nessa bem-aventurança é: “Feliz o homem que se coloca “na pele” de outra pessoa até que veja, pense e sinta como se fosse ela.   É através desta identificação que ele poderá alcançá-la e ser misericordioso. O homem que assim procede será motivado a isso porque entende como Deus tem sido misericordioso em Jesus Cristo para com ele.

O povo grego considerava ser indigno para uma divindade se envolver com as condições desagradáveis de um ser humano. Os estóicos, que são uma espécie de seita entre os gregos, cultivavam a apatia (falta de sentimento). Pensavam que, se a situação de miséria do outro me comover, estarei me colocando debaixo do controle do outro. Isso é um conceito totalmente errado: a misericórdia é o controle de Deus sobre nossas emoções, motivações e ações para ajudar a quem estão em necessidade. Quando assim procedemos, estaremos demonstrando aos necessitados uma faceta do caráter de Deus.

            Temos que tomar cuidado para não confundir misericórdia com “sentir pena” da outra pessoa. Quando sentimos “pena” da outra pessoa, estamos julgando Deus de injusto. Tipo: “Coitado do homem, não merecia isso”. Sempre se lembrar que Deus é senhor de todas as circunstâncias da vida dos seus filhos. Ele apenas permite que lhe ocorram situações pelas quais seu filho vai crescer. - Rm 8.28,29; 2 Co 12.7-10.

            Texto clássico para “sentir pena” - Mt  16.21-23. Jesus havia predito que, ao ir a Jerusalém, seria preso, maltratado e  morto pelos judeus. Quando Pedro ouviu isso, disse: “Tem compaixão de ti, Senhor, isso de modo algum te acontecerá”.  Jesus disse a Pedro: “Arreda Satanás”. O diabo conseguiu falar através de Pedro, por causa de um falso sentimento de compaixão. O diabo se aproveitou disso para tentar demover Jesus da idéia de morrer voluntariamente na cruz.

2)  Exemplos de Cristo:
·      “O Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” - Jo 1.14.
·      “Vendo ele (Jesus) as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor” - Mt 9.36
·      “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo - pela graça sois salvos.” Ef 2.4,5

3)  Exemplos de fiéis:
·      “Apedrejavam a Estevão que ...ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado”-  At 7.59,60.
·      2 Co 8.1- 4: os cristãos da Macedônia se compadeceram dos irmãos da Judeia que passavam fome.

4)  Atitudes positivas ma vida de quem se torna misericordioso:
·      Tem facilidade para perdoar a quem o prejudicou, feriu ou rejeitou.
·      Tem facilidade para compreender o amor de Deus por ele.
·      Tem facilidade para comunicar o amor de Deus aos outros - Pv 19.22: “O que torna agradável o homem é a sua misericórdia”.
5) Atitudes negativas na vida de quem não é misericordioso:
·      Ira :  “O iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões”  - Pv 29.22.
·      Espírito ferido: “O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar”? - Pv 18.14.
·      Raiz de amargura: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando diligentemente porque ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura  que, brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados” - Hb 12.14,15.


6)  Auto exame: (cada pessoa demonstra misericórdia de acordo com o seu dom ou ministério)
1.   Quando Deus desperta misericórdia em mim por outro, faço algo por essa pessoa? - Tg 2.15,16.
2.   Procuro servir as pessoas por pena ou por compaixão?
3.   Meu orgulho às vezes me impede de mostrar compaixão?
4.   Considero fraca a pessoa que mostra misericórdia?
5.   Geralmente as mulheres são mais misericordiosas do que os homens?
6.   Sinto-me culpado por me abster de mostrar misericórdia?
7.   A miséria dos outros normalmente desperta em mim sentimentos de misericórdia?
8.   Sou capaz de mostrar misericórdia por pessoas cujos problemas me irritam?
9.   Como expresso misericórdia?
10.  Faço do amor pelos outros o maior alvo de minha vida?
11.  Estou cooperando com Deus para me tornar um instrumento do seu perfeito amor?


7)  Bênçãos na vida de quem vai se tornando misericordioso.
1.   Estará se tornando luz do mundo. Por causa dos seus atos de misericórdia, muitos darão glória a Deus. Mt 5.14 -16.
2.   Estará se tornando sal da terra. O caráter de Deus estará se manifestando através deles e assim o nível moral da sociedade estará sendo purificado. O sal tem três utilidades: conserva, dá sabor e provoca sede - sede por uma vida mais santificada.
3.   Estará se tornando “o bom perfume de Cristo” - 2 Co 3.14,15.
4.   Alcançará misericórdia. Vai colher o que semeou - Gl  6.7-10.


8)  Passos e decisões para me tornar misericordioso:
     
1.   Aceitar Cristo como nosso Senhor e Salvador. Sem Cristo exerceremos misericórdia para nos sentirmos bem. Com Cristo procuraremos ser misericordiosos, mesmo que nos custe a vida.
2.   Reconhecer diante de Deus que não sou misericordioso.
3.   Em arrependimento diante de Deus, renunciar ao diabo que instilou em mim princípios e atitudes opostas à misericórdia: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” - Fp 2.4.
4.   Constantemente contemplar a misericórdia que Deus usou para comigo, agradecendo e louvando a Deus por isso.
5.   Contemplar os atos de misericórdia praticados por Jesus e por outros fieis.
6.   Pedir a Deus um coração misericordioso.
7.   Praticar atos de misericórdia. No início serão pesados; mas com o passar do tempo se transformarão em alegria. Jesus prometeu: os misericordiosos alcançarão misericórdia.

 Bruno Marquardt 





IDENTIFICANDO-ME COM CRISTO (PARTE 4)




IDENTIFICANDO-ME COM CRISTO

Bem-aventuranças - 4


“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” - Mt 5.6


1)  Explicação:
            Na primeira bem-aventurança (os humildes) aprendemos a reconhecer que, de nós mesmos, nada temos para nos justificar perante Deus. Na segunda (os que choram) aprendemos que esse choro é uma atitude de inconformismo para com para com o pecado ao nosso redor; aprendemos também a chorar amargamente quando percebemos o quanto Jesus teve que sofrer por causa dos nossos pecados. Na terceira (mansidão) aprendemos a visualizar quem nós somos e quem é Deus; aprendemos também a abrir mão de nossos bens e direitos, aos quais nos apegamos como tábua de salvação. Abrindo mão passamos a depender realmente de Deus.

            Essas três bem-aventuranças nos preparam para a quarta: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”. Essa bem-aventurança nos mostra a real causa de todos os nossos problemas: nossa condição de pecadores. Não são os outros a causa de nossos problemas, mas nossa natureza pecaminosa, e a nossa maneira errada de reagir aos acontecimentos que todos os dias nos cercam. A descoberta dessas verdades nos motiva a querermos uma vida espiritual num nível mais elevado. É isso que significa: “ter fome e sede de justiça”.

“Justiça”

            A justiça a que Jesus está se referindo não é o desejo de que os outros nos tratem com justiça. Não é buscar os seus direitos na justiça dos homens. Disso aprende a abrir mão no estudo de mansidão. Mas essa justiça é o anseio e o desejo por retidão.

            As pessoas a quem Jesus proferiu essas palavras pela primeira vez, sabiam por experiência o que é ter fome e sede físicas. Causa uma ansiedade muito grande. Quando as pessoas aprenderem a sentir anseio por justiça, isto é, por retidão, assim como sentem por pão e água quando estão com fome, Jesus promete: “serão fartos”.

 Em outras palavras: ter fome e sede de justiça é o mesmo que dizer: ter ardente desejo por retidão. Esse desejo por retidão é despertado em nós de duas maneiras: 1. Pela gratidão do perdão; 2. Pela visão da retidão de Deus. Em cada pessoa existe um vazio com formato de Deus.


Enganos do diabo


            A arma mais poderosa do diabo na vida do homem é o engano: “Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14). Visto que o engano é a ação dele em nossa mente, por isso o diabo nos faz pensar de maneira errada e assim deixarmos de ser abençoados por Deus:

1.   Confunde a busca de felicidades com a busca de santidade. Temos que nos lembrar que a felicidade é um fruto ou conseqüência da santidade. Lemos em Hb 1.9: “Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade, por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo da alegria como a nenhum dos teus companheiros”.
2.   Rouba a certeza da salvação: (2 Co 11.3). Depois que na mente do crente começou a embaralhar o plano da salvação, o diabo o engana a pensar que por meio da retidão poderá alcançar a salvação e assim a paz com Deus. Essa é a salvação por obras. Por isso é que podemos ver pessoas se esforçando no reino de Deus, não por gratidão pelo perdão e temor diante da santidade de Deus. Esforça-se por medo do castigo de Deus e medo do inferno. Pessoas assim acabam secando espiritualmente. É a justificação por obras em ação.
Confusão sobre o valor da bênção: Muitos vivem em busca de uma vida sem problemas. Daí o motivo porque muitos vivem reclamando das dificuldades e problemas. Quando uma dificuldade ou problema é resolvido, chama isso de bênção. Isso se assemelha a um cristianismo sem cruz.

            Qual é o valor da bênção? A bênção não nos amadurece. Ela apenas nos prepara e nos fortalece para a luta. E é na luta que amadurecemos. Por isso o grande valor das lutas e problemas é que por meio deles somos amadurecidos em Cristo. Esse é o grande alvo de Deus para nós: sermos parecidos com Cristo. Rm 8.28,29.

O que buscas: vitória ou alívio?

Vitória - Implica em transformação, crescimento e amadurecimento em Cristo. Quem busca vitória considera cada
               problema que está enfrentando como um instrumento de Deus para sua purificação e aperfeiçoamento.
Alívio   -  Buscar alívio é fugir do problema. É beber vinho com fel. Quando deram vinho com fel para Jesus (é uma
               composição que age como anestésico), queriam dar a Jesus a oportunidade de sentir um alívio das dores.
               Jesus recusou. No Getsêmani Jesus orou: “Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja
               como eu quero, e, sim, como tu queres”.

Vitória  - Quem busca vitória, se arrepende.
Alívio   -  Quem só busca alívio, sempre culpa os outros por seus sofrimentos. Quem pensa: “Só serei feliz quando
               tal e tal problema se resolver”, não está buscando transformação e vitória. Só quer alívio. É egoísmo.

Vitória  - Quem busca vitória pensa em santificar o nome de Deus, pensa mais na glória de Cristo, pensa não
                envergonhar o nome de Deus - Is 62.6,7.
Alívio - Quem busca alívio só pensa na sua própria felicidade e prazer. Os outros que se danem.


O que mata em nós a fome e sede por justiça?


            É a “impureza e acúmulo de maldade” conforme escreve Tiago 1.21: “Despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós implantada”.

            Algumas impurezas e maldades que tiram o apetite espiritual:

1.   Não separar um tempo considerável para estar a sós com Deus na Palavra e na oração.
2.   Desobediência constante às verdades já reveladas pelo E. Santo. Nm 14.22,23.
3.   Hipocrisia: aparentar uma cousa que no íntimo não somos. Por ex: pregar sem se preparar; não mencionar a origem das pregações; vida dupla - em casa e no púlpito.
4.   Pecado de sexo por pensamentos, desejos, palavras ou atos: Mt 5.8; Pv 23.7; Pv 28.13.
5.   Ressentimento - entristece o E. Santo - Ef 4.30,31; Hb 12.15.
6.   Tocar no ungido de Deus - Sl 105.15; Mt 7.1,2. Míriam ficou leprosa e Mical estéril.
7.   Orgulho: Ficar para si com a glória que pertence a Deus: Malaquias 2.1,2; também é sinal de orgulho o não aceitar correção: Pv 29.1; Pv 13.1.
8.   Ciúme: por denominações ou ministérios (1 Sm 18.8-10).
9.   Rebeldia - 1 Sm 15.23.
10. Temor de homens - Mt 10.28. Quem teme a Deus, não teme a homens. Temer aos homens é ter medo de se posicionar ao lado dos princípios de Deus com medo das conseqüências por parte dos homens. Ex: Medo de ser impopular - Mt 10.32.
11. Não satisfazer diariamente as condições para ser cheio do E. Santo - Ef 5.15-21.

2)  Exemplos de Cristo:
·      Lc 2.49-52: “Não sabeis que me convinha estar na casa de meu Pai?”.
·      Jo 2.16,17: “O zelo de tua casa me consumirá”.
·      Jo 14.24,25: “Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei”.

3)  Exemplos de fieis:
·      At 2.42-47 - “perseveravam na doutrina dos apóstolos...”
·      At 6.7 - “crescia a palavra de Deus e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos”.
·      At 11.1 - “os gentios recebiam a Palavra de Deus”.
·      At 12.24 - “a palavra de Deus crescia e se multiplicava”.
·      At 17.11 - “os de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda avidez”.

4) Atitudes positivas em quem tem fome e sede de justiça:
1.    “Acha tempo” para se ocupar com a palavra e a oração.
2.    Tem facilidade para deixar de lado tudo o que poderia interferir nos seus momentos de busca: TV, esportes.
3.    Investe tempo e dinheiro nas cousas de Deus: livros, discos evangélicos, assistir conferências e seminários.



5)  Atitudes negativas em quem não tem fome e sede de justiça:
1.   Pessoa vazia. Sente muita solidão.
2.   Vive sempre em busca de cousas terrenas para compensar a falta de cousas celestiais em seu interior.
3.   Atitude de desinteresse espiritual.
4.   Todas as suas energias espirituais, emocionais e até físicas são consumidas em planos e projetos q  eu acabam com a volta de Cristo. Nada do que faz ou planeja fazer visa preparar a noiva para o encontro com o noivo.

6)  Auto exame:
1.   Manifesto o desejo de crescer espiritualmente?
2.   Quando o E. Santo me mostra uma fraqueza, manifesto atitude complacente do tipo “todo mundo faz isso; por que não posso também?”
3.   Busco justificativa para não dedicar um tempo considerável para me dedicar à palavra e a oração?
4.   Digo que não tenho tempo para meditar e orar, mas gastei muitas horas vendo TV?

7)  Bênçãos na vida de quem tem fome e sede de justiça:
1.   Alegria crescente - Sl 1.2,3.
2.   Espírito satisfeito.
3.   Crescimento espiritual. Eles crêem na promessa: “serão fartos”, isto é, Deus mudará o interior da pessoa, dará vitória sobre fraquezas.
4.   Aceitam como verdade as seguintes afirmações:
·      Não há segredo para sermos homens de Deus - é só começar a lutar contra o pecado.
·      Todos alcançam o nível de espiritualidade que querem ter.
·      Não temos um nível mais alto de espiritualidade porque não queremos pagar o preço.
5.   Meditam constantemente nos seguintes textos: Ez 11.19,20; Jr 29.13,14; Fp 4.13; Gl 2.19,20.


Barreiras que nos impedem de crermos que “seremos fartos”
1.    Incredulidade:  assim como muitos tem forte tendência para duvidarem da proteção de Deus em todos os momentos da vida, assim também alimentam dúvidas de que “serão fartos”, isto é, de que alcançarão vitória sobre pecados e fraquezas.
2.    Falta de perseverança: A santificação é um processo lento. Muitos querem solução rápida, e de preferência que não custe nada. Jesus disse: “toma a tua cruz e segue-me”.
3.    Não vivem por fé, mas por emoção: As emoções do início da conversão passam, para que assim continuemos buscando a Deus por fé na Palavra. Muitos não entendem isso e logo desanimam.
4.    Cegueira e orgulho: Muitos são cegos para “enxergar” a mão de Deus por trás das dificuldades para levá-los ao quebrantamento. Não encaram os problemas como o “amassar do barro” do Oleiro Celeste. E por causa do orgulho, não se humilham.
5.    Traumas ainda não sarados: A amargura entristece o E. Santo e assim não conseguem perceber o amor de Deus. Precisa começar pelo perdão. Depois que o pecador alcançar vitória sobre a amargura, nasce uma luz de esperança em relação aos demais problemas.

8)  Passos para desenvolver fome e sede de justiça e depois sermos fartos:
1.   Receber Cristo como Senhor e Salvador.
2.   Examinar a relação de pecados que tiram pela justiça de Deus.
3.   Abrir a Bíblia com uma pergunta no coração: “Senhor, por que minha vida não funciona?” Deus vai revelar a causa e a solução.
4.   Por decisão própria estabelecer e colocar em prática um plano sistemático de estudo da Palavra de Deus com um objetivo claro: interiorizar os princípios da Palavra de Deus.
5.   Medita no exemplo de homens da Bíblia que venceram.
6.   Meditar constantemente nas bênçãos que temos pela morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Esses três acontecimentos são a melhor garantia de que “serei farto”, isto é, vitorioso sobre todos os meus pecados e fraquezas.
 Bruno Marquardt

DESCARREGANDO A ANSIEDADE E A PREOCUPAÇÃO

DESCARREGANDO A ANSIEDADE E A PREOCUPAÇÃO  A cruz do Calvário é o lugar onde podemos descarregar todas as nossa ansiedades e preocupações, t...